ODS 1
Incêndio em pavilhão atrasa ainda mais negociações na COP30


Fogo leva pânico e correria à Zona Azul, que foi evacuada pelos bombeiros; com negociações suspensas até a noite. Conferência só vai acabar no fim de semana


(De Belém, Pará) – Negociadores ainda tentavam avançar em consensos sobre os temas mais inflamáveis da COP30 – como o mapa do caminho para fim do uso de combustíveis fósseis e o financiamento para adaptação climática – quando um incêndio atingiu a Zona Azul, área de acesso restrito, dedicada às negociações oficiais entre os países e aos pavilhões oficiais, da conferência em Belém, no começo da tarde desta quinta-feira (20/11).
O fogo causou pânico e correria e o local foi evacuado pela equipe de segurança – em consequência, as reuniões foram interrompidas e as negociações só foram retomadas à noite. Os portões da Zona Azul foram reabertos às 20h40 e as atividades normais retornaram nesta sexta-feira (21/11) após às 8h – dia previsto para o encerramento da COP30. A exceção são alguns pavilhões de países que foram atingidos pelo fogo e ficarão isolados.
Durante a madrugada, diplomatas voltaram a se reunir para debater os temas centrais da COP30: no começo da manhã, os negociadores e observadores da sociedade civil há tinham em mãos o rascunho do “Pacote de Belém” fechado na madrugada. Mas a própria presidência brasileira da COP30 não acredita mais que a Conferência do Clima termine: como nas últimas reuniões climáticas, os documentos finais só devem sair no fim de semana.
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Veja o que já enviamosDe acordo com as informações iniciais dos bombeiros, o fogo começou no pavilhão do Grupo do Leste da África por volta de 14h30 e teria sido gerado com a sobrecarga de uma ligação elétrica. As chamas subiram rápido, mas não se espalharam. “A organização da COP30 informa que o incêndio ocorrido na região de pavilhões da Blue Zone está controlado e não deixou feridos. As equipes de bombeiros e segurança atuaram prontamente e seguem monitorando o local”, disse a nota oficial da Presidência da COP. Porém, 13 pessoas tiveram de ser atendidas no local por inalação de fumaça e seus estados de saúde estão sendo monitorados.
A Zona Azul (Blue Zone), é o principal espaço da Conferência do Clima; é a área onde estão as salas onde se reúnem os negociadores e ministros. Também é o espaço onde países montam seus stands para divulgar projetos e iniciativas. A região dos pavilhões, onde o fogo começou, fica na entrada da Zona Azul e funciona como vitrines para que cada país apresente suas estratégias, soluções e iniciativas, servindo de palco para painéis, encontros bilaterais e atividades paralelas relacionadas às negociações climáticas.
O ministro do Turismo, Celso Sabino, foi a primeira autoridade a falar com os jornalistas para adiantar que o incêndio havia sido controlado e não havia feridos, mas era necessária a evacuação do local. “É procedimento padrão evacuar uma área, nós estamos aqui com milhares de pessoas”, disse Sabino. O ministro que os materiais que revestem os pavilhões do local são feitos com materiais antichamas e resistentes a incêndios. “Não é porque é em Belém… Esse princípio de incêndio poderia acontecer em qualquer lugar do planeta Terra. A população de Belém já não está aguentando mais esse tipo de preconceito”, afirmou Sabino, que é paraense.


Guterres foca em combustíveis fósseis e adaptação
Antes do fogo, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, chegou a Belém (PA), para pedir urgência e destacar que a crise climática está causando prejuízos bilionários em todo o mundo e que é preciso enfrentar a contribuição dos combustíveis fósseis para as emissões globais. “Não há solução para os problemas climáticos se não houver simultaneamente uma transição justa dos combustíveis fósseis para as energias renováveis”, disse Guterres.
Guterres elogiou os esforços da presidência brasileira da COP30 para construir um resultado positivo até o final da cúpula. E pediu às delegações que demonstrem disposição e flexibilidade para entregar resultados que protejam as pessoas e mantenha viva a meta de 1,5°C. “Todas as delegações têm do dever de alcançar um acordo balanceado”, discursou.
O secretário- geral da ONU admitiu dificuldades nas negociações sobre financiamento climático, principalmente para adaptação. “Em todas as negociações há uma fase em que as posições são ainda divergentes. Para mim, é claro que o acordo só será possível se levar em conta as preocupações daqueles que consideram que a adaptação necessita de um volume de recursos substancial e aqueles que consideram que há pouco valor para financiar a adaptação”, afirmou Guterres.
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Texto produzido pelos jornalistas da redação do #Colabora, um portal de notícias independente que aposta numa visão de sustentabilidade muito além do meio ambiente.










































