Veículos elétricos: desafio para os Estados Unidos

Fábricas americanas querem bilhões de dólares em investimentos públicos para eletrificar 50% dos carros produzidos em 2030

Por José Eduardo Mendonça | ODS 12 • Publicada em 5 de abril de 2022 - 08:55 • Atualizada em 3 de maio de 2022 - 19:06

Carro elétrico sendo recarregado em San Francisco, Califórnia: eletrificação da frota é desafio para EUA (Foto: Justin Sullivan / AFP – 09/03/2022)

Em meados do ano passado, o presidente Joe Biden anunciou cortar as emissões de carros e caminhões, ao mesmo tempo trabalhando para tornar os EUA um líder em veículos elétricos, adiante da China. Na ocasião, General Motors, Ford e Stellantis, subsidiária da Chrysler informaram, em comunicado conjunto, que esperavam chegar até quase metade das suas vendas em elétricos até 2030.

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As três montadoras, entretanto, afirmaram que as metas agressivas de mercado só serão possíveis com bilhões de dólares em investimentos públicos. A Tesla, que praticamente inaugurou o segmento, não foi convidada ao evento.

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A Hyundai disse apoiar a meta mundial de 40% a 50%, enquanto a Nissan afirmou que suas metas são maiores que suas vendas nos EUA até 2030. A Toyota disse que vai fazer “sua parte”: a meta é que, em 2030, 3,5 milhões dos 10 milhões de veículos produzidas pela empresa japonesa serão elétricos A empresa de consultoria AlixPartners afirma que os investimentos em veículos elétricos pode chegar a US$ 330 bilhões de dólares até 2030.

De acordo com a Pew Research Center, 7% dos adultos nos Estados Unidos já têm um carro elétrico ou híbrido e 39% disseram que considerariam um deles quando for trocar de modelo

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Desde 2020, quase 1.8 milhão de veículos elétricos foram registrados nos EUA, mais do que três vezes no que em 2016. Os modelos chamados veículos todo elétricos é a categoria que mais cresce. O número total deles saltou de 300 mil em 2016 para mais de 1.1 milhão no ano passado.

Mas os EUA representam apenas o total de 17% dos 10.3 milhões. A China tem 44% de todos os carros elétricos do mundo, mais de 5 milhões e quase 3.2 milhões a mais do que a Europa, o que representa 31%.

O crescimento maior vem se dando na Europa: um crescimento anual composto de 60% 2016 a 2020, comparado a 35% na China e 17% nos EUA.

No ano passado, quase três quartos de todos os carros vendidos na Noruega e metade da Islândia foram elétricos e as de vendas de carros elétricos de longe batem as taxas em todos os 31 países onde são vendidos, segundo a Pew.

Mas as montadoras estão preocupadas. Pode não haver baterias para todos os veículos planejados para lançamentos.

A Panasonic também produz baterias no Japão e China, e planeja modar suas fábricas para uma joint-venture com a Toyota. Seus clientes incluem ainda Honda e Ford.

Está todo mundo correndo atrás, incluindo países como a Hungria. A Samsung começou a produção naquele país no ano passado.

Aumentar a produção destas baterias não apresenta apenas mercados domésticos. Representa uma oportunidade para a Europa, e uma segurança de fornecimento, para uma tecnologia central na transição para a energia limpa.

Não é fácil estabelecer um novo setor econômico e certamente desafios no desenvolvimento de uma rede de fornecedores vai ser maior do que se imagina.

José Eduardo Mendonça

Jornalista com passagens por publicações como Exame, Gazeta Mercantil, Folha de S. Paulo. Criador da revista Bizz e do suplemento Folha Informática. Foi pioneiro ao fazer, para o Jornal da Tarde, em 1976, uma série de reportagens sobre energia limpa. Nos últimos anos vem se dedicando aos temas ligados à sustentabilidade.

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