ODS 1
De cestas básicas a vaquinhas, iniciativas para frear o coronavírus nas favelas
Ações buscam ajudar moradores de comunidades e evitar que a Covid-19 se propague nessas áreas
“E quando o coronavírus chegar às favelas?” Há dez dias, o #Colabora publicou uma reportagem com este questionamento. Pois é, ele chegou. Já há casos confirmados em comunidades como a Cidade de Deus. Para além disso, é nessas áreas mais vulneráveis que a crise tende a impactar de forma mais aguda a população. Um movimento na internet já reivindica, por exemplo, dispensa remunerada das empregadas domésticas, para proteção contra o coronavírus. À nossa pergunta, o jornalista Mauro Ventura acrescentou outras duas “como impedir que o coronavírus se alastre nas comunidades” e “como arrumar comida para alimentar tanta gente, que agora se vê incapaz de gerar qualquer renda”? A resposta não é simples, mas passa por uma série de iniciativas da sociedade civil que têm surgido para amenizar um pouco o drama dessa população. Abaixo, reproduzimos a lista que Mauro mapeou:
1. Há um grupo voluntário e apartidário de WhatsApp chamado Reação e União, que se divide em sete subgrupos. Reúne algumas das principais cabeças do estado em busca de soluções urgentes para enfrentar o problema do coronavírus. Uma das frentes de atuação são as comunidades. Os participantes têm se movimentado para agir, com a premência e a abnegação que o assunto exige. Uma das ações: o Instituto Ekloos, de Andrea Gomides, e o Instituto Phi, de Luiza Serpa, se uniram ao Banco da Providência para arrecadar recursos para a compra de material de higiene e limpeza, e cestas básicas. A distribuição será feita pelo Banco da Providência, que estruturou dois centros de distribuição, e por lideranças comunitárias que atuam na rede da Ekloos. Quem quiser colaborar pode acessar o site www.riocontracorona.org.
2. O Reação e União tem feito uma convocação aos artistas para que gravem vídeos e compartilhem em suas redes, direcionados às favelas. A ideia é informar e conscientizar sobre o problema. Quem quiser participar pode enviar o filme pelo número (21) 98107-2342. Deve-se usar a hashtag #todentro.
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Veja o que já enviamos3. O centro comunitário Casa Amarela Providência, criado pelo artista plástico francês JR, tem recebido doações financeiras para compra de cestas básicas e produtos de higiene para os moradores do Morro da Providência. Pessoas de confiança da favela vão recepcionar o material e distribuí-lo para os moradores. As doações podem ser feitas para Casa Amarela, Banco Bradesco, agência 0448, conta corrente 12520-2, CNPJ: 25.144.594/0001-35.
4. No Instagram e no Facebook, o @FAVELASEMCORONA informa e auxilia na prevenção ao coronavírus, e alerta sobre as fake news. http://facebook.com/favelasemcorona e http://instagram.com/favelasemcorona.
5. Rodrigo Medeiros (@rodrigomedeirosbrasil) está com uma iniciativa no Rio e em SP para montagem de uma cesta de frutas, legumes e verduras orgânicos para distribuição em comunidades. É uma cesta com mais ou menos 14 itens que tenha um custo máximo de 45 reais (produtos, montagem, entrega no ponto de distribuição) e que possa ser preparada por qualquer parceiro que queira se juntar à iniciativa. Líderes, projetos e organizações sociais parceiras funcionarão como pontos de recebimento e distribuição das cestas para as famílias. Além de gerar escala e impacto às famílias de baixa renda, a ideia é apoiar os agricultores orgânicos num momento em que restaurantes e feiras estão com funcionamento limitado. A cesta complementa com frutas, legumes e verduras a cesta básica tradicional, que em geral não vem com esses itens. Já integram essa iniciativa diversas pessoas e empreendimentos como o Clube Orgânico, o Orgânicos in Box, a Fazenda da Toca e o Fru.to (Seminário FRUTO). A articulação com líderes, projetos e organizações sociais está sendo feita pela plataforma Causei, que tem parceria com mais de 200 projetos/organizações sociais no Rio. As primeiras 100 cestas já serão entregues na próxima quarta-feira no projeto Abraço Campeão, no Complexo do Alemão.
6. O grupo Reação e União tem feito uma lista com líderes comunitários de várias favelas do Rio. Na segunda-feira, haverá uma reunião com o governador, seu chefe de gabinete e representantes da Secretaria de Assistência Social para ver a logística de distribuição de cestas básicas.
7. A Livre. vai entregar na terça-feira mais de três toneladas de alimentos na Associação de Moradores da Rocinha. A ideia é replicar a ação depois para outras comunidades. Quem quiser ajudar pode entrar em contato com a empresa.
8. A campanha #VamosPararOBrasil visa não só alertar as pessoas para que fiquem em casa, mas também pautar a necessidade de uma renda básica mais segura para a população pobre brasileira. É uma campanha apartidária que em um dia já conta com a adesão de 1.500 influenciadores. A iniciativa é de Nilce Moretto (Coisa de Nerd) e Rolandinho (Pipocando), que depois teve a participação de vários articuladores, como Rudá Ricci, do Science Vlogs Brasil. O influenciador que topar deve usar as hashtags #VamosPararOBrasil e #DentroDeCasa.
9. Outra parte da campanha é para que se assine a petição rendabasica.org.br. A ideia é que o governo aumente o voucher prometido de R$ 200 para R$ 300, e passe a auxiliar por seis meses, e não três, contemplando as 77 milhões de pessoas mais pobres do Brasil – aquelas que têm renda familiar inferior a 3 salários mínimos. . É importante usar a hastag #RendaBasicaJa. Mais detalhes no https://docs.google.com/…/1iHiZ73-OWqoRKjD7QwSJ1-qVClW…/edit Quem topar deve acessar esse formulário pra receber as orientações:. https://docs.google.com/…/1FAIpQLScDBHi8-LDDMGvxgD…/viewform.
10. O Atados – Juntando gente boa está coletando as informações de organizações de base comunitária que estão com campanhas de arrecadação para incluir em uma página única. O formulário é: https://forms.gle/svrHYP4J544JjaL46. A ideia é que as ONGs que atuam nas favelas sejam centros de distribuição de itens de higiene, álcool gel e comida arrecadados.
11. Diante da demora do poder público em agir, o Coletivo Papo Reto, fundado por Raull Santiago no Complexo do Alemão, está coletando doações para a compra de produtos de higiene e limpeza, e alimentos. Como alguns pontos da favela estão há mais de um mês sem água, uma das prioridades é comprar água mineral e distribuir entre os mais afetados. Veja na imagem abaixo como doar. O UOL traz reportagem sobre a iniciativa: https://noticias.uol.com.br/…/coronavirus-alemao-cria-gabin….
12. O jornal comunitário Voz das Comunidades, criado por Rene Silva também no Complexo do Alemão, tem recebido doações para a compra de produtos de higiene e limpeza. Veja na imagem abaixo como ajudar.
13. Ainda no Complexo do Alemão, outra iniciativa arrecada produtos de limpeza e de higiene. Veja na imagem abaixo como participar.
14. As favelas da Babilônia e Chapéu Mangueira estão recebendo doações de material de limpeza e alimentos. Veja na imagem abaixo como proceder.
15. Quem quiser colaborar com famílias da Rocinha pode fazer por meio do coletivo A Rocinha Resiste. O dinheiro será usado para confecção de cartazes e faixas com informações e para compra de água mineral, cestas básicas e kits emergenciais de higiene que serão distribuídos na comunidade. Para maiores informações veja imagem abaixo.
16. O Projeto RUAS lançou a campanha #popruaeumeimporto, com o objetivo de engajar as pessoas que durante os dias de quarentena precisem sair de casa (para ir à farmácia ou supermercado, por exemplo) a ajudar uma pessoa em situação de rua no seu caminho. A intenção é doar itens de higiene, alimento e uma cartilha informativa, com dicas de prevenção ao vírus. Para participar, é só baixar o material de orientação em: bit.ly/popruaeumeimporto e montar o seu kit.
17. A ONG Rio de Paz, de Antonio Carlos Costa, distribuiu três toneladas de alimentos na quadra da Escola de Samba do Unidos Jacarezinho. A ideia é doar mais. Para isso, pedem contribuições para Rio de Paz, Banco Itaú, agência 1185, conta 44820-4, CNPJ 09.551.891/0001-49.
18. Há uma campanha de financiamento coletivo para ajudar os catadores a comprar cestas básicas e materiais de higiene. As cooperativas de reciclagem estão com as atividades interrompidas. E têm em sua equipe muita gente de risco, como pessoas cardíacas, diabéticas e doentes renais, que trabalham em ambiente insalubre e contaminante. https://www.vakinha.com.br/…/ajude-os-herois-da-cidade-do-r….
19. O site de financiamento coletivo Benfeitoria, de Murilo Farah, pôs no ar um canal especial para sistematizar e facilitar o atendimento de projetos de combate à Covid-19: benfeitoria.com/covid Os projetos do canal receberão consultoria customizada para criar sua campanha, apoio na ativação de rede e, eventualmente, matchfunding (quando um parceiro dobra/triplica a arrecadação). Tudo isso com comissão livre (definida por quem arrecada).
20. O Movimento 342 e a Associação Procure Saber lançaram campanha de financiamento coletivo para apoiar coletivos que atuam em favelas. Num primeiro momento, serão beneficiados Redes da Maré, Papo Reto, Voz da Comunidade e Rocinha Resiste: https://www.vakinha.com.br/…/acao342-apoio-para-coletivos-d….
21. Pela primeira vez em sua história, a CUFA – Central Única das Favelas pede doações. O motivo é nobre: a campanha #favelacontraovirus, de conscientização dos moradores de comunidades e distribuição de alimentos e álcool em gel: https://www.vakinha.com.br/…/ajude-a-cufa-a-ampliar-seu-com…. Mais informações em http://cufa.org.br/noticia.php?n=MjY0
Texto produzido pelos jornalistas da redação do #Colabora, um portal de notícias independente que aposta numa visão de sustentabilidade muito além do meio ambiente.