Gato-palheiro-pampeano corre risco de desaparecer devido ao ‘descampamento’

Gato-palheiro-pampeano prefere ambientes abertos e formado por gramíneas: registro feito em novembro na APA do Ibirapuitã – Foto: Luíza de Simoni

Perda de vegetação nativa coloca a biodiversidade do bioma em risco. Iniciativas atuam para estimular preservação dos campos

Por Micael Olegário | ODS 15 • Publicada em 4 de setembro de 2024 - 10:21 • Atualizada em 16 de setembro de 2024 - 10:05

Gato-palheiro-pampeano prefere ambientes abertos e formado por gramíneas: registro feito em novembro na APA do Ibirapuitã – Foto: Luíza de Simoni

Escondido entre gramas altas ou deitado imóvel da palha. Esse é o comportamento de defesa de um gato-palheiro-pampeano. Porém, nem sempre a espécie consegue se tornar invisível e escapar dos impactos da ação humana, principalmente, pelas pressões que vem sofrendo em seu habitat natural: os campos nativos do Pampa. O felino é o considerado um dos mais ameaçados do mundo e está prestes a entrar na lista de espécies criticamente em perigo no Brasil. O que significa uma categoria antes de ser considerado extinto na natureza.

Leia mais: O bioma esquecido: devastação do Pampa ameaça comunidades rurais

Apesar de não possuir a exuberância de outros biomas como a Amazônia e a Mata Atlântica, o Pampa não fica para trás em termos de biodiversidade de flora e fauna. Uma pesquisa feita por pesquisadores de universidades gaúchas mostrou que o bioma abriga 12.500 espécies entre plantas, animais, fungos e outros micro-organismos. O levantamento apontou que, mesmo sendo o 2° menor em área de extensão no Brasil, o Pampa abriga 9% da biodiversidade do país.

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Essa riqueza natural e ‘mais-que-humana’ tem sido fortemente ameaçada nos últimos anos. Dados do MapBiomas Pampas, indicam que a vegetação nativa cobre menos da metade do Pampa (47,4%), considerando toda sua extensão no Brasil, Argentina e Uruguai. Essas terras têm sido cada vez mais utilizadas para a agropecuária e silvicultura, com destaque para a expansão do cultivo da soja, arroz e eucalipto. Entre 1985 e 2022, foram 9,1 milhares de hectares de vegetação nativa perdida. 

Ele (gato-palheiro-pampeano) é o felino mais ameaçado do Brasil e está entre os felinos mais ameaçados do mundo

Flávia Pereira Tirelli
Pesquisadora do projeto Felinos do Pampa

Quando se trata de degradação ambiental, é comum a associação com o desmatamento, porém, como o Pampa é predominantemente formado por campos (as pastagens ou gramíneas ocupam 32,3% do território do bioma), a lógica é um pouco diferente. “Aqui no Pampa o desmatamento é um ‘descampamento’. Nosso bioma é campestre, temos matas ciliares e de encosta, mas nossa matriz é campestre, e esse ambiente está sendo legalmente destruído”, explica Felipe Bortolotto Peters, doutorando de Biologia Animal na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

De acordo com o pesquisador e fundador do projeto “Felinos do Pampa”, o descampamento ocorre por conta do avanço rural e da desvalorização de outras atividades produtivas, como a pecuária familiar, que possui menos impacto sobre o bioma. “Atuamos junto a empresas em processo de licenciamento, tentando formular planos de manejo que favoreçam a conservação não só das APPs (Áreas de Preservação Permanente), mas que garantam a manutenção de corredores campestres nativos”, complementa sobre o trabalho do projeto, ligado ao Instituto Pró-Carnívoros e ao Geoffroy’s Cat Working Group (organização internacional de pessoas atuam com felinos silvestres na América do Sul).

Entre as espécies que o Felinos do Pampa busca proteger está o gato-palheiro-pampeano (nome científico Leopardus munoai), além de outros como o gato-do-mato-grande, gato-palheiro (outra espécie), gato-maracajá, gato-mourisco – moradores habituais do Pampa – gato-do-mato-pequeno, jaguatirica e puma -(visitantes ocasionais encontrados em áreas de contato com a Mata Atlântica. As principais ações desenvolvidas pelo projeto envolvem:

  • Campanhas de conscientização em escolas e com grupos de produtores rurais;
  • Instalação de placas de sinalização em rodovias, para alertar motoristas sobre a possível presença dos felinos;
  • Campanhas de vacinação em animais domésticos, para evitar a transmissão de doenças para os gatos silvestres;
  • Parcerias com comunidades tradicionais e com outras instituições e organizações que atuam em prol da preservação dos campos nativos.
Imagem com duas fotos coloridas do gato-palheiro-pampeano
Gato geralmente possui pelo cinza, com listras horizontais nas patas; espécie está ameaça por devastação de campos nativos do Pampa – Foto: Felipe Peters

Por que o gato-palheiro-pampeano está tão ameaçado?

Com a transformação dos campos nativos em lavouras de monocultura, o que antes era um local formado por uma ampla variedade de espécies acaba tomado por apenas uma cultura, com o agravamento do uso de agrotóxicos. Esse processo prejudica a alimentação do gato-palheiro-pampeano, baseada em ratos e aves campestres. Com isso, esses animais acabam por buscar comida em outras áreas, muitas vezes galinheiros, o que provoca conflitos com produtores.

Do ponto de vista biológico, o gato-palheiro-pampeano evoluiu para viver em ambientes campestres, por isso, quando se sente ameaçado, ele costuma se abaixar e ficar imóvel. Quando isso ocorre em estradas ou durante a perseguição por humanos acompanhados de cães, essa característica acaba por deixar os felinos mais vulneráveis.

O Rio Grande do Sul é um dos estados que tem a maior diversidade de felinos do Brasil e quase ninguém sabe disso

Flávia Pereira Tirelli
Pesquisador do projeto Felinos do Pampa

Pesquisadora com doutorado em Zoologia, Flávia Pereira Tirelli fez um levantamento para compreender os locais de distribuição da espécie no Pampa. A intenção foi compreender o grau de risco do gato-palheiro-pampeano e fazer estimativas sobre o número de indivíduos na natureza. De acordo com ela, considerando o cenário de criticamente em risco, a pesquisa mostrou que o número da espécie pode variar de 62 a 374, embora outros modelos, com condições ideais de preservação possam apontar a possibilidade de números mais positivos.

“Fomos vendo que as áreas mais adequadas para o gato eram exatamente os locais de campos com gramíneas,  um solo um pouco mais profundo. Só que esses locais são também ótimos para agricultura”, comenta Flávia, que integra o projeto Felinos do Pampa. Um outro elemento constatado pela pesquisa, considerando as áreas onde a espécie foi registrada, indica que menos de 4% dessas terras estão protegidas, ou seja, dentro de APPs.

Entre os biomas brasileiros, o Pampa é o que possui menos áreas protegidas, com apenas  49 unidades que abrangem 3,03% de sua extensão, o que representa cerca de 17,6 milhões de hectares. A elaboração de um plano para frear a perda de vegetação nativa do bioma foi assunto de seminário realizado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).

Recentemente, uma consulta pública foi lançada pela Coalização Pelo Pampa para criar um plano de ações de estímulo ao desenvolvimento da cadeia produtiva da pecuária sustentável em campos nativos do bioma. As propostas buscam a defesa do Pampa no âmbito do Plano Clima Participativo do MMA.

Na visão da pesquisadora do Felinos do Pampa, o aumento de áreas de proteção é essencial para evitar a perda da biodiversidade endêmica e exclusiva do bioma, como é o caso do gato dos pampas. “Essa espécie foi avaliada como criticamente em perigo no Brasil, ou seja um nível antes de extinto na natureza. Então, ele é o felino mais ameaçado do Brasil e está entre os felinos mais ameaçados do mundo”, reforça Flávia. Por conta desse contexto, o animal também foi incluído no Plano de Ação Territorial para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção da Campanha Sul e Serra do Sudeste.

Ações de preservação envolvem placas de sinalização e construções de galinheiros protegidos; atropelamento e caça são perigos enfrentados pelo gato-palheiro-pampeano – Foto: Divulgação/Felinos do Pampa

Diversidade de felinos precisa ser valorizada

O mais recente registro de uma gato-palheiro-pampeano foi feito em uma estrada perto do município de Santana do Livramento (RS). O felino foi visto pela bióloga Luíza de Simoni na Área de Proteção Ambiental (APA) do Ibirapuitã. Flávia Tirelli conta que até pouco tempo o gato-palheiro-pampeano era identificado junto com outra espécie, conhecida como leopardus colocolo. Apenas em 2020 é que o gato dos pampas recebeu uma classificação própria, relacionada à área que costuma ocupar, majoritariamente no Pampa brasileiro.

Entre as possíveis razões para a recente classificação da espécie está a forte semelhança com gatos domésticos. Conforme aponta a doutora em Zoologia, o gato dos pampas se diferencia pelo fato de possuir quase nunca possuir listras e as ter nas patas, sempre na direção horizontal (as espécies domésticas possuem listras na vertical).

“Uma característica que tira qualquer dúvida é o nariz. Um gato-palheiro-pampeano tem aquele nariz que parece um ‘chiclete ploc’. Ele é rosa claro e grandão, bem diferente dos gatinhos domésticos”, destaca Flávia Tirelli. Para fechar, a pesquisadora menciona o formato do rosto que parece direcionado mais para frente do corpo em relação a outros gatos.

Ao falar sobre a importância de evitar a extinção do felino, a especialista ressalta que outras espécies do Pampa também estão ameaçadas, como o gato-do-mato-grande, o gato-maracajá, o gato-mourisco e o gato-palheiro (outra espécie). “O Rio Grande do Sul é um dos estados que tem a maior diversidade de felinos do Brasil e quase ninguém sabe disso”, alerta Flávia.

Campos nativos ameaçados

Outro fator que pressiona a biodiversidade e pode contribuir para o desaparecimento de espécies como o gato-palheiro-pampeano é o PL 364/2019. A proposta ameaça todos os campos nativos brasileiros ao propor sua transformação em “áreas rurais consolidadas”, caso já tenham sido utilizados para pastoreio. De acordo com estimativas, caso aprovado, o projeto poderia afetar 32% do território do Pampa brasileiro.

Professor aposentado da UFRGS, Carlos Nabinger destaca ser essencial trabalhar a preservação do Pampa junto com produtores, afinal de contas, a maior parte do bioma está em áreas privadas. Segundo ele, o incentivo e as vantagens comerciais concedidas para a produção de monoculturas para exportação, as chamadas commodities, acabam por pressionar a maioria dos pecuaristas para a produção de soja. 

Não é pela pouca presença de árvores, ou predominância de vegetação rasteira que não se tem biodiversidade em nosso bioma

Pedro Pascotini
Coordenador da Alianza del Pastizal Brasil

De acordo com o especialista, a supressão da vegetação nativa, o ‘descampamento’ para a implementação de monoculturas, acaba com uma série de serviços ecossistêmicos, como o sequestro de carbono e a retenção de água no solo. “A única coisa que se pensa é: vamos construir açude e represas. Mas onde é que está a maior reserva de água? No solo, desde que bem tratado”, afirma Nabinger, ao fazer referência ao aquífero Guarani, uma das maiores reservas subterrâneas de água doce do mundo.

O docente aposentado também aponta outra ameaça que afeta o Pampa, as espécies invasoras. Entre as que geram maior preocupação está o capim-annoni, um tipo de gramínea que possui comportamento ‘agressivo’ com outras plantas. “É um problema de estado, no meu ponto de vista, assim como é o problema do estado a falta de ordenamento territorial”, acrescenta Nabinger.

Segundo explica o pesquisador, um plano de ordenamento territorial significa fazer uma análise dos ecossistemas para definir quais áreas podem ser usadas para produção e quais devem ser preservadas para evitar desequilíbrios ambientais.

Pecuária familiar possui menos impactos sobre os campos nativos; organizações buscam incentivar sistemas de produção em equilíbrio com a vegetação do Pampa – Foto: Divulgação/Alianza del Pastizal

Organizações defendem pecuária sustentável

Professora de Engenharia Florestal na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Ana Paula Rovedder pontua que é importante lembrar a variedade de vegetação do pampa, considerando os campos e outras áreas, a exemplo de matas ciliares em cursos d’água. “Nós temos um mosaico de tipos vegetações e isso nos garante que tenhamos uma riqueza de espécies, de diferentes portes, diferentes hábitos de vida, e que se especializaram nessas formações vegetais”, complementa.

Pesquisadora com um dos focos voltado para a restauração ecológica, Ana Paula defende uma mudança nos sistemas de produção em prol da valorização da pecuária familiar. “Primeiro, porque é uma vocação desse sistema solo de campo nativo do Pampa, uma vocação natural. E também é um sistema que mantém todo um caráter cultural e histórico e de conhecimentos tradicionais gerados no Pampa”, argumenta a docente da UFSM.

Entre as organizações que atuam com objetivo de promover a pecuária sustentável no Pampa está a Alianza del Pastizal. “Essa iniciativa surgiu da necessidade urgente de proteger um dos ecossistemas terrestres mais ameaçados do planeta: o campestre”, explica Pedro Pascotini, engenheiro agrônomo e coordenador da Alianza del Pastizal Brasil.

Atualmente, 355 propriedades rurais de 44 municípios do Pampa integram a lista de certificação da organização, cobrindo cerca de 177.619 hectares de campos nativos. Um dos critérios para isso é possuir pelo menos 50% do território com vegetação natural (pela legislação, o obrigatório no Pampa é de 20%).

“No posicionamento da Alianza trabalhamos para valorizar a pecuária em campo nativo tornando-a competitiva a outras alternativas de uso do solo. Isso é essencial para preservar os serviços ecossistêmicos intrínsecos à vegetação campestre”, destaca Pedro Pascotini.

O especialista também relata que uma das estratégias utilizadas pela Alianza del Pastizal para medir o nível de preservação de uma área é o monitoramento da fauna de aves. Segundo os dados da entidade, já foram identificadas 288 espécies de aves, das quais 85 são campestres. “Não é pela pouca presença de árvores, ou predominância de vegetação rasteira que não se tem biodiversidade em nosso bioma”, afirma o engenheiro agrônomo sobre a fauna e flora do Pampa.

Supressão de vegetação nativa para cultivo de monocultura da soja no Pampa; avanço rural é principal ameaça à biodiversidade do bioma – Foto: Divulgação/Ibama

Parcerias e estratégias territoriais 

Entre os diferentes projetos e estratégias de financiamento buscados pela Alianza del Pastizal, estão diferentes iniciativas de conscientização de produtores, valorização de sistemas produtivos diversos e parcerias com organizações como o projeto Felinos do Pampa, o que ajuda no monitoramento do gato-palheiro-pampeano. 

De acordo com Flávia Tirelli, o estímulo ao uso sustentável dos campos é uma das formas de garantir a sobrevivência do gato dos pampas, por exemplo ao favorecer a existência de gramíneas altas em áreas de pastagem para os animais. “Esse tipo de pasto alto é ideal para espécies como o gato palheiro e outras espécies de aves campestres”, pontua a especialista e membra da Felinos do Pampa.

Outra organização que atua na proteção do Pampa é o Instituto Curicaca. Conforme explica o agrônomo e coordenador técnico da instituição, Alexandre Krob, entre os focos da iniciativa estão a criação de corredores ecológicos e a conservação da biodiversidade.

“Um outro programa que a gente tem é o de ecodesenvolvimento, onde a gente procura trabalhar com comunidades locais e promover atividades econômicas sustentáveis, alinhadas com a existência de áreas protegidas e espécies que eventualmente estão nesses territórios”, acrescenta Alexandre.

Ave conhecida como “veste amarela” também sofre pressão com avanço rural sobre os campos nativos – Foto: Divulgação/Alianza del Pastizal

Outras espécies em risco

Na lista de ações que ajudam a preservação do Pampa e de outros biomas em que a Curicaca está presente, ainda estão ações de educação ambiental e patrimonial e o desenvolvimento de políticas públicas. Ao ser questionado sobre as características e ameaças ao Pampa, Alexandre cita o risco que diversas espécies endêmicas enfrentam. “Por exemplo, a veste amarela é uma espécie de ave ameaçada de extinção associada ao ambiente campestre”, ilustra o agrônomo.

O coordenador técnico da Curicaca também menciona o avanço das lavouras de soja sobre áreas úmidas, como os banhados típicos do Pampa, o que gera a perda do habitat de espécies aquáticas, como o peixe-anual. “Às vezes, esses peixes-anuais estão localizados em pequenas poças úmidas dentro do ambiente pampeano, onde permanecem no seu ciclo reprodutivo. Só que essas poças acabam sendo drenadas para as lavouras de soja, ou eventualmente para a pecuária, porque mesmo sendo uma atividade econômica mais favorável para o meio ambiente, depende do tipo de intervenção”, descreve Alexandre.

Na visão do agrônomo, são necessárias novas políticas públicas que reconheçam e valorizem o que existe no Pampa brasileiro. Como exemplo, Alexandre aponta a importância de ações de apoio à pecuária familiar de baixo impacto ambiental. “O Pampa é um bioma que tem ficado nas margens das preocupações nacionais e internacionais na conservação da biodiversidade brasileira. Então, evidentemente, ele é o primo pobre”, afirma.

De acordo com Carlos Nabinger, uma das alternativas para reverter o ‘descampamento’ da vegetação nativa e ajudar na conservação do Pampa está na utilização de máquinas para colher sementes dos campos que restam. A intenção depois é analisar e encontrar formas de fazer essas sementes germinarem em áreas degradadas. “Será que a gente consegue recuperar a microfauna e microflora do solo, responsável pela manutenção da sua fertilidade? É uma área nova que lamentavelmente estamos acordando agora”, enfatiza o pesquisador. O futuro do gato-palheiro-pampeano e diversas outras espécies depende dessas ações e políticas.

Micael Olegário

Jornalista formado pela Universidade Federal do Pampa (Unipampa). Gaúcho de Caibaté, no interior do Rio Grande do Sul. Mestrando em Comunicação na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Escreve sobre temas ligados a questões socioambientais, educação e acessibilidade.

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