Maria Fátima da Silva sobre Vigário Geral: ‘Isso aqui era brejo. A gente pisava na lama’

Vigário Geral e a chacina na visão de dez moradores

Por Leonne Gabriel | ODS 11ODS 8 • Publicada em 27 de agosto de 2018 - 16:10 • Atualizada em 27 de agosto de 2018 - 18:00

Maria Fátima da Silva, 54 anos, faxineira (Foto: Juliana Nascimento)
Maria Fátima da Silva, 54 anos, faxineira (Foto: Juliana Nascimento)

Eu sou fundadora de Vigário, vim bebezinha. Estou há 54 anos na comunidade, e trabalhei a vida toda no Hospital da Aeronáutica como faxineira e copeira. Isso aqui era brejo, pinguela e barraco, mais nada. A gente pisava na lama e era muita dificuldade. Quem nasce hoje em Vigário Geral vive os tempos bons, sem muitas dificuldades. O governo ajuda com o Bolsa Família e o Jovem Aprendiz. Eu agradeço muito a Deus porque meu filho está com 35 anos e trabalha desde os 18. A Chacina foi um momento que não dá para esquecer, muitos amigos meus, trabalhadores, morreram. Quem olhava para rua e via o que estava acontecendo, era morto. Tinham medo que marcassem a cara deles. Eu estava em casa nesse dia. Já tinha chegado do trabalho. Foi uma covardia com quem mora aqui. Os sobreviventes estão aí para contar. Todos somos testemunhas”.

Leonne Gabriel

Leonne Gabriel é graduado em Comunicação Social jornalismo e publicidade e propaganda com ênfase em Tecnologias e Mídias Digitais na PUC-Rio. Atualmente integra o time de jornalismo do Canal Futura como apresentador. É ganhador do Prêmio ANF de Jornalismo 2019 na categoria melhor reportagem de educação e do Prêmio Ubuntu de Cultura 2019 na categoria jornalista revelação.

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