ODS 1
A arte sem plateia em tempos de quarentena
Fotógrafo Custodio Coimbra faz seleção de imagens inspiradoras sobre a arte impermanente de muros, fachadas e portas. É o encontro da fotografia e do grafite
(Texto: Cristina Chacel) A melancolia está no ar. Sem gente, a arte impermanente de muros, fachadas, portas, janelas, becos, viadutos, feita ao improviso e sem pedir licença, invade a fotografia, que dela se apropria para provocar outro olhar, talvez mais distante, sem a referência da rua. Ou quem sabe mais intrigante, exatamente pela ausência dela.
A cidade é onipresente. Uma hipótese, uma sugestão de vazio. Ela se reflete em rastros, manchas, pistas, sombras, vestígios, tinturas, ranhuras, inscrições. Acumula impressões de uso e reuso dos suportes urbanos de obras que contêm passado e história. Marcas efêmeras da passagem do tempo. A tela, aqui, é a cidade do Rio de Janeiro.
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Fotógrafo de imprensa há 36 anos, Custodio Coimbra, 61 anos, passou pelos principais jornais do Rio e há 25 anos trabalha no jornal O Globo. Nascido no Rio de Janeiro, é hoje um artista requisitado entre colecionadores do mercado de fotografia de arte. Além de fotos divulgadas em jornais e revistas mundo afora, participou de dezenas de mostras coletivas no Brasil e no exterior. Tem sua obra identificada com a história e a paisagem do Rio de Janeiro.
arte sem plateia sem gente a arte permanente nas ruas talvez mais uma sugestao de vazio ela aparece em expressões diferentes e também aparece em muros, portas, janelas, becos e viadutos sta evocação virtuosa de acasos, as imagens são colhidas em tributo a quem inventa e transforma as ruas. Gente em trânsito, em circulação, que cria muitas narrativas, todas do tempo presente. Gente como Chico Silva, Kdoum, Cety, Tuiu, Di Couto, Amora, Dolores, Nobã, Iogs, Pia, Preá, Gais, Acme e Ment, narradores contemporâneos das grandes cidades do mundo.