Coca-Cola Company e a água na América Latina: ‘Quando as pessoas se sentem parte da solução, tudo ganha força’

Andréa Mota, diretora de Sustentabilidade e Relações com a Comunidade da Coca-Cola América Latina

Durante a Semana Mundial da Água, a diretora de Sustentabilidade e Relações com a Comunidade da Coca-Cola fala sobre os planos da companhia para a proteção do meio-ambiente

Por Vinicius Barros | Conteúdo de marcaODS 6 • Publicada em 16 de setembro de 2021 - 14:30 • Atualizada em 22 de setembro de 2021 - 14:19

Andréa Mota, diretora de Sustentabilidade e Relações com a Comunidade da Coca-Cola América Latina

A diretora de Sustentabilidade e Relações com a Comunidade da Coca-Cola para a América Latina, Andrea Mota, está convencida de que as maiores conquistas na proteção do meio ambiente são sempre produto de um trabalho conjunto com as pessoas nele inseridas. Por isso, sua principal ênfase ao falar dos planos da companhia está no trabalho das comunidades e no empoderamento das populações para que possam alcançar melhores condições de vida.

Na Semana Mundial da Água, Andrea fala sobre o conceito de replenishment, que move a Coca-Cola Company; além do tema de acesso a água segura, os planos e objetivos para o futuro, e o compromisso com a gestão responsável.

O que a Coca-Cola quer dizer quando utiliza o conceito de “replenishment”?

Replenishment é a nossa capacidade de devolver ao meio-ambiente uma quantidade de água equivalente à que usamos na produção das nossas bebidas. Para nós, é muito importante ter ações que garantam que teremos água disponível para as nossas comunidades, para as pessoas que vivem nos lugares em que operamos, para o planeta e a natureza.

“Esta é uma parte muito importante para garantir a sustentabilidade dos projetos: envolver as comunidades desde o início, para que elas também sejam parte da solução. Sempre começamos com bate-papos e encontros, e as definições são feitas em conjunto, de modo que as pessoas sejam parte da solução”

E qual é o mecanismo para conseguir isso?

Este foi um desafio que nos propusemos globalmente há muitos anos. Na América Latina, conseguimos em 2018 100% de replenishment, de neutralidade. Isso se dá por meio de muitos projetos em conjunto com parceiros que atuam em diversas regiões e têm diferentes formas. Por exemplo, projetos de conservação de bacias hidrográficas para garantir que as comunidades as utilizem de forma responsável e sustentável, ou projetos de reflorestamento, entre muitos outros. Os programas são realizados sempre por parceiros que atuam nas comunidades das regiões em que estamos presentes.

A Coca-Cola América Latina quer que seus projectos continuem, depois de aplicados nas diferentes regiões, e para isso é fundamental o apoio das comunidades. Que fórmula encontraram para que as pessoas se unam aos projetos e cuidem do seu entorno?

Esta é uma parte muito importante para garantir a sustentabilidade dos projetos: envolver as comunidades desde o início, para que elas também sejam parte da solução. Sempre começamos com bate-papos e encontros, e as definições são feitas em conjunto, de modo que as pessoas sejam parte da solução, e tudo ganha força. É importante porque são eles os grandes beneficiários, por isso é bom fazê-lo dessa forma.

É fundamental que as pessoas entendam que nós não queremos projetos que comecem, tenham uma certa duração e que, quando saiamos dali, as coisas voltem a ser como antes. O importante é que saibam que elas são as donas desse lugar e as responsáveis pelo meio ambiente. Elas precisam garantir que os projetos sigam adiante.

Eu tive a oportunidade de visitar alguns projetos, que são específicos para cada comunidade, e é impressionante como eles mudam a vida das pessoas. Cada lugar tem uma necessidade diferente, e o primeiro passo é identificá-la em conjunto com os líderes comunitários. Nosso papel é articular os parceiros para desenhar soluções conjuntamente. É importante que a comunidade beneficiada lidere e se sinta dona do processo. E, quando começam a ver os resultados, quando veem que a água limpa chega até eles depois de tanto tempo, é uma alegria. Dá para ver nos olhos deles, nas crianças que já não estão chateadas porque a água agora é boa, limpa, cristalina, exatamente como aprendemos na escola. É impressionante ver o impacto que isso tem na vida das pessoas. Essa transformação é real.

“Devemos ajudar a garantir que a água das comunidades e regiões onde atuamos esteja preservada e que as pessoas tenham acesso a ela. É o papel das companhias que têm a visão de responsabilidade de impacto social e ambiental”

Nesses processos também se fala de resiliência. O que fazer para construir comunidades resilientes, conscientes da necessidade de cuidar do lugar em que vivem?

É muito importante a educação sobre o cuidado da água como recurso natural, ao que deve somar-se a parte do comportamento, da consciência maior, um componente crucial do trabalho que fazemos em conjunto com nossos colaboradores. É uma evolução gradual. As pessoas veem o resultado e começam a se sentir donas do processo, empoderadas para atuar, porque na realidade elas são as protagonistas dessa mudança.

Na América Latina, há cerca de 80 milhões de pessoas sem água segura, e a Coca-Cola Company tem o projeto de conseguir que, até 2030, haja 5 milhões de pessoas com acesso. Como se está trabalhando para isso?

Esta é uma segunda frente de ação. Quando trabalhamos para garantir a saúde das bacias, o replenishment, muitas vezes encontramos comunidades que têm água em abundância, mas que não chega com qualidade. Isso acontece em muitos lugares. Aqui, o olhar que temos é novamente o de trabalhar muito em conjunto com as comunidades. Não há uma solução pronta para aplicar a todo mundo. Por exemplo, em certos lugares precisamos de energia para levar água às casas ou de uma tecnologia para a depuração da água. Depende de cada situação. Hoje, há mais de 700 mil pessoas impactadas por nossos programas ativos em diversos países. Sabemos que tem muita gente hoje sem acesso à água segura, e é algo que não nos deixa tranquilos.

Comunidade Vila Amazonas recebe tecnologia de acesso a água e saneamento do Programa Cisterna, que tem como gestor na região o Projeto Saúde e Alegria (Foto: Divulgação / PSA)

Uma vez que o objetivo de 2030 seja cumprido, acha que será possível ampliá-lo e alcançar mais comunidades?

Sempre. Quando se trabalha com impacto social, quanto mais parceiros e organizações tivermos, melhor. Nossa ideia é trabalhar juntos para ter mais gente impactada. Tomara que não haja nenhuma pessoa sequer sem acesso à água, porque, se paramos para pensar, estamos falando de algo muito básico, não é nenhum luxo. É água segura, e todos deveríamos ter acesso, de modo que gostaríamos que mais e mais pessoas pudessem tê-lo. É nossa obrigação, como empresa que produz bebidas e que usa a água em seu processo produtivo, fazer um uso responsável do recurso natural. Além disso, devemos ajudar a garantir que a água das comunidades e regiões onde atuamos esteja preservada e que as pessoas tenham acesso a ela. É o papel das companhias que têm essa visão de responsabilidade de impacto social e ambiental, e estou muito contente de que a Coca-Cola Company e as suas engarrafadoras tenham esse olhar, que vai muito além do negócio e busca um impacto para as comunidades e a natureza.

A companhia tem inúmeros projetos que giram em torno do cuidado com o meio ambiente, mas há uma ênfase especial no tema da água. É o projeto mais importante?

Não tenho a menor dúvida. Creio que a água é a nossa prioridade número um, e temos muitos projetos para assegurar essa gestão responsável.

Entrevista originalmente publicada no site da Coca-Cola Brasil.

Vinicius Barros

Estudante de Comunicação Social das Faculdades Integradas Hélio Alonso, no Rio de Janeiro. Tem experiência em jornalismo cultural e cobertura de eventos pelo Senta Aí, portal de cultura digital. Em 2020, entrou como estagiário para a equipe do #Colabora e do #Colabora Marcas.

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