Diário da Covid-19: Chile vive sua pior semana da pandemia

Em frente ao consulado do Peru, em Santiago, peruanos pedem ajuda para voltar ao seu país. Foto Matias Basualdo/NurPhoto

Brasil é o líder em casos e mortes na América do Sul. Desigualdades históricas transformam o continente em um terreno fértil para o coronavírus

Por José Eustáquio Diniz Alves | ODS 3 • Publicada em 23 de maio de 2020 - 09:13 • Atualizada em 28 de julho de 2020 - 11:27

Em frente ao consulado do Peru, em Santiago, peruanos pedem ajuda para voltar ao seu país. Foto Matias Basualdo/NurPhoto

O Chile está passando pela semana mais triste e letal da pandemia até aqui. A situação se agravou com muita rapidez. Nós brasileiros sabemos o que isto significa, vivemos situação parecida e reconhecemos que o esforço terá de ser redobrado. O Chile, demograficamente, é o sexto país da América do Sul, mas está em terceiro lugar no número de pessoas infectadas pela covid-19 e no quinto lugar no número de mortes. Nos primeiros 13 dias do mês de maio de 2020, o número médio de óbitos chilenos estava na casa de um dígito, mas deu um salto para mais de 4 dezenas nos dias 21 e 22 de maio.

A população brasileira é 11 vezes maior do que a chilena, mas o Brasil, com um número acumulado de 21 mil mortes, tem 34 vezes a cifra dos 630 óbitos do Chile. E o mais grave é que os dois países ainda estão longe de atingir o pico e, indubitavelmente, os próximos dias e semanas serão de muita preocupação e sofrimento.

Para contribuir para o entendimento da situação chilena, vamos iniciar este diário com uma breve caracterização sociodemográfica e econômica do país, apresentar os dados da covid-19 na América do Sul e trazer uma entrevista com a demógrafa chilena Viviana Salinas, socióloga, doutora em demografia pela “University of Texas at Austin”, professora no “Instituto de Sociología de la Universidad Católica de Chile” e filiada à Associação Latino Americana de População (ALAP).

Breve panorama demográfico e socioeconômico do Chile

O Chile tem uma área menor do que a do Mato Grosso e uma população equivalente à do estado do Rio de Janeiro. Segundo a Divisão de População da ONU, o Chile tinha uma população de 6,6 milhões de habitantes em 1950, chegou a 19 milhões em 2020 e deve cair, na projeção média, para 17,3 milhões de pessoas em 2100.  As mulheres chilenas tinham em média 4,9 filhos no quinquênio 1950-55, abaixo da média da América Latina e Caribe (ALC) mas acima da taxa de fecundidade total (TFT) do Uruguai e da Argentina. No início do século XXI, a TFT do Chile ficou abaixo do nível de reposição e atingiu o nível mais baixo do continente, 1,65 filho, no quinquênio 2015-20. Por conseguinte, a base da pirâmide etária se estreitou bastante e o decrescimento demográfico virá em breve.

A tabela abaixo apresenta alguns indicadores demográficos para o Chile, Brasil, América do Sul, ALC e o mundo. O Chile sempre teve melhores estatísticas demográficas do que o Brasil e as regiões. Enquanto o mundo tinha uma mortalidade infantil (MI) de 140 por mil no quinquênio 1950-55, o Brasil tinha de 136 por mil e o Chile 123 por mil. A esperança de vida do Chile era a maior do continente em meados do século XX e atualmente é maior inclusive do que a dos EUA.  O Índice de Envelhecimento (IE) era de 14 idosos (60 anos e mais) para cada 100 jovens de 0 a 14 anos está em 90 idosos por 100 jovens atualmente. Ou seja, o Chile está entre os poucos países que começaram a transição demográfica antes da média da ALC e possui, no quinquênio 2015-20, uma estrutura etária mais envelhecida. Contudo, este maior envelhecimento não justifica o maior impacto da covid-19, pois o vizinho Uruguai possui um IE mais elevado e um coeficiente de mortalidade pelo novo coronavírus muito menor.

O Chile tinha uma renda per capita semelhante à renda média mundial e abaixo da renda per capita do Brasil e da ALC nos anos de 1980. Mas, depois do processo de redemocratização tem conseguido manter um ritmo de desenvolvimento econômico bem acima da média da ALC e do mundo. O gráfico abaixo, com base nos dados do FMI, mostra que o Chile tinha uma renda per capita, a preços correntes, em poder de paridade de compra (ppp na sigla em inglês), em 1985, de US$ 3,95 mil, o mundo tinha uma renda per capita de US$ 3,97 mil, o Brasil US$ 6 mil e a ALC US$ 5,6 mil. Em 2019, o Chile já tinha a maior renda per capita da América do Sul com US$ 27,1 mil, contra US$ 18,4 mil do mundo, US$ 16,6 mil da ALC e US$ 16,7 mil do Brasil.

 

Evidentemente, estando na América Latina – o continente mais desigual do mundo – existe muita desigualdade social no Chile, se bem que em menor proporção que a desigualdade brasileira. Estas tendências de longo prazo foram interrompidas subitamente por um minúsculo vírus que mudou os rumos dos acontecimentos na região.

O estudo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), “Dimensionar los efectos del COVID-19 para pensar en la reactivación” (21/04/2020), mostra que a pandemia da covid-19 pegou a ALC em um momento de debilidade macroeconômica, pois, no decênio posterior à crise financeira de 2008/09, o continente apresentou, em média, o menor crescimento desde a década de 1950.

A Cepal estima um aumento do desemprego e da pobreza e uma redução da renda per capita em todos os países da região. Estima também uma queda do PIB, em 2020, de -5,3% na ALC, de 5,2% no Brasil, de 5,2% na América do Sul e de 4% no Chile. Evidentemente, quanto maior for o impacto da pandemia maior será o pandemônio econômico e maior será o sofrimento das populações afetadas.

Assim, é fundamental vencer a batalha contra o coronavírus. Quanto mais rápido a epidemia for eliminada, mais rapidamente o país vitorioso poderá voltar à ativa e reduzir os efeitos negativos do aumento do desemprego, da pobreza e da queda da renda média.

 Dados sobre a Covid-19 no mundo, na América do Sul, no Brasil e no Uruguai

A América do Sul tem se tornado um enorme foco de propagação da pandemia do novo coronavírus. Considerando os 10 maiores países da região, a América do Sul com 5,5% da população mundial respondia no dia 22 de maio de 2020 por 10,9% do número de pessoas infectadas e por 8,7% das mortes globais. Mas o país com maior peso proporcional é o Brasil que tem 2,7% da população mundial, mas responde por 6,2% dos casos e das mortes da covid-19. O Chile, com 0,25% da população mundial respondia em 22/05, por 1,2% dos casos e 0,2% das mortes.

A tabela abaixo mostra que o Chile tem o segundo maior coeficiente de incidência do continente, com 3.240 casos por milhão de habitantes, atrás apenas do Peru e à frente do Equador e do Brasil, segundo dados do Worldometers no dia 22 de maio. Em parte, estes números do Chile podem ser explicados por um maior número de testes. O Chile fez 23,2 mil testes por milhão, enquanto o Peru fez 22,8 mil e o Brasil somente 3,5 mil testes por milhão. Ou seja, há uma maior subnotificação no Brasil.

Mas, em termos de coeficiente de mortalidade, o Chile com 33 mortes por milhão de habitantes está abaixo da média mundial (de 44 por milhão), abaixo da média da América do Sul (de 68 por milhão), abaixo do coeficiente de mortalidade do Peru e do Brasil (ambos com 99 mortes por milhão) e bem abaixo do recordista Equador com 174 mortes por milhão de habitantes. Porém, o Chile está em piores condições em relação aos outros países como Colômbia, Argentina, Bolívia, Venezuela, Paraguai e Uruguai.

Os gráficos abaixo mostram a série histórica do número de casos e de mortes pela covid-19 no Chile, Brasil e no mundo. Nota-se que o padrão do Chile é parecido com o padrão brasileiro, ambos ainda “subindo a ladeira”, enquanto o mundo parece já ter chegado ao pico do número de casos (mas se mantendo em alto platô) e já diminuindo bastante o número de mortes globais.

Os gráficos abaixo apresentam uma comparação entre os coeficientes de incidência e de mortalidade de Chile, Brasil, Peru e Estados Unidos (EUA), com base em material do jornal Financial Times que apresenta uma série de gráficos com dados para o número de casos e de mortes para todos os países do mundo, a partir da média móvel de sete dias (uma semana) do novos casos e novas mortes, por número de dias desde que foram alcançadas, em média, três mortes pela primeira vez.

Nota-se que o coeficiente de incidência do Chile (com a metodologia do FT) está à frente do Peru, do Brasil e dos EUA (gráfico da esquerda) e que, no coeficiente de mortalidade, o Chile, embora bem atrás dos outros 3 países, tem uma curva mais vertical, indicando uma maior velocidade do ritmo de aumento das mortes diárias.

O Chile e o Brasil estão em um momento crítico. Há 10 dias, o número diário de pessoas infectadas estava abaixo de 2 mil e o número diário de vítimas fatais estava abaixo de 10 óbitos no Chile, mas deu um salto para mais de 4 mil casos e mais de 40 mortes. No Brasil, o número diário de pessoas infectadas estava abaixo de 10 mil e passou para cerca de 20 mil e o número diário de vítimas fatais estava em torno de 500 óbitos e passou para mais de 1 mil.

Na América do Sul, o Brasil é o líder disparado na parte atlântica do continente e Chile, Peru e Equador são os líderes da parte pacífica do continente. O fato é que o coronavírus encontrou um terreno fértil para se propagar em diversas partes do território sul americano, marcado pelas desigualdades sociais, pelas carências do saneamento básico, falta de direitos de cidadania, fraqueza no sistema de saúde e ausência de uma perfeita sinergia entre o Poder Público e a sociedade civil.

Controlar a pandemia do novo coronavírus é fundamental para evitar a propagação da doença e o acúmulo de mortes. Mas é também essencial para que os países da região possam retomar as atividades econômicas, garantindo a geração de emprego e renda. A CEPAL estima que a interrupção das cadeias de valor produzida pela pandemia levará à pior contração que a região passou na história, maior inclusive que as crises de 1914 e 1930.

Por conseguinte, os desafios são enormes e nenhum país do continente pode se dar ao luxo de falhar no controle da pandemia, pois garantir a saúde da população é o primeiro passo para que as nações latino americanas voltem a sonhar com um futuro de liberdade, soberania, democracia, prosperidade e sustentabilidade ambiental.

 Entrevista com a demógrafa e professora Viviana Salinas sobre a pandemia no Chile

Para entender melhor o que acontece no país de Gabriela Mistral e Pablo Neruda, entrevistamos a demógrafa chilena Viviana Salinas, testemunha ocular das ações realizadas pelo Poder Público e a sociedade civil para controlar o perigo da covid-19 e minimizar os danos da pandemia.

Viviana Salinas, demógrafa chilena. Foto Arquivo Pessoal
Viviana Salinas, demógrafa chilena. Foto Arquivo Pessoal

Quando o Chile percebeu a gravidade da pandemia?

Viviana Salinas – Em meados de março. O primeiro caso apareceu em 3 de março e na segunda semana já estávamos no estágio 3, o contágio já não era mais rastreável. Em 15 de março foi decretado o fechamento de escolas (pré-escola, ensino fundamental e médio). As universidades cancelaram as atividades em sala de aula logo depois. Em 18 de março foi decretado um estado de catástrofe, que permite restringir alguns direitos, como o trânsito livre, com o objetivo de facilitar a transferência de pacientes, de pessoal médico e de suprimentos, e as fronteiras e portos foram fechados. Foi mais ou menos na mesma época em que ouvimos notícias da Itália ou da Espanha que não davam conta de atender aos seus enfermos. Ficou claro para todos que isso era sério.

Que medidas sanitárias foram inicialmente tomadas pelo governo e pela sociedade civil para controlar a pandemia?

Viviana Salinas – Várias restrições ao movimento populacional. O fechamento de escolas, portos e fronteiras veio primeiro. Também foram estabelecidas “quarentenas dinâmicas” para as diferentes comunas (menor região administrativa) do país, ou seja, a proibição de sair de casa em certas “comunas”. Essas quarentenas duram, em princípio, uma semana e são estabelecidas considerando a incidência e prevalência dos casos, a proporção de idosos e os dados que existam sobre doenças pré-existentes na população na comuna – como doenças cardiovasculares, câncer ou diabetes, que são um fator de risco para resultados fatais em caso de contágio. No início, havia apenas 7 comunas em quarentena, mas hoje existem 44, 38 na região metropolitana (praticamente toda a região metropolitana) e 6 no norte e sul do país. Há também um “toque de recolher” em todo o país entre 22:00 e 05:00. Presume-se que toda a população com mais de 75 anos de idade esteja em risco e, também, estava proibida de sair de suas casas. A sociedade civil e a mídia apoiaram fortemente o chamado para “ficar em casa”.

Do ponto de vista da saúde, o sistema hospitalar público e privado está funcionando em rede, o que significa que se não houver leitos disponíveis em um hospital, é possível transferir pacientes para outro, mesmo que seja privado. Em geral, muitos testes de PCR estão sendo feitos, de fato, o governo não deixa de enfatizar que somos um dos países que mais testam. Uma medida muito interessante são as residências sanitárias, que são locais onde qualquer pessoa que tenha a confirmação da Covid-19, mas que não necessita de hospitalização, poderá ficar durante a doença. É oferecido um quarto individual e banheiro, além de cuidados básicos e alimentos. A ideia é que sejam usados por pessoas que moram sozinhas ou que convivem com populações em risco e não querem expô-las ao contágio. A quantidade de ventiladores mecânicos no país aumentou, por meio de esforços governamentais e privados (Confederação de Produção e Comércio), as universidades têm fabricado máquinas semelhantes prontas para serem usadas, se necessário. Também se converteram ventiladores pediátricos e inclusive aqueles usados para animais para o uso com os enfermos. Há uma ordem para usar máscaras em qualquer espaço público.

Como a quarentena (isolamento social) tem funcionado no Chile?

Viviana Salinas – Eu diria que tudo começou bem, mas houve um momento de relaxamento que jogou contra todos, e isso aconteceu exatamente quando a doença começou a se espalhar para setores da população mais vulnerável ​​socioeconomicamente. É que em Santiago, onde está a maioria dos casos, isso começou com uma concentração territorial muito acentuada: quase todos os casos foram no setor leste, com renda mais alta. Hoje em dia está em todas as partes e a incidência menor é provavelmente no setor leste. Em algum momento, a incidência estagnou em cerca de 300 casos por dia e o governo quis retomar a normalidade (o presidente falou em “nova normalidade”). Os funcionários públicos foram chamados ao seu local de trabalho, em vez de realizar teletrabalho, alguns shoppings foram abertos, e foi dito até que as pessoas poderiam sair para tomar café com os amigos, desde que se mantivessem a distância. E os casos começaram a crescer a uma velocidade feroz. Hoje mesmo houve quase 4.000 novos casos. Diante desses chamados, as pessoas efetivamente saíram e relaxaram. Houve até festas massivas, embora haja um toque de recolher. As fortes medidas de restrição que temos agora (a quarentena massiva) estão tentando conter esse ritmo de crescimento, porque o sistema de saúde está bem à beira de seu limite.

O Chile possui um coeficiente de incidência alto (2.412 casos por milhão de habitantes) para a covid-19, mas um baixo coeficiente de mortalidade (25 mortes por milhão de habitantes). Existe uma explicação?

Viviana Salinas – Bem, o ministro da saúde, em uma declaração infeliz em março, disse que talvez o vírus tenha sofrido uma mutação e se tornado uma boa pessoa! Falando seriamente, pode ser muitas coisas. Eu acho que um fator importante é que a estrutura etária da população contagiada é de certa forma benigna à pandemia, ou seja, não temos uma alta concentração de infecções nos idosos, mas sim nos adultos (25-49 anos) e, também, que o sistema de saúde, pelo menos até aqui, tem fornecido os cuidados necessários. Em uma vertente menos otimista, há aqueles que indicam uma subnotificação de óbitos, porque o governo considera que, após 14 dias de diagnóstico o caso é considerado “recuperado” e, às vezes, as pessoas morrem alguns dias depois – na prática isto atrasa o registro dessas mortes por covid-19. Ou porque as mortes não hospitalares não são necessariamente registradas como mortes por covid-19.

Existem medidas econômicas tomadas pelo governo para garantir que as pessoas mantenham sua sobrevivência?

Viviana Salinas – Existe um plano econômico de emergência devido ao novo coronavírus, embora tenha sido amplamente criticado. Inclui “medidas de proteção ao emprego”, “injeção de liquidez para empresas” e “apoio à renda para famílias”. A primeira medida implica que as empresas podem suspender o contrato dos trabalhadores, mas estes continuam recebendo 70% de seus salários, provenientes do seguro-desemprego existente no Chile para os trabalhadores contratados. Muitas empresas adotaram essa medida, mas há muita incerteza se as empresas contratarão ou não esses trabalhadores novamente quando tudo passar. As médias de liquidez são empréstimos, originalmente pensados para pequenas empresas, embora tenham sido expandidas para empresas maiores, com juros muito baixos e endosso do Estado. E a renda familiar de emergência é um bônus para as famílias que não podem trabalhar devido a essa pandemia, dependendo de sua qualificação no registro social das famílias (que mede a vulnerabilidade socioeconômica). No primeiro mês é concedido 100% do bônus, no segundo 85% e no terceiro 70%. Existe uma preocupação generalizada de que isto não seja suficiente, medo da fome (começaram a aparecer as “panelas comuns” ou cozinhas comunitárias organizadas nos bairros e que não eram vistas desde o início da ditadura), medo de uma forte recessão econômica, embora também haja consciência (especialmente do Ministério das Finanças) de que a crise econômica será longa, assim que não podemos gastar todo o orçamento fiscal rapidamente.

Existe um plano do governo para sair da quarentena? Se sim, quando e como o governo planeja encerrar a quarentena?

Viviana Salinas – Não há posição oficial sobre isso. Com as cifras que temos visto recentemente, parece prematuro pensar em sair disto, pois ainda não começamos a mudar a direção da curva. O Ministério da Educação relutou em dizer quando as aulas poderiam ser retomadas, embora haja a sensação de que é muito difícil que isso aconteça, pelo menos no primeiro semestre.

Existem lições que você acha que o Chile pode ensinar ao Brasil neste momento para o enfrentamento da pandemia?

Viviana Salinas – Acredito que hoje nenhum governo deveria tomar decisões que não sejam apoiadas pelo conhecimento científico e é um imperativo quase ético seguir as recomendações da OMS. O governo chileno possui um Conselho Científico Assessor para covid-19, que está permanentemente opinando. Ele é tomado como conselho consultivo, lamentavelmente suas propostas nem sempre são acolhidas, mas pelo menos há supervisão permanente, desde as ciências, na maneira como a crise sanitária é gerenciada. Acredito que o trabalho crítico da imprensa também tem sido importante.

Como você e sua família estão lidando com esses 2 meses de quarentena?

Viviana Salinas – Muito cansados. Percebi que adoro minha vida perfeitamente compartimentada: horas para trabalhar na universidade, horas para a família, horas para esportes. Isto de ter tudo em casa é tremendamente demandante, o tempo não é suficiente, não temos 9 horas para trabalhar, com sorte 5 ou 6, e precisamos tirar o restante das horas de sono. Apesar disso, estou surpresa que realmente consigamos nos adaptar. Ou seja, meu marido e eu não estamos jogando pratos na cabeça, meus filhos se acostumaram à sua rotina de ficar o dia todo em casa e a não ver os amigos. Mas com muita vontade que isto passe.

Frase do dia 23 de maio de 2020

“Gracias a la vida que me ha dado tanto

Me ha dado la risa y me ha dado el llanto

Asi yo distingo dicha de quebranto,

Los dos materiales que forman mi canto,

Y el canto de ustedes que es mi mismo canto,

Y el canto de todos que es mi propio canto

Gracias a la vida que me ha dado tanto”

Violeta Parra (1917-1967)

Compositora chilena

José Eustáquio Diniz Alves

José Eustáquio Diniz Alves é sociólogo, mestre em economia, doutor em Demografia pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar/UFMG), pesquisador aposentado do IBGE, colaborador do Projeto #Colabora e autor do livro "ALVES, JED. Demografia e Economia nos 200 anos da Independência do Brasil e cenários para o século" (com a colaboração de F. Galiza), editado pela Escola de Negócios e Seguro, Rio de Janeiro, 2022.

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