Lixo por toda parte, um retrato do descaso

Mais de 40% das quase 80 milhões de toneladas de lixo produzidas por ano no Brasil são descartadas irregularmente

Por Custodio Coimbra | ODS 6 • Publicada em 13 de dezembro de 2021 - 10:38 • Atualizada em 17 de dezembro de 2021 - 15:21

Sofá abandonado na Baía de Guanabara. O Brasil não consegue reciclar nem 3% do lixo produzido. Foto Custódio Coimbra

Cada brasileiro gera, em média, quase um quilo de lixo por dia. Em um ano são 343 quilos, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Urbana e Resíduos Especiais (Abrelpe). Isso é muito? Nem tanto. Os habitantes de países desenvolvidos como a Alemanha, a Áustria, a Coréia do Sul e a Dinamarca chegam a produzir entre 500 e 700 quilos de lixo por ano. A diferença, fundamental, é que lá o percentual de lixo reciclado pode superar a marca dos 60%, como acontece na Alemanha e na Coréia do Sul. Enquanto por aqui esse índice não chega sequer a 3% do lixo produzido. Todo o resto segue sendo lançado em rios, mares, terrenos baldios, lixões a céu aberto e aterros sanitários.

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Esta semana, o presidente da Abrelpe, Carlos Silva Filho, esteve no Ministério do Meio Ambiente apresentando o panorama da gestão de Resíduos Sólidos no Brasil, na última década. Em especial, os desafios que o país ainda enfrenta para cumprir os compromissos assumidos internacionalmente para reduzir a emissão de gases de efeito estufa na atmosfera. Carlos frisou que, nos últimos 10 anos, a geração de resíduos no país só aumentou, chegando as atuais 80 milhões de toneladas/ano. Deste montante, cerca 40,5% continuam sendo destinados incorretamente, contribuindo para que em todo território nacional ainda estejam em atividade cerca de 2.800 lixões a céu aberto. De acordo com ele, os lixões são a terceira maior fonte de emissão global de gás metano, agente mais nocivo que o próprio gás carbônico. Apenas no Brasil, o setor de Resíduos Sólidos Urbanos é responsável por 96 milhões de toneladas de CO/ano.

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Custodio Coimbra

Fotógrafo de imprensa há 36 anos, Custodio Coimbra, 61 anos, passou pelos principais jornais do Rio e há 25 anos trabalha no jornal O Globo. Nascido no Rio de Janeiro, é hoje um artista requisitado entre colecionadores do mercado de fotografia de arte. Além de fotos divulgadas em jornais e revistas mundo afora, participou de dezenas de mostras coletivas no Brasil e no exterior. Tem sua obra identificada com a história e a paisagem do Rio de Janeiro.

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