Ensinando boas práticas ambientais

Recicloteca, um dos projetos da ONG Ecomarapendi

Ecomarapendi

Por Luciana Calaza | Mapa das ONGsODS 10 • Publicada em 11 de fevereiro de 2016 - 06:51 • Atualizada em 3 de setembro de 2017 - 01:24

Recicloteca, um dos projetos da ONG Ecomarapendi

Recicloteca, projeto da ONG Ecomarapendi

A Recicloteca é um centro de informações sobre reciclagem em meio ambiente.

Os brasileiros jogam fora 76 milhões de toneladas de lixo por ano – 30% poderiam ser reaproveitados, mas só 3% vão para a reciclagem. Mudar esse cenário é uma das principais metas da ONG Ecomarapendi que, mais do que desenvolver projetos, programas e serviços na área ambiental, se orgulha de ajudar a formar, desde 1989, uma geração de cidadãos com responsabilidade socioambiental. São mais de 20 anos informando, educando e fazendo estudos e pesquisas para empresas e instituições, além do atendimento direto a pessoas físicas – mais de 200 mil cidadãos, de todos os cantos do país.

A organização nasceu na Barra da Tijuca, com a união de um grupo de moradores do bairro preocupados com a preservação da Baixada de Jacarepaguá – região que reúne lagoas, manguezais, restingas, rios, florestas e praias. A disposição inadequada de lixo e entulho nas margens e interior das lagoas levou a Ecomarapendi a direcionar esforços para uma nova temática: o gerenciamento de resíduos sólidos.

A ONG foi pioneira na implantação de programas de coleta seletiva na cidade do Rio e reuniu, ao longo dos anos, um importante acervo de artigos científicos, relatórios técnicos, cartilhas, vídeos e outros materiais, que, somados à experiência da equipe, transformaram a instituição numa referência para aqueles que buscam informações sobre a questão do lixo e reciclagem

O acervo de 4 mil títulos deu origem ao principal projeto da ONG: a Recicloteca – Centro de Informações Sobre Reciclagem e Meio Ambiente.  Patrocinada desde 1993 pela AmBev, a Recicloteca recebe visitantes e grupos de escolas, e os consultores ambientais do projeto também atendem gratuitamente a consultas por e-mail, carta e telefone. A equipe promove, ainda, exposições, seminários, cursos e oficinas, e mantém um site que já permite um primeiro mergulho no mundo dos resíduos sólidos. São dicas de como separar o lixo em casa, acesso ao banco de cooperativas e empresas que recebem materiais recicláveis em várias cidades brasileiras e um simpático passo a passo para práticas como a compostagem, entre outras informações. Também tem Facebook atualizado e um canal no YouTube.

Ainda em meados dos anos 1990, a ONG se mudou para Laranjeiras, com a proposta de ter uma sede mais central.  Depois de muitos anos num casarão na Rua Paissandu, há cinco anos está numa casinha bem mais modesta na Rua Miranda Valverde, em Botafogo.

– Hoje, com a internet, é fácil fazer uma pesquisa sobre meio ambiente e reciclagem, mas acreditamos na humanização do atendimento – defende Eduardo Bernhardt, um dos três consultores ambientais que integram a equipe da Recicloteca. – Fazemos uma vivência guiada para escolas que inclui um bate-papo, a exposição dos 3R’s (reduzir, reciclar e reutilizar), a exibição de um vídeo (há um para crianças e outro para adolescentes) e, por fim, a oficina de papel, na qual ensinamos a produzir papel reciclado artesanal.

Um dos programas de maior sucesso da Recicloteca foi o Reciclagem Solidária – Cooperativas, lançado em 2002, que tinha como principais objetivos a valorização social dos trabalhadores da reciclagem organizados em cooperativas e a minimização dos impactos ambientais da disposição final de resíduos sólidos, explica Eduardo:

– Foi detectada uma demanda por um equipamento chamado prensa hidráulica, que aumentaria muito a capacidade de reciclagem destas cooperativas e associações.  Montamos um projeto para captar verba e comprar esses equipamentos para ceder, em regime de comodato, a 10 grupos legalizados. Também ajudamos na gestão do negócio. Foi uma revolução para os grupos beneficiados, com incremento na produtividade e consequente geração de emprego e renda, e também para o meio ambiente.

A experiência foi clonada para oito estado, além do Distrito Federal.

A ONG presta serviço para empresas. É uma relação comercial feita para ajudar a sustentar a ONG, que teve um orçamento de R$ 362,5 mil em 2015. Não há prestação de contas no site, mas os dados são apresentados para quem tiver interesse.

Luciana Calaza

Carioca, jornalista com mais de 15 anos de experiência na redação de O Globo, mãe de Felipe e Rafael. Em 2014 começou a pensar de que modo a comunicação pode ajudar a criar um mundo sem barreiras e decidiu colocar sua carreira a serviço da garantia dos direitos humanos, especialmente de crianças e adolescentes com deficiência.

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