ODS 1
Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares. Conheça as reportagens do Projeto Colabora guiadas pelo ODS 1.
Veja mais de ODS 1O #Colabora está completando seis anos em novembro e, para celebrar, vai republicar e repostar 30 reportagens que marcaram a nossa história. Este guia sobre uso de máscaras de distanciamento após a vacinação, feito por Aydano André Motta com ilustrações de #Claudia Duarte, foi uma das nossas contribuições para difundir informações úteis durante a pandemia.
(Ilustrações de Claudio Duarte) Para começar, as boas notícias: estamos mais perto do fim do que do começo da longa jornada de perdas e privações imposta à humanidade na pandemia. As vacinas cumprem seu papel e, conforme vão sendo aplicadas na população, casos e óbitos da covid-19 diminuem. A ciência também avançou rapidamente no conhecimento do coronavírus e sabe hoje da eficiência de máscaras, da importância da ventilação dos ambientes, do valor da higiene das mãos.
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Mas chegar de verdade ao fim da odisseia ainda impõe muitas obrigações. Para atualizar o corolário de precauções e protocolos na crise sanitária, o #Colabora apresentou 15 atos do cotidiano ao pesquisador Carlos Machado, coordenador do Observatório Covid-19 da Fiocruz, que orienta como proceder, a partir das duas doses de vacina aplicadas.
(Antes, convém lembrar que o efeito da proteção não é imediato. Infelizmente, não dá para tomar o caminho do botequim, do baile funk ou da praia. O corpo humano leva, em média, 14 dias para produzir a resposta imune, nome técnico da proteção contra o coronavírus. Assim, calma!)
Um por um, movimentos e precauções para quem tomou as duas doses da vacina.
“É fundamental usar a máscara, pelo risco de transmitir e ser infectado. Deve ser sempre a melhor máscara possível, ou as do modelo N95/PFF2 ou as de pano com três camadas. Se possível, os veículos devem trafegar com meia lotação, no máximo. Nos transportes na superfície, o ideal é que as janelas estejam abertas.”
“Sem muita gente por perto (de manhã bem cedo ou à noite), dá até para abrir mão da máscara, especialmente quem não mora com idosos ou portadores de comorbidades. Com a presença da variante Delta, não convém se arriscar em aglomerações, mesmo pequenas. Nos ambientes abertos, como os citados, a transmissão é menor, mas não é nula.”
“Nos exercícios de performance, como corridas, é dispensar a máscara, se não houver gente por perto. Caso contrário, melhor usar a máscara. Em esportes coletivos, como peladas ou futevôlei na praia, recomendo a máscara cirúrgica.”
“Sempre com máscara e mantendo distanciamento dos outros alunos, na medida do possível.”
“Depende também do horário. A praia naquele estilo carioca, lotado em domingos de sol, ainda é impensável. Mas em horários que possibilitem ficar sem outras pessoas por perto – de manhã cedo ou no fim da tarde, por exemplo – dá para ir.”
“Só em ambientes abertos, com mesas distantes umas das outras e o lugar mais vazio possível, porque é necessário tirar a máscara para comer e beber. Não dá nem para passar perto de restaurante com fila.”
“Necessário ficar de máscara o tempo inteiro, por serem ambientes fechados, com refrigeração.”
“Apesar de não serem lugares fechados, a máscara deve ser usada o tempo todo, pela quantidade de pessoas. Muita gente circulando aumenta o risco de transmissão.”
“O ideal é cliente e cabeleireiro ficarem de máscara bem ajustada o tempo todo Quando for cortar perto da orelha, a pessoa deve segurar a máscara bem firme contra o rosto. Se possível, o salão tem que manter portas e janelas abertas.”
“Ainda não é o momento. Estamos com mil óbitos por dia. Precisamos esperar mais um pouco.”
“Idealmente, com público reduzido, de máscara e vacinação comprovada, seria possível. Mas sabemos que não é assim que funciona. É da natureza da torcida gritar, se abraçar, se aglomerar para entrar e sair. Mesmo sendo local aberto, há muitos riscos.”
“Não pode. Não é o momento mesmo. Nesses eventos, as pessoas ficam juntas por muito tempo, bebem, comem, dançam, não há como usar máscara. Não é adequado no cenário atual.”
“Depende do local e da estrutura do consultório. Mas as pessoas precisam se planejar para ir às consultas, porque a descontinuidade de tratamentos é um efeito colateral cada vez mais importante da pandemia. Não dá para adiar mais.”
“Dentistas estão entre os profissionais que mais se protegem, pela natureza de seu trabalho, desde o início da pandemia. Então, é possível retomar – e deve ser feito o quanto antes.”
“Depende. Se não há idoso na casa e todos estão vacinados, é possível. Mas não pode ser muita gente. E as janelas precisam ficar abertas, para melhorar a circulação de ar.”
O pesquisador alerta que a pandemia parece estar fazendo a volta, exumando panorama semelhante ao do início da crise. “A vulnerabilidade de idosos e dos portadores de comorbidades ficou mais evidente”, atesta. “Mesmo com a vacina eles não estão totalmente imunes e podem evoluir para casos graves. A vacina reduz as possibilidades da doença, mas não elimina totalmente”, sublinha Machado.
Aqui, há mensagem importante: as vacinas não geram proteção absoluta, definitiva. “A ânsia de propagar a eficácia das vacinas gerou a ilusão de proteção total”, pondera o pesquisador. “O cenário ainda é de muita vigilância e precaução. Mas falta pouco”, anima-se . “Estamos num momento de transição e a vacinação vai se ampliar nos próximos dois meses”.
Niteroiense, Aydano é jornalista desde 1986. Especializou-se na cobertura de Cidade, em veículos como “Jornal do Brasil”, “O Dia”, “O Globo”, “Veja” e “Istoé”. Comentarista do canal SporTV. Conquistou o Prêmio Esso de Melhor Contribuição à Imprensa em 2012. Pesquisador de carnaval, é autor de “Maravilhosa e soberana – Histórias da Beija-Flor” e “Onze mulheres incríveis do carnaval carioca”, da coleção Cadernos de Samba (Verso Brasil). Escreveu o roteiro do documentário “Mulatas! Um tufão nos quadris”. E-mail: [email protected] Escrevam!