ODS 1
Equipamento da UFLA mede impacto erosivo da chuva
Sistema de pluviometria desenvolvido por pesquisador da Universidade de Lavras calcula estrago no solo a partir da intensidade e velocidade das gotas
Em tempos de emergência climática, equipamento desenvolvido nos últimos anos pelo o Departamento de Recursos Hídricos e Saneamento da Universidade Federal de Lavras (Ufla), no sudoeste de Minas Gerais, para medir a velocidade e a intensidade das gotas de chuva tem despertado cada vez mais interesse. “O Sistema Dinâmico de Pluviometria (SDP) tem um objetivo muito simples: quando nós temos chuva caindo em velocidade ou quantidade maior do que a esperada, ocorre muito erosão, muito estrago no solo. Esse equipamento foi desenvolvido com essa meta: determinar a energia que a chuva tem e que pode afetar ou destruir o solo”, explica o professor Luiz Antônio Lima, criador do equipamento e coordenador da pesquisa.
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O pluviômetro móvel é constituído por coletores capazes de captar gotas de qualquer tamanho e velocidade. As gotas são separadas em classes: lentas e rápidas. O Sistema Dinâmico de Pluviometria (SDP), ao calcular a velocidade e a intensidade, identifica o potencial erosivo de precipitações naturais e, também, das artificiais. O professor explica que a pesquisa sobre a erosividade da chuva desperta interesse no mundo todo, pois o estrago que ela pode causar nos solos e fazendas por meio de enxurradas e assoreamentos de rios é enorme. “À diferença das equações que apenas estimam a energia cinética das chuvas, o pluviômetro é capaz de medir e determinar a velocidade das gotas de chuva”, acrescenta Luiz Lima.
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O SPD é constituído de uma barra giratória de 104 centímetros, contendo 33 coletores (pluviômetros) de seção transversal (para a entrada da chuva) quadrada, porém inclinada em 45 graus. A barra gira impulsionada por um motor corrente contínua 12 volts, em velocidade que pode ser variável, em geral em torno de 120 a 150 rpm (rotações por minuto). Por exemplo, com rotação de 130 rpm o último coletor é capaz de recolher apenas as gotas que caem com velocidade superior a 9,86 m/s. No centro da barra, com 14 coletores de cada lado, é colocado um pluviômetro de seção circular que, mesmo girando, permanece estático já que seu formato é circular.
Desenvolvido com apoio do CNPq e da Fapemig, o primeiro protótipo foi apresentado no Congresso Latino Americano de Engenharia Agricola em agosto de 2010; em seguida, o equipamento já foi demonstrado no Laboratório de Eremologia (estudos de desertificação) da Universidade de Ghent (Bélgica). Depois, o SPD foi testado por duas semanas na Universidade de Purdue, no estado americano do Indiana, onde também foi confirmada sua capacidade de avaliar a velocidade das gotas e quantificar a energia cinética de chuvas naturais ou artificiais. As duas universidades – de Ghent e de Perdue – hoje tem seus próprios equipamentos e são parceiros na pesquisas.
O professor Luiz Antônio Lima explica que há outros protótipos sendo utilizados em pesquisas mundo afora. “São todos pesquisadores interessados em medir a velocidade das gotas de chuva e seu impacto na erosão do solo. É uma grande contribuição da Universidade Federal de Larvas para os estudos de erosão do solo em todo o mundo”,afirma o pesquisador mineiro. Os estudos sobre Sistema Dinâmico de Pluviometria continuam em desenvolvimento: neste momento, o equipamento está sendo utilizado para analisar de que maneira a poluição atmosférica atinge gotas de chuva e se ela polui da mesma forma gotas pequenas e grandes. Os resultados da pesquisa devem ser apresentados em evento internacional no fim deste ano em Belo Horizonte.
[g1_quote author_description_format=”%link%” align=”center” size=”s” style=”simple” template=”01″]57/100 A série #100diasdebalbúrdiafederal pretende mostrar, durante esse período, a importância das instituições federais e de sua produção acadêmica para o desenvolvimento do Brasil
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Oscar Valporto é carioca e jornalista – carioca de mar e bar, de samba e futebol; jornalista, desde 1981, no Jornal do Brasil, O Globo, O Dia, no Governo do Rio, no Viva Rio, no Comitê Olímpico Brasileiro. Voltou ao Rio, em 2016, após oito anos no Correio* (Salvador, Bahia), onde foi editor executivo e editor-chefe. Contribui com o #Colabora desde sua fundação e, desde 2019, é um dos editores do site onde também pública as crônicas #RioéRua, sobre suas andanças pela cidade