Universidade testa população mais vulnerável de Goiânia para covid-19

Testagem no campus da UFG: exames serão feitos agora na população mais vulnerável da capital goiana (Foto: Divulgação/FEN/UFG)

Testagem da Faculdade de Enfermagem da UFG começou por catadores e será estendida a pessoas em situação de ruas, refugiados e profissionais do sexo

Por Jornal UFG | ODS 3ODS 4 • Publicada em 26 de julho de 2020 - 12:06 • Atualizada em 25 de agosto de 2020 - 10:02

Testagem no campus da UFG: exames serão feitos agora na população mais vulnerável da capital goiana (Foto: Divulgação/FEN/UFG)

Caroline Pires*

Depois de desenvolver ações voltadas para os profissionais de saúde e seus filhos, a Faculdade de Enfermagem (FEN) da Universidade Federal de Goiás lançou esta semana nova iniciativa do projeto de pesquisa e extensão Cuidar sempre: Covid-19”, com o objetivo de oferecer oferecer testes para grupos em situação de vulnerabilidade social da capital goiana, bem como realizar ações de educação em saúde voltadas para prevenção dessa infecção. O público alvo do projeto inclui catadores de material reciclável, imigrantes estrangeiros e refugiados, indivíduos em situação de rua, profissionais do sexo, pessoas LGBT+ em situação de vulnerabilidade, entre outros grupos.

A professora Karlla Caetano, coordenadora do projeto, lembra que é fundamental um olhar atento para essa população que está ainda mais vulnerável neste momento de pandemia. “Esperamos colaborar para a diminuição da invisibilidade que estes grupos são submetidos, o que é resultado de uma ausente cidadania”, defendeu. O projeto está sendo desenvolvido pelo Núcleo de Estudos em Epidemiologia e Cuidados em Infecções Transmissíveis e Agravos à Saúde Humana da UFG , composto por professores e estudantes da Faculdade de Enfermagem e do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Publica. Eles atuam em parceira com professores do Instituto de Ciências Biológicas da universidade, além de professores e estudantes da PUC-GO e pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Os exames que devem ser feitos são do tipo RT-PCR, que detecta se há ou não a presença do coronavírus no organismo do paciente. No espaço do campus da UFG onde os testes são realizados, a equipe do projeto fornece ainda informações sobre como evitar o contágio. Na primeira semana, os testados foram catadores de material reciclável. Para organizar a testagem e evitar aglomerações, a UFG tem o apoio de representantes de entidades que já trabalham com o público-alvo da campanha e que são responsáveis por agendar os exames para as pessoas que devem ser testadas.

A professora Sheila Araújo Teles, pesquisadora do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Enfermagem lembrou que a universidade pública deve ter como tripé o ensino, a pesquisa e a extensão. “Essas ações contribuem para a formação compromissada visando o retorno social dos investimentos recebidos pela universidade. Não é por acaso que o lema do projeto vai ao encontro de nossa prática como docentes e profissionais da saúde: para aqueles que mais precisam, doamos mais cuidado”, pontuou a pesquisadora.

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Equipe de professores e alunos da Faculdade de Enfermagem: testagem de vulneráveis começou por catadores (Foto: Divulgação/UFG)
Equipe de professores e alunos da Faculdade de Enfermagem: testagem de vulneráveis começou por catadores (Foto: Divulgação/UFG)

Nesta segunda-feira (22/07), Goiás atingiu novo recorde de mortes por covid-19, com 102 notificações em 24 horas. O número total de óbitos chega a .295, conforme os dados divulgados da Secretaria Estadual de Saúde. O total de casos chegou a 50.915: foram confirmados 3.400 novos contaminados no período de 24 horas. De acordo com o boletim da secretaria, há uma fila com 110.477 casos suspeitos em investigação. Em 20 dias de julho, Goiás registrou 15 mil casos de covid-19 e 585 mortes, o dobro do registrado no mesmo período em junho.

Tendas de testagem

Em maio, a Universidade Federal de Goiás (UFG) começou a fazer a triagem, por meio de drive-thru, de servidores da saúde e da segurança pública com sintomas da doença. O projeto Tenda Triagem Covid-19 funciona Centro de Aulas D e todo o processo é feito com o paciente dentro do próprio carro. “Primeiro, eles passam por um atendimento de enfermagem, onde é avaliado o estado geral dele. Depois, passa para o atendimento médico, até chegar ao ponto de coleta do material”, explica a diretora da Faculdade de Enfermagem, Claci Fátima Rosso.

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A Tenda Triagem Covid-19 UFG realizou um total de 2.066 exames para diagnosticar a covid-19, sendo 1.544 exames com a metodologia RT-PCR e outros 522 com sorologia. Os testes foram feitos no período entre 20 de maio e 30 de junho de 2020, em trabalhadores da saúde e segurança pública sintomáticos para o novo coronavírus. Os resultados positivos dos exames RT-PCR e da sorologia foram 13,8% e 5,7%, respectivamente.

No começo de julho, a tenda começou a realizar tamb´´em o exame de crianças e adolescentes – filhos ou com outro tipo de contato com trabalhadores de saúde e segurança pública que foram diagnosticados com covid-19 no projeto. A meta é realizar a testagem de 600 crianças e adolescentes de 5 a 19 anos. A iniciativa, denominada Tendinha Covid-19 é um subprojeto complementar que realiza a triagem, coleta de amostras para diagnóstico e acompanhamento dessas crianças e adolescentes.

*Jornal UFG

Jornal UFG

O Jornal UFG, para divulgação científica, acadêmica e institucional, é um projeto desenvolvido em conjunto por profissionais da Secretaria de Tecnologia de Informação (SeTI), Centro de Recursos Computacionais (Cercomp), Secretaria de Comunicação (Secom), com colaboração da Rádio Universitária e TVUFG

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