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OMS eleva risco de epidemia mundial de coronavírus para ‘muito alto’
Os países devem agir de maneira rápida e robusta para conter a epidemia de coronavírus COVID-19, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira (28), ao elevar a avaliação de risco global da infecção para “muito alta”. O anúncio foi feito depois que o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, recebeu dados que mostram que nas últimas 24 horas a China registrou o menor número de casos em mais de um mês (329), com 78.959 no total.
[g1_quote author_name=”Antonio Guterres” author_description=”Secretário-geral da ONU” author_description_format=”%link%” align=”left” size=”s” style=”simple” template=”01″]O maior inimigo no momento não é o vírus. É o medo, são os boatos e o estigma
[/g1_quote]Mais de 36.000 pessoas também se recuperaram do COVID-19 somente na China, disse a OMS. Em entrevista nesta sexta-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu a todos os governos que intensifiquem esforços e façam todo o possível para conter a doença, sem estigmatização e com respeito aos direitos humanos. Ele também pediu solidariedade e apoio global.
Ao repetir o alerta de Tedros, o secretário-geral da ONU enfatizou a importância da preparação, e não do pânico. “O maior inimigo no momento não é o vírus. É o medo, são os boatos e o estigma”. O mundo continua registrando um aumento nas infecções, com 4.351 casos confirmados em 49 países e 67 mortes.
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Veja o que já enviamosTedros disse que, embora o aumento do número de casos e de países afetados nos últimos dias seja preocupante, não havia evidências de que o vírus se espalhe livremente nas comunidades. Ele acrescentou que 24 casos de infecção foram exportados da Itália para 14 países e 97 casos foram exportados do Irã para 11 países.
“O aumento contínuo do número de casos e o número de países afetados nos últimos dias são claramente preocupantes”, disse ele. “Nossos epidemiologistas têm monitorado esses desenvolvimentos continuamente e agora aumentamos nossa avaliação do risco de propagação e do risco de impacto do COVID-19 para muito alto no nível global.”
Na Nigéria, onde o primeiro caso de infecção foi confirmado e isolado, a agência da ONU disse ter “grande confiança” de que o país poderá conter o vírus. Isso se deve ao fato de a Nigéria ter tido sucesso ao lidar com outros surtos de doenças, como a febre de Lassa e o sarampo — e investido significativamente para fazer isso, disse Mike Ryan, chefe para o Programa de Emergências em Saúde da OMS.
Atualmente, mais de 20 vacinas estão em desenvolvimento em todo o mundo, juntamente com vários medicamentos terapêuticos; os primeiros resultados são esperados em semanas, disse Tedros.
Sintomas e prevenção
Enquanto isso, a melhor coisa que as pessoas podem fazer é ser diligentes em relação à sua higiene pessoal, insistiu o diretor-geral da agência de saúde da ONU, e ficar atentas aos sintomas, que incluem tosse seca e febre.
Para a prevenção, é particularmente importante lavar as mãos com sabão ou álcool gel, espirrar ou tossir em um lenço ou na dobra do braço, e ficar em casa em caso de sintomas.
Explicando as implicações da mais recente avaliação de ameaças, Ryan disse que, embora fosse o nível mais alto de alerta, o objetivo era incentivar os países a agir, em vez de alarmá-los.
“Precisamos desacelerar esse vírus, porque os sistemas de saúde em todo o mundo — e quero dizer no Norte e no Sul — simplesmente não estão prontos. O risco de disseminação aumentou claramente, mas o risco de impacto também subiu por causa do que vemos em sistemas de saúde em todo o mundo.”
“É hora de se preparar. É hora de agir, e as pessoas precisam fazer uma verificação da realidade agora e realmente entender que é necessária uma abordagem de todos os governos e sociedades.”
Ecoando a necessidade de ações agressivas, como a implementada pela China, a Dra. Maria Van Kerkhove, da OMS, observou que outros países que seguiram sua liderança obtiveram sucessos semelhantes na contenção do vírus, resultando em um espaço valioso para a respiração de seus sistemas de saúde.
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Oscar Valporto é carioca e jornalista – carioca de mar e bar, de samba e futebol; jornalista, desde 1981, no Jornal do Brasil, O Globo, O Dia, no Governo do Rio, no Viva Rio, no Comitê Olímpico Brasileiro. Voltou ao Rio, em 2016, após oito anos no Correio* (Salvador, Bahia), onde foi editor executivo e editor-chefe. Contribui com o #Colabora desde sua fundação e, desde 2019, é um dos editores do site onde também pública as crônicas #RioéRua, sobre suas andanças pela cidade