ODS 1
Edital destina R$1,8 milhão para projetos ambientais comunitários na Mata Atlântica
Fundo Casa Socioambiental apoiará 40 iniciativas para a conservação e revitalização do bioma; inscrições vão até 27 de junho
O edital “Fortalecendo Comunidades para Conservação e Revitalização da Mata Atlântica e Resiliência Climática”, lançado pelo Fundo Casa Socioambiental, vai destinar R$1,8 milhões para iniciativas de base comunitária na região abrangida pela Mata Atlântica. Ao todo, serão apoiados cerca de 45 projetos com recursos de até R$ 40 mil destinados para cada iniciativa. O prazo de inscrição para o edital, que marca a inauguração do Programa Mata Atlântica do Fundo Casa, vai de sábado, 27 de maio, até 27 de junho. As inscrições devem ser feitas pelo site da organização.
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A chamada é destinada a associações comunitárias, organizações de base e comunidades locais que atuam com enfoque socioambiental em territórios localizados nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A escolha dos estados elegíveis leva em consideração a localização dos principais remanescentes da Mata Atlântica e, também, as regiões que sofrem as maiores ameaças, como a especulação imobiliária.
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Veja o que já enviamosOs eixos temáticos da chamada estão relacionados à restauração com base em sistemas agroflorestais, fortalecimento comunitário, geração de renda, comunicação e educação comunitária. “Esta chamada é importante pois destinará apoio para um bioma ao qual temos dificuldade de mobilizar recursos, pois muitos dos nossos financiadores possuem foco na Amazônia. Ao longo da história da ocupação do território brasileiro, a Mata Atlântica vem sofrendo muitas ameaças de destruição, então, é muito importante apoiarmos projetos voltados à sua recuperação e preservação”, afirma Claudia Gibeli, gestora de programas do Fundo Casa Socioambiental.
Em 2022, cerca de 65% dos apoios do Fundo Casa foram destinados aos biomas Amazônia, Cerrado e Caatinga, ante 25% destinados à Mata Atlântica. Com a criação do Programa Mata Atlântica, a expectativa é que os apoios possam ser melhor distribuídos. “A Amazônia é muito importante em termos de preservação da biodiversidade, comunidades tradicionais e para o equilíbrio do clima do planeta, contudo, não podemos desconsiderar o papel da Mata Atlântica também com relação à preservação da biodiversidade, produção de água e alimento, assim como as comunidades tradicionais que vivem neste bioma e que são fundamentais para a subsistência de um número considerável de pessoas”, ressalta Claudia Gibelli.
A Mata Atlântica é um dos biomas mais diversos do território nacional, lar de mais de duas mil espécies de fauna e 20 mil espécies vegetais. Além disso, 72% da população brasileira está concentrada em regiões de seu domínio – a Mata Atlântica garante o abastecimento de água para mais de 100 milhões de pessoas. O bioma, entretanto segue como um dos mais ameaçados biomas do Planeta, constituindo-se em um dos 36 hotspots de biodiversidade (lugares que possuem uma biodiversidade extremamente rica e, ao mesmo tempo, ameaçada de extinção, especialmente pela ação humana). Foi decretada Reserva da Biosfera pela Unesco e Patrimônio Nacional, na Constituição Federal de 1988 mas restam apenas pouco mais de 12% da mata original, sendo o bioma mais devastada do país.
O Fundo Casa vem, ao longo de seus quase 30 anos de atuação no Brasil, trabalhando com estratégia para oferecer apoios na medida adequada a organizações que estão começando, ou que possuem dificuldade para acessar recursos de outra maneira, porém, com uma visão sistêmica e distribuída, impulsionando processos positivos para organizações, comunidades e o meio ambiente. Desde 2005, a organização busca também dar apoio financeiro e fortalecer capacidades de iniciativas da sociedade civil em toda a América do Sul.
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Texto produzido pelos jornalistas da redação do #Colabora, um portal de notícias independente que aposta numa visão de sustentabilidade muito além do meio ambiente.