Diário da Covid-19: América Latina tem 8,4% da população mundial e 40% dos mortos

Membros da Associação de Artes e Espetáculos (AGTAE) marcham empurrando caixas com luzes e fios durante um protesto exigindo apoio do governo do presidente chileno Sebastian Pinera para enfrentar a crise provocada pela pandemia. Foto Martin Bernetti/AFP

Brasil, México, Peru, Colômbia e Argentina já somam mais de 300 mil óbitos

Por José Eustáquio Diniz Alves | ODS 3 • Publicada em 4 de outubro de 2020 - 11:36 • Atualizada em 6 de outubro de 2020 - 13:31

Membros da Associação de Artes e Espetáculos (AGTAE) marcham empurrando caixas com luzes e fios durante um protesto exigindo apoio do governo do presidente chileno Sebastian Pinera para enfrentar a crise provocada pela pandemia. Foto Martin Bernetti/AFP

O mundo enfrenta uma doença sistêmica e persistente. As primeiras infecções pelo novo coronavírus ocorreram ainda em dezembro de 2019, mas só em janeiro de 2020 a doença ganhou o nome de covid-19. Apenas no dia 11 de março a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu o surto do SARS-CoV-2 como uma pandemia. Nove meses depois, a doença já infectou 35 milhões de pessoas e engendrou mais de 1 milhão de vítimas fatais. Nem o presidente dos Estados Unidos ficou imune, pois foi hospitalizado para o tratamento da doença em plena campanha eleitoral americana. A ironia é que Donald Trump minimizou sistematicamente os perigos da pandemia, desprezou o uso das máscaras faciais e elogiou supostas curas milagrosas.

Estudo recente revelou a participação do presidente americano na disseminação de informações falsas sobre o coronavírus. A Universidade Cornell, no estado de Nova York, avaliou 38 milhões de reportagens em inglês do mundo todo, publicadas entre 1º de janeiro e 26 de maio e, em mais de 522 mil desses artigos, foram disseminadas informações incorretas sobre o coronavírus. Trump foi mencionado em 38% dos casos de desinformação. Os pesquisadores chegaram à conclusão que “o presidente dos EUA foi provavelmente o maior impulsionador da desinformação em torno da covid-19″. O fato é que é impossível combater a propagação do coronavírus sem medidas sanitárias preventivas e sem um rastreamento científico de forma universal. Não há alternativa na base do obscurantismo.

Um coveiro trabalha no cemitério San Miguel Xico em Valle de Chalco, estado do México. Foto Pedro Pardo/AFP
Um coveiro trabalha no cemitério San Miguel Xico em Valle de Chalco, estado do México. Foto Pedro Pardo/AFP

Artigo da economista italiana Mariana Mazzucato e colegas, no Project Syndicate (01/10/2020), com o sugestivo título “Como acabar com a pandemia neste ano”, argumenta que “uma estratégia industrial e de coordenação liderada pelo governo para conseguir testes universais poderia encerrar a crise em questão de meses”. Os autores dizem que o mundo não deve ignorar outras opções enquanto aguarda uma vacina segura e efetiva contra a Covid-19 (o que ainda vai demorar um pouco). O artigo apresenta uma informação desconcertante, pois o número de testes necessários globalmente ao longo de um ano para fornecer um regime de exames semanais seria equivalente a menos da metade do número de latas de refrigerante consumidas anualmente. Ou seja, se o mundo trocasse os refrigerantes por testes, a covid-19 seria controlada rapidamente.

Evidentemente, não seria fácil e nem há clima propício na governança global para adotar rapidamente uma estratégia de tal dimensão. Infelizmente, o mundo não tem conseguido controlar o novo coronavírus, já que o SARS-CoV-2 avança, quase sem resistência, pelas fronteiras internacionais. No mundo, o montante de pessoas infectadas continua aumentando e o volume diário de mortes se mantém em um platô elevado. No Brasil, o pico de casos e de óbitos já passou. Todavia, o ritmo da queda no território nacional tem sido lento e instável e o futuro incerto.

O panorama nacional

Os dados oficiais divulgados pelo Ministério da Saúde registraram 4.906.883 pessoas infectadas e 145.987 vidas perdidas, no dia 03 de outubro, com uma taxa de letalidade de 3%. Foram 26.310 novos casos e 599 óbitos em 24 horas.

Na 39ª semana epidemiológica (SE), de 20 a 26 de setembro, a média diária de pessoas infectadas foi de 27,1 mil casos (variação relativa de 0,6% ao dia) e a média diária de vidas perdidas foi de 696 óbitos (variação relativa de 0,5% ao dia). Na 40ª SE (de 27/09 a 03/10) a média diária foi de 27 mil casos (variação relativa de 0,56% ao dia) e a média diária de mortes foi de 654 óbitos (variação relativa de 0,46% ao dia). Portanto, nas duas últimas semanas houve quase estabilidade dos números da covid-19 no Brasil.

O gráfico abaixo mostra os valores diários das variações dos casos da covid-19 no Brasil nas 14 quinzenas de 01 de março a 30 de setembro. Nota-se que, na quinzena de 01 a 15 de março, houve uma média diária de 13 casos, com variação relativa de 36% ao dia. Na quinzena seguinte houve 345 casos diários, com variação relativa de 24% ao dia. Na quinzena 01 a 15 de abril a média foi de 1.507, com variação percentual de 11,3% ao dia.  Nestas 3 quinzenas o número absoluto de casos cresceu rapidamente, mas o valor relativo diminuiu significativamente. No final do semestre, na quinzena de 16 a 30 de junho, a variação absoluta média foi de 34,3 mil casos a cada 24 horas e a variação relativa caiu para 3,1% ao dia.

O pico da variação absoluta aconteceu na quinzena de 01 a 15 de agosto, com a média de 43,6 mil casos diários e uma variação relativa de 1,5% ao dia. Nas quinzenas seguintes, os números de casos diminuíram, sendo que na quinzena de 16 a 30 de setembro a média diária foi de 28,6 mil casos, com uma variação relativa de somente 0,6% ao dia. Desta forma, o crescimento percentual do número acumulado de casos já está abaixo de 1% ao dia, porém, ainda gera números absolutos preocupantes.

O gráfico abaixo mostra os valores diários das variações dos óbitos no Brasil nas 13 quinzenas de 16 de março a 30 de setembro. Nota-se que, na quinzena de 16 a 31 de março, houve uma média diária de 13 óbitos, com variação relativa de 46% ao dia. Na quinzena seguinte houve 102 óbitos diários, com variação relativa de 16% ao dia. Na quinzena 16 a 30 de abril a média foi de 260 vidas perdidas, com variação percentual de 8,5% ao dia. O pico da variação absoluta aconteceu na quinzena de 16 a 31 de julho, com a média de 1.069 óbitos diários e uma variação relativa de 1,3% ao dia. Nas quinzenas seguintes, os números de vítimas fatais diminuíram, sendo que na quinzena de 16 a 30 de setembro a média diária foi de 722 óbitos, com uma variação relativa de somente 0,5% ao dia. Da mesma forma, o crescimento percentual do número acumulado de óbitos já está abaixo de 1% ao dia, mas ainda gera números absolutos elevados.

Os dados acima indicam que o volume de casos e de mortes apresentam tendência de queda, mas ainda permanecem em alto patamar. Em números acumulados, o Brasil é o terceiro país no ranking global de casos (atrás apenas dos EUA e da Índia) e o segundo lugar no ranking de vítimas fatais (atrás apenas dos EUA). Em termos de coeficiente de mortalidade o Brasil com 689 óbitos por milhão de habitantes está atrás apenas do Peru (987 óbitos por milhão) e da Bélgica (865 óbitos por milhão de habitantes).

Mas a pandemia atinge de maneira diferenciada as 5 grandes regiões brasileiras. Os maiores números absolutos estão, evidentemente, na região Sudeste, pois é a região com 42% da população nacional. Mas o Sudeste possui o menor coeficiente de incidência (19,3 mil casos por milhão), mas o terceiro coeficiente de mortalidade (742 óbitos por milhão). O estado de São Paulo ultrapassou 1 milhão de casos no dia 03/10.

A região Sul tem o segundo menor coeficiente de incidência (20 mil casos por milhão) e o menor coeficiente de mortalidade (408 óbitos por milhão). A região Norte tem o maior coeficiente de mortalidade (811 óbitos por milhão de habitantes).

O panorama global

O mundo já ultrapassou o montante de 35 milhões de pessoas infectadas e 1.037.500 mortes no dia 03 de outubro, com uma taxa de letalidade de 3%.

O gráfico abaixo mostra a evolução dos valores diários dos casos da covid-19 no mundo nas 14 quinzenas de 01 de março a 30 de setembro. Nota-se que, na quinzena de 01 a 15 de março, houve uma média diária de 5,5 mil casos, com variação relativa de 4,6% ao dia. Na quinzena 16 a 31 de março, o número de casos deu um salto para 43 mil e a variação relativa também subiu para 11% ao dia. O primeiro semestre terminou com 162 mil casos na quinzena 16 a 30 de junho (com variação relativa de 1,8% ao dia). Na quinzena 01-15 de agosto a variação absoluta foi de 259 mil e a relativa de 1,2% ao dia. A quinzena seguinte foi a única que apresentou declínio. Mas em setembro os números absolutos continuaram subindo e atingiram 292 mil na quinzena 16-30/09 (com variação relativa de 0,9% ao dia). Nos 3 primeiros dias de outubro o número diário de pessoas infectadas ultrapassou 300 mil casos, indicando que o mundo ainda não atingiu o pico da curva epidemiológica de morbidade.

O gráfico abaixo mostra a evolução do número diário de óbitos no mundo nas 14 quinzenas de 01 de março a 30 de setembro. Na quinzena de 01 a 15 de março, houve uma média diária de 239 óbitos, com variação relativa de 5,4% ao dia. Na quinzena seguinte houve 2,4 mil óbitos diários, com pico da variação relativa em 13% ao dia. Nas quinzenas seguintes a variação relativa diminuiu, enquanto a variação absoluta atingiu o pico na quinzena 01-15 de abril com 6.566 óbitos diários (7,2% ao dia). Os números absolutos caíram até 4.304 óbitos diários na quinzena 01 a 15 de junho (1,1% ao dia), mas voltaram a subir até 5.878 óbitos na quinzena 01-15 de agosto (0,7% ao dia). Nas quinzenas seguintes os números diminuíram e ficaram em 5.048 óbitos diários na quinzena 16 a 30 de setembro (0,5% ao dia). Tudo indica que o número diário de vidas perdidas no mundo continuará em torno de 5 mil óbitos durante o mês de outubro de 2020.

 A pandemia já atingiu mais de 210 países e territórios com mais de 35 milhões de casos e mais de 1 milhão de vítimas fatais. No dia 01 de março, havia somente 1 país com mais de 10 mil casos confirmados de Covid-19 (a China) e havia 5 países com valores entre 1 mil e 10 mil casos (Irã, Coreia do Sul, França, Espanha, Alemanha e EUA). No dia 01 de abril já havia 50 países com mais de 1 mil casos, sendo 36 países com números entre 1 mil e 10 mil casos, 11 países com números entre 10 mil e 100 mil e 3 países com mais de 100 mil casos. Estes números aumentaram nos meses seguintes e no dia 01 de agosto já havia 146 países com mais de 1 mil casos sendo 69 entre 1 mil e 10 mil casos, 52 países entre 10 e 100 mil casos e 25 países com mais de 100 mil casos. Estes números passaram para 166 países com mais 1 mil casos, sendo 38 países com mais de 100 mil casos.

Com mais de 1 milhão de casos apenas EUA, Brasil, Índia e Rússia. Em número acumulado de mortes, quatro países são destaques: os EUA com mais de 200 mil vidas perdidas, o Brasil com quase 150 mil óbitos, a Índia que acaba de ultrapassar 100 mil óbitos e o México com quase 80 mil vítimas fatais.

Alguns países da América Latina são os mais afetados pela pandemia

A América Latina é a região mais afetada pela pandemia da covid-19, pois, com 8,4% da população mundial, possui cerca de 40% do montante global de vidas perdidas para o novo coronavírus. Entre os nove países da comunidade internacional com maior número de pessoas infectadas pelo SARS-CoV-2, cinco são da América Latina (Brasil, Colômbia, Peru, Argentina e México). O Chile é o 6º país da ALC mais afetado.

Analisando a situação destas seis nações latino-americanas do topo do ranking internacional, o gráfico abaixo, do jornal Financial Times, apresenta a média móvel de 7 dias do número acumulado de casos nos respectivos países. Nota-se, o Brasil tem com quase 5 milhões de pessoas infectadas, Colômbia, Peru, Argentina e México em torno de 800 mil e Chile com pouco menos de 500 mil casos.

O gráfico abaixo apresenta a média móvel de 7 dias do número de casos diários nos respectivos países. Observa-se que o Brasil apresenta uma média de 27 mil novos casos, a Argentina 12 mil novos casos, Colômbia com cerca de 6 mil novos casos, o México e o Peru com média próxima de 4 mil novos casos e o Chile com média pouco abaixo de 2 mil novos casos. Cabe ressaltar que o Brasil sempre apresentou números mais altos. O Chile chegou a ficar em segundo lugar, mas agora está em 6º lugar entre os países do ranking. Já a Argentina que tinha os menores valores, subiu para o segundo lugar, embora tenha uma população menor do que a Colômbia e o México.

O gráfico abaixo apresenta a média móvel de 7 dias do número de casos diários considerando o peso demográfico dos 6 países. Constata-se que a Argentina, que tinha os menores coeficientes, passou a apresentar os maiores valores nas últimas semanas. Brasil, Colômbia e Peru apresentam coeficientes de incidência semelhantes de novos casos. O Chile – que já ocupou o primeiro lugar – agora está em 5º lugar entre os 6 países latino-americanos. O México atualmente está em 6º lugar em número de novos casos por milhão de habitantes.

Analisando o quadro da mortalidade, verifica-se que, em termos acumulados, o Brasil – com quase 150 mil vítimas fatais – ocupa o primeiro lugar entre os países latino-americanos. O México – com cerca de 80 mil vidas perdidas – ocupa o segundo lugar. Seguem Peru e Colômbia – com algo em torno de 30 mil óbitos acumulados. A Argentina, que durante todo o período, tinha os menores números entre os 6 países em questão, assumiu o segundo lugar com pouco mais de 20 mil mortes (no dia 01/10 a Argentina incluiu mais de 3 mil mortes anteriores que foram reclassificadas para covid-19). O Chile vem em 6º lugar com 13 mil óbitos acumulados desde o início da pandemia.

O gráfico abaixo apresenta a média móvel de 7 dias do número de óbitos diários nos respectivos países. Observa-se que o Brasil continua apresentando o maior volume de vidas perdidas e a Argentina, que tinha os menores valores, ultrapassou o México e agora ocupa o 2º lugar, com o México em 3º lugar. A Colômbia está em 4º lugar, o Peru em 5º lugar e o Chile em 6º lugar.

O gráfico abaixo apresenta a média móvel de 7 dias do número de óbitos diários considerando o peso demográfico dos 6 países. Verifica-se que a Argentina, que tinha os menores coeficientes, passou a apresentar os maiores valores nas últimas semanas. Os outros 5 países estão mais ou menos empatados em segundo lugar, sendo que o Chile e o Peru que já tiveram os maiores coeficiente agora apresentam os menores coeficientes de mortalidade, quando se considera os óbitos diários.

A tabela abaixo sintetiza a situação dos 6 países latino-americanos e do mundo, em termos de números acumulados até o dia 03 de outubro de 2020 e também os coeficientes ponderados pela dimensão demográfica. Percebe-se que os 6 países da América Latina possuem coeficientes de incidência e de mortalidade bem acima da média mundial. O Peru é o país mais impactado pela pandemia com coeficiente de incidência de 24.934 casos por milhão de habitantes e coeficiente de mortalidade de 987 óbitos por milhão. O Chile tem o 2º coeficiente de incidência (24.453 casos por milhão) e o 3º coeficiente de mortalidade (674 óbitos por milhão). Há que se considerar que o Chile e o Peru foram os dois países da América Latina com maior proporção de testes realizados.

O México possui o menor coeficiente de incidência (5.825 casos por milhão), mas também é o país que possui a menor proporção de testes. Tudo indica que o número de casos no México está subestimado, pois a taxa de letalidade é alta e destoa bastante dos demais países e da média mundial. A Colômbia e a Argentina estão em situação intermediária. O Brasil tem o terceiro maior coeficiente de incidência (23.172 casos por milhão) e o segundo maior coeficiente de mortalidade (689 óbitos por milhão).

Desde o início do mês de abril, estamos analisando aqui no Diário da Covid-19, neste espaço do #Colabora, os dados nacionais e internacionais da pandemia e temos chamado a atenção para a gravidade da doença. Fizemos diversas entrevistas com especialistas dos maiores países da América Latina.

No artigo dedicado ao país da Mafalda – “Argentina tenta atravessar o pico da pandemia” (19/05/2020) – mostramos que, até aquele momento, a Argentina estava tendo sucesso no controle da pandemia, mas existiam sinais preocupantes de propagação do vírus. De fato, nossos Hermanos do Sul contiveram a explosão do novo coronavírus durante os primeiros três meses, mas os números mais recentes mostram que a Argentina passou a liderar o montante diário de casos e de óbitos, embora ainda possua volumes acumulados bem abaixo dos volumes proporcionais apresentados pelo Peru, Brasil e Chile.

Como sempre, o urgente não deixa tempo pro importante

No artigo dedicado ao país de Pablo Neruda – “Chile vive sua pior semana da pandemia” (23/05/2020) – indicamos que o Chile já vivia uma situação crítica, fato que, infelizmente, se confirmou nas semanas seguintes. Todavia, se os coeficientes de incidência e mortalidade do Chile estão entre os mais altos do continente, os números diários já caíram bastante. Ou seja, a dinâmica da pandemia na Argentina e no Chile se diferencia pelo fato que a covid-19 cresceu rápido e depois caiu no Chile, enquanto na Argentina a covid-19 cresceu lentamente no começo e se acelerou posteriormente, estando na liderança dos números diários atualmente.

No país dos Incas – “Peru e Brasil irmanados na dificuldade” (21/05/2020) – ressaltamos os desafios comuns que Brasil e Peru estavam passando. A situação já era difícil em maio e piorou ainda mais em junho e julho. O resultado é que os dois países – juntamente com a Bélgica – são as três nações com maiores coeficientes de mortalidade do mundo.

No país de Gabriel Garcia Marques – “Colômbia ultrapassa a marca dos mil casos diários” (29/05/2020) – destacamos que os números baixos da pandemia na Colômbia, até aquele momento, não eram uma garantia de sucesso no controle da covid-19. Chamamos a atenção para a possibilidade de um descontrole do surto pandêmico, o que, infelizmente, se confirmou.

No país dos Astecas – “México se aproxima do Brasil e dos EUA em número de casos e óbitos diários” (01/06/2020) – evidenciamos que o México já caminhava para uma situação grave naquele momento e de fato passou a ser o terceiro país com maior número de vidas perdidas, sendo, posteriormente, ultrapassado pela Índia. Atualmente, o México está em 4º lugar no número acumulado de mortes pela covid-19.

A pandemia do SARS-CoV-2 é um fato absolutamente novo no mundo e ninguém foi capaz de antever os rumos precisos do desenrolar da doença. Mesmo hoje, que o nosso conhecimento é bem maior, continua sendo impossível estimar com detalhes a dinâmica do surto pandêmico nos próximos meses.  Retratos do momento são importantes, mas estamos vivenciando um filme de longa-metragem e o que não faltam são surpresas e incertezas. A fita está rodando, o inimigo está solto e pouco sabemos sobre as novas cenas que serão projetadas.

Frase do dia 04 de outubro de 2020

“Como sempre, o urgente não deixa tempo pro importante”

Mafalda

Homenagem a Joaquín Salvador Lavado Tejón – Quino (17/07/1932 – 30/09/2020)

Referências:

Financial Times. Coronavirus tracked: the latest figures as countries start to reopen. The FT analyses the scale of outbreaks and the number of deaths around the world

https://www.ft.com/content/a2901ce8-5eb7-4633-b89c-cbdf5b386938

ALVES, JED. Diário da Covid-19: Argentina tenta atravessar o pico, #Colabora, 19/05/2020

https://projetocolabora.com.br/ods3/argentina-tenta-atravessar-o-pico-da-covid-19/

ALVES, JED. Diário da Covid-19: Chile vive sua pior semana da pandemia, #Colabora, 23/05/2020

https://projetocolabora.com.br/ods3/chile-vive-sua-pior-semana-da-pandemia/

ALVES, JED. Diário da Covid-19: Peru e Brasil irmanados na dificuldade, #Colabora, 21/05/2020

https://projetocolabora.com.br/ods3/peru-e-brasil-irmanados-na-dificuldade/

ALVES, JED. Diário da Covid-19: Colômbia ultrapassa a marca dos mil casos diários, #Colabora, 29/05/2020

https://projetocolabora.com.br/ods3/colombia-ultrapassa-a-marca-dos-mil-mil-casos-diarios/

ALVES, JED. Diário da Covid-19: México se aproxima do Brasil e dos EUA em número de casos e óbitos diários, #Colabora, 01/06/2020

https://projetocolabora.com.br/ods3/mexico-se-aproxima-do-brasil-e-dos-eua-em-numero-de-caso-e-obitos-diarios/

José Eustáquio Diniz Alves

José Eustáquio Diniz Alves é sociólogo, mestre em economia, doutor em Demografia pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar/UFMG), pesquisador aposentado do IBGE, colaborador do Projeto #Colabora e autor do livro "ALVES, JED. Demografia e Economia nos 200 anos da Independência do Brasil e cenários para o século" (com a colaboração de F. Galiza), editado pela Escola de Negócios e Seguro, Rio de Janeiro, 2022.

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