ODS 1
Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares. Conheça as reportagens do Projeto Colabora guiadas pelo ODS 1.
Veja mais de ODS 1Mesmo em momentos globais tão desafiadores, aos poucos, com o avanço da vacinação, o país que chegou a ser considerado um dos epicentros da doença começa a ver índices mais animadores. E junto veio também a esperança de um reaquecimento da economia e a retomada do tão sonhado convívio social, principalmente no setor cultural, um dos mais atingidos pela crise.
De acordo com recente pesquisa publicada pela Unesco, quase 50% dos trabalhadores da área perderam 100% da renda em 2020. Bares e casas de shows que fizeram história viram suas portas se fecharem. No início deste mês, no entanto, o movimento Green Your City, da cervejaria Heineken, trouxe de volta alguns dos mais tradicionais símbolos da vida noturna do país.
“Precisamos repensar esse futuro juntos. A cena cultural sofreu muito, os artistas ficaram parados por dois anos. O fato de trazer esse suporte ajuda a reativar essa cadeia. A partir do momento que você coloca o patrocínio, você ajuda a fazer essa parte”, explica Melina Domingos, coordenadora de marketing da marca.
A iniciativa tornou possível a volta – pelo menos temporária – de uma das casas mais emblemáticas da cena musical do país: o Studio SP. Após oito anos fechado, o local renasceu em seu antigo endereço, na Rua Augusta 591, e tornou-se um marco dessa retomada gradual das atividades culturais.
“É muito importante a presença de constantes investimentos públicos e privados na economia criativa da cidade e do país. A cultura foi o primeiro setor a entrar e será o último a retomar com toda sua potencialidade após a crise pandêmica. É importante que os produtores, artistas e o público também se envolvam no processo de retomada para que essa roda volte a girar, gerando emprego e renda e exercendo o fundamental papel social da cultura em sua plenitude”, afirma Alê Youssef, fundador do Studio SP.
A reabertura aconteceu neste mês com um show da cantora Céu, que voltou ao mesmo palco onde há 15 anos lançou seu primeiro álbum. A agenda de shows vai até o ano que vem e inclui nomes como Otto, Tuyo e Del Rey, apresentações que, aliás, já estão com seus ingressos esgotados. Para Youssef, que é ex-secretário de Cultura de São Paulo, a volta do Studio SP com o projeto Green Your City pode ser um indutor de novos negócios na região e um exemplo de políticas públicas para a retomada da cena cultural:
“Sempre foi um dos objetivos iniciais da retomada do Studio SP ser um indutor de novos negócios, e já pude notar placas de “Aluga-se” sendo retiradas na região. Além disso, é muito legal a gente poder cumprir um papel de resistência e contenção da especulação imobiliária. A casa poderia virar exemplo até para políticas públicas em cidades e estados, dando visibilidade a novas cenas e indústrias criativas locais. Na lógica que a gente precisa ter uma grande articulação nacional para colocar a cultura no eixo central de desenvolvimento econômico e social, como uma saída justa, próspera e democrática para a crise instalada pela pandemia”.
Lançada oficialmente no dia 4 de novembro, a plataforma Green Your City traz um novo olhar para a ocupação dos espaços urbanos com foco em sustentabilidade. Segundo Melina, o objetivo não se trata apenas de recuperar bares, mas propor um elo entre o agora e o futuro e visando, assim, ao momento de retomada segura, e convidando as pessoas para juntos construirmos um futuro mais sustentável. Para isso, visando a representar e materializar esse momento de retomada, no dia de seu lançamento, a marca iluminou de verde pontos emblemáticos do Rio, de São Paulo e de Belo Horizonte.
“Mudanças efetivas e duradouras só são possíveis por meio do esforço coletivo. A partir deste pensamento entendemos que era necessário usar este momento da pandemia, da pausa do mercado, para fazer um grande estudo e entender o papel de uma grande cervejaria para a cultura e nossa responsabilidade com a sustentabilidade. As cidades representam apenas 3% da ocupação territorial no planeta, mas são responsáveis pelo consumo de até 80% de toda a energia elétrica e 75% da emissão de CO2 (Fonte: Nações Unidas)”, explica ela.
Segundo Melina, a partir do estudo realizado, a marca firmou compromissos em três diferentes pilares: economia circular, cidades mais verdes e consumo responsável. Entre os compromissos estão ter ao menos 80% de embalagens circulares até 2030. Hoje, a produção brasileira da Heineken já é feita com energia 100% renovável nas cervejarias de Alagoinhas (BA), Araraquara (SP), Ponta Grossa (PR), e até , 2023 em Jacareí (SP). Além disso, a empresa pretende, até 2030, alcançar a marca de 50% de seus pontos de vendas funcionando com energia renovável, por meio de um projeto que facilita o uso de energia 100% renovável. A marca também pretende implementar microflorestas em 19 capitais.
Para Pedro Seiler, sócio-fundador da plataforma Queremos!, parceira da marca, ocupar a cidade é fundamental. Em sua opinião, a pandemia fez as pessoas pensarem mais em seu entorno:
“Uma parte da população sem dúvida deu mais valor aos espaços públicos, parques, áreas verdes, locais de respiro em suas cidades. Durante muito tempo foi a única opção de lazer e acredito que isso será incorporado na rotina dessas pessoas e cidades. Ocupar a cidade é fundamental.”
Seiler, que espera realizar em maio de 2022 o Festival Queremos!, acredita que o apoio de empresas como a Heineken é muito importante para a retomada do setor e uma possível volta ao convívio social normal.
“Ver um projeto como esse, apoiando casas de pequeno e médio porte, festivais, produtoras, além de outras iniciativas da cena cultural é muito especial. Muitas casas, produtoras, festivais, artistas e iniciativas precisam desse apoio para voltar. O setor ao vivo ficou mais de 18 meses praticamente parado, toda uma área de profissionais e casas de show sem trabalho. Foi uma perda bilionária, além de um aspecto muito traumático e que vai demorar muito a normalizar. Por mais que tenham existido muitas lives e projetos desse tipo, sabemos que nada substitui o evento físico”, acredita Seiler.
O empresário vê o formato online, que ganhou espaço com a pandemia, como uma boa solução, mas que dificilmente vai substituir os shows e eventos ao vivo: “O formato digital ganhou bastante espaço junto ao público e para vários artistas e eventos faz muito sentido. Acredito que ainda vão continuar e crescer bastante. Nós acreditamos que o digital é um parceiro, que pode potencializar, expandir, mas não substitui o presencial. Acredito que com o avanço da vacinação e controle do número de casos, a tendência é a volta de todas as áreas de lazer e entretenimento. Importante o comprovante de vacinação, e acho que boa parte do público vai optar por opções de locais ao ar livre, ou com área externa.”
Green Your City e a vida nas cidades
Com o Green Your City, além de aporte financeiro, a Heineken fez parcerias com locais que acreditam numa ocupação responsável do espaço urbano. A ideia é ressignificar a vida nas cidades de forma colaborativa e responsável, um convite para cocriação e inovação dentro da realidade que vem pela frente .
Em São Paulo, além do Studio SP, também fazem parte do projeto locais como Casa de Francisca, Bona, Heavy House, Áudio, Tokyo, entre outros. Eles foram iluminados de verde e receberam atrações especiais com curadoria da Heineken. O Mirante 9 de Julho, Edifício Itália, WZ Hotel, Restaurante Casa do Porco e trechos da Marginal Pinheiros também são alguns pontos que receberam iluminação verde.
No Rio, foram realizados eventos no Circo Voador e no Brewteco. Também ganharam iluminação verde pontos da cidade como o Hotel Nacional e o Edifício Chopin. Em Belo Horizonte, o Museu de Artes e Ofícios (MAO) e o Museu da Moda (MUMO) também receberam iluminação especial.
Jornalista formada na PUC-Rio com especialização em História do Rio de Janeiro pela UFF. Trabalhou no jornal "O Globo" por 14 anos, onde passou pela editoria Rio e pela Revista Boa Viagem, além de participar de grandes coberturas nas editorias de País, Mundo e Ela. Atualmente vive na Alemanha, onde trabalha como freelancer
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