A Vigilância Epidemiológica de Foz do Iguaçu confirmou nesta quinta-feira (16/07) mais 168 casos de covid-19 no município, o maior número em 24h desde o início da pandemia: no total, a cidade registra 2.168 casos da doença. Foram 99 mulheres e 69 homens diagnosticados, com idades entre 6 meses e 78 anos. Dos 45 leitos de UTI disponíveis em Foz de Iguaçu, 42 estão ocupados e somente três disponíveis. A cidade, na fronteira com Paraguai e Argentina, já registrou 20 mortes pela covid-19. A prefeitura estabeleceu toque de recolher no bairro do Morumbi, considerado epicentro da doença no município. O Paraná é um dos estados com avanço mais acelerado da pandemia: chegou, na quinta, a 48,863 casos e 1227 mortes.
Na área sombreada do painel desenvolvido pela Unila, é possível visualizar o conjunto de medidas implementados pela prefeitura, eventos importantes, feriados e resultados de inquéritos sorológicos, entre outros dados. Clicando sobre as datas, é possível visualizar dados específicos relacionados àquele dia – número de casos acumulados, os novos casos, casos ativos e óbitos – e, ainda, se houve alguma ação implementada.
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O painel mostra, por exemplo, que no inquérito sorológico do dia 14 de maio o índice de pessoas que tiveram contato com o vírus, em Foz do Iguaçu, era de 4% e que, em 24 de junho, esse índice chegou a 28%. “A gente costuma ver os gráficos sempre isolados das informações. A nossa intenção ao fazer o gráfico foi oferecer às pessoas um panorama mínimo das informações. Nosso objetivo é que a pessoa sozinha consiga olhar esse histórico recente e acompanhar. E como o gráfico é interativo, ao clicar nas bolinhas de cada curva, são abertos pop-ups com mais informações”, comenta Elaine Della Giustina Soares, professora da Unila e coordenadora do trabalho.
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No gráfico, as ações estabelecidas por decreto somente foram acrescentadas no dia de sua implementação, e não no dia da publicação do documento. Essa é a mesma metodologia utilizada para o caso de aquisição de equipamentos ou liberação de mais leitos: somente foram incluídos no gráfico no dia em que começaram a ser usados ou estavam disponíveis para uso. “Fica mais fácil de entender o que aconteceu. Ajuda a sintetizar os eventos”, diz Elaine. Outra informação que consta no gráfico é a do período provável de infecção para os casos confirmados. O número de casos publicados no Boletim Epidemiológico para um dia específico se refere a infecções adquiridas no intervalo entre 10 e 20 dias antes da confirmação.
Média Móvel
O grupo de trabalho que desenvolveu o painel optou por incluir, também, a média móvel dos casos de Covid-19 na cidade. A média móvel é calculada a partir de medidas sequenciais. No caso, a medida é de cinco dias, o que seria suficiente para captar o cenário de curto prazo. “O que a média móvel faz? Em alguns dias, os números de casos ativos notificados variam muito, para cima, ou para baixo, da tendência geral. A média móvel consegue equilibrar. Pode ser que o resultado do exame demorou muito pra sair ou que não tenha dado tempo de contabilizar todos os casos no boletim daquele dia. A média móvel corrige isso. E ela é exponencial: não é pegar cinco dias e dividir por cinco. Cada dia tem um peso diferente e, quanto mais recente, o peso é maior”, explica Elaine.
O professor Luiz Roberto Ribeiro Faria Junior, que também trabalhou na estruturação do painel, explica que a vantagem da média móvel é que ela consegue corrigir eventuais desvios que possa haver de um dia para o outro em razão de dificuldades no processo de organização das informações. “Por ser um problema epidemiológico, os valores mais recentes devem ter mais peso, é aquilo que está acontecendo mais próximo”, diz. “Na minha opinião – e isso é questão de interpretação –, o valor da média móvel oferece uma ideia de tendência maior que leituras isoladas”, diz.
O trabalho de construção do painel teve início em maio e é o segundo estudo do Grupo de Trabalho de Projeções da Unila a ser divulgado. A equipe reúne profissionais e pesquisadores das áreas de Saúde Coletiva, Medicina, Epidemiologia, Biologia, Comunicação, Geografia, Física e das Engenharias. Com os estudos, o GT pretende fornecer informações científicas à população de Foz do Iguaçu e auxiliar na tomada de decisões das autoridades do município. O GT de Projeções faz parte de uma das nove ações institucionais de enfrentamento da Covid-19, promovidas pela UNILA com o apoio da comunidade externa.
[g1_quote author_description_format=”%link%” align=”none” size=”s” style=”solid” template=”01″]A série #100diasdebalbúrdiafederal terminou, mas o #Colabora vai continuar publicando reportagens para deixar sempre bem claro que pesquisa não é balbúrdia.
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