O presidente Jair Bolsonaro não tem feito qualquer esforço para salvar vidas e conter o avanço do coronavírus no território nacional. Embora o Art. 21 da Constituição Federal diga que compete à União “Assegurar a defesa nacional”, o presidente da República não conseguiu (na verdade nem tentou) fazer uma barreira sanitária para impedir a invasão do inimigo e para evitar baixas, como fizeram dezenas de países sem nenhuma morte pela covid-19, segundo mostrou Agostinho Vieira, aqui no #Colabora (14/05/2020).
Embora o Art. 5º da Constituição de 1988 garanta a todos os brasileiros a “inviolabilidade do direito à vida” o presidente Bolsonaro não se cansa de contrariar o dispositivo constitucional e de zombar do Artigo 3º da Declaração Universal dos Direitos Humanos que diz: “Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal”.
Desta forma, ao invés de mobilizar a nação para a defesa da pátria e a defesa da vida, o comandante máximo da República se esquiva das responsabilidades, desrespeita os protocolos de conduta e faz piada do sofrimento de seu povo. Quando instado a comentar sobre as cinco mil vidas perdida para a covid-19 no momento em que Brasil ultrapassou os óbitos da China, Bolsonaro disse: “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”.
Obviamente, a Constituição Federal exige que o presidente do Brasil mobilize todos os recursos disponíveis para salvar vidas e controlar a pandemia. Mas o presidente Bolsonaro parece estar se lixando para a Carta Magna e até mesmo para os mais básicos sentimentos cristãos de compaixão, pois depois de tantas declarações absurdas e infelizes, resumiu seu pensamento de forma crua e nua: “A gente lamenta todos os mortos, mas é o destino de todo mundo”.
Ou seja, de maneira inimaginável, o chefe máximo da nação abdica do dever de salvar vidas. E o mais desesperador é que, no momento que o país está tomado por um inimigo invisível que provoca doença e mortes em cascata, o comandante supremo das forças nacionais abandona as tropas, deserta do combate e entrega seu povo à própria sorte. Ao invés de opor resistência ao inimigo, covardemente, abandona a batalha sem luta. Para quem banaliza a morte, glorifica a violência e a arruína um país só há duas classificações: ou é um traidor ou é um quinta-coluna. Todavia, não estão descartadas as duas alternativas simultaneamente.
Parece que o Palácio do Planalto aposta na política de quanto pior, melhor. Mudar dois ministros médicos em meio da pandemia é, no mínimo estranho. A demissão do ministro Luiz Henrique Mandetta – que vinha fazendo um bom trabalho com base na ciência e nos protocolos da Organização Mundial de Saúde (OMS) – foi um golpe nas forças que se opunham ao coronavírus. A demissão do ministro Teich – médico totalmente alinhado ideologicamente com o presidente – foi realmente excêntrico. Também é incompreensível a nomeação de um militar, sem experiencia na área epidemiológica, para ministro da saúde. Como explicar o veto presidencial ao uso do saldo remanescente do Fundo de Reservas Monetárias (FRM), de cerca de R$ 8,6 bilhões, para o combate ao novo coronavírus, que havia sido aprovado pelo Congresso Nacional?
Alguém poderia dizer que é prorrogativa presidencial mudar seus ministros e definir o orçamento Federal. Sem dúvida. O que não é prerrogativa é o abuso de autoridade, a ocultação de informações, a falta de transparência e o desrespeito à Lei de Acesso à Informação. O que não é normal e nem civilizado é a declaração do Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Wizard, que restringiu a divulgação de dados e ainda questionou a veracidade dos registros de óbitos decorrentes da covid-19 vindas das Secretarias de Saúde estaduais.
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Veja o que já enviamosEm repúdio a todo este despautério, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) divulgou nota, assinada pelo presidente Alberto Beltrame, que dentre outras coisas, diz: “A tentativa autoritária, insensível, desumana e antiética de dar invisibilidade aos mortos pela covid-19, não prosperará. Nós e a sociedade brasileira não os esqueceremos e tampouco a tragédia que se abate sobre a nação (…) Wizard menospreza a inteligência de todos os brasileiros, que num momento de tanto sofrimento e dor, veem seus entes queridos mortos tratados como ‘mercadoria’. Sua declaração grosseira, falaciosa, desprovida de qualquer senso ético, de humanidade e de respeito, merece nosso profundo desprezo, repúdio e asco”.
Todavia, o que gera mais repulsa e nojo é o conjunto da necropolítica do governo Federal, que busca garantir os privilégios de uma minoria que pode viver e acelera o destino de quem deve morrer. O presidente Bolsonaro, que é cioso do poder absoluto do negativo, tem adotado políticas que parecem táticas de extermínio e de terra arrasada, que estão transformando o território nacional em campos de morte e sofrimento.
A necropolítica do governo Federal não se restringe à população vítima do coronavírus, mas ela é ainda mais destrutiva na área ambiental. Como já ressaltamos no diário do Dia do Meio Ambiente, o ministro Ricardo Salles comemorou a oportunidade da pandemia da Sars-Cov-2, defendendo passar “a boiada” para, junto com a bancada BBB (Boi, Bala e Bíblia), mudar as regras ambientais e viabilizar o desmatamento, a defaunação, o garimpo, a exploração mineral, a poluição dos rios e fazer vista grossa diante de todas as atividades de devastação da vida natural, provocando um ecocídio da dimensão do apocalipse.
Para ser preciso e justo, é necessário ressaltar que o chamado “holocausto biológico” ou a “aniquilação ecológica” não surgiu com o atual governo. Há 10.000 anos os seres humanos e seus animais representavam menos de um décimo de um por cento da biomassa dos vertebrados da terra. Agora, eles são 97 por cento. O progresso das civilizações e o crescimento das atividades antrópicas estão provocando a 6ª extinção em massa das espécies, como bem relata a jornalista Elizabeth Kolbert (2015).
O Fundo Mundial para a Natureza (WWF), mostra que o avanço da produção e consumo da humanidade tem provocado uma degradação generalizada dos ecossistemas globais e gerado uma aniquilação da vida selvagem, sendo que as populações de vertebrados silvestres, como mamíferos, pássaros, peixes, répteis e anfíbios, sofreram uma redução de 65% entre 1970 e 2018. Confirmando o impacto devastador das atividades humanas sobre a natureza, a Plataforma Intergovernamental para Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES, na sigla em inglês), da ONU, mostrou que há 1 milhão de espécies ameaçadas de extinção. O aumento dos plásticos nos oceanos é de tal ordem que, em um futuro próximo, haverá mais plásticos do que peixes nos oceanos. As populações de insetos estão sofrendo declínios acelerados e o desaparecimento das abelhas é, além de um crime ambiental, uma ameaça à própria alimentação humana, que depende dos polinizadores para viabilizar montantes crescentes de comida para a população mundial (Alves, 19/06/2019).
Por conta de todos estes fatos existe uma crescente literatura internacional que mostra que o mundo está passando não somente do Holoceno para o Antropoceno, mas também para o Necroceno. Segundo McBrien (14/09/2019), a humanidade já ultrapassou diversas “fronteiras planetárias” e está promovendo uma “Grande espiral de morte” no Planeta. Não se trata de uma erupção vulcânica de grandes proporções, a caída de um asteroide gigantesco ou a liberação lenta de oxigênio na atmosfera devido à fotossíntese das cianobactérias. Ele considera que o que acontece atualmente não é a 6ª extinção em massa das espécies, mas sim, o 1º Evento de Extermínio em massa provocado por uma espécie dominante. Assim, ele considera que vivemos em uma nova era geológica – o NECROCENO – que é a nova Era da morte necrótica.
Segundo a filósofa e professora da PUC-RJ, Debora Danowski, em entrevista recente (05/06/2020), existe uma proximidade na percepção do processo da pandemia do coronavírus e do colapso ecológico, embora a velocidade da primeira seja muitas vezes superior à do segundo. Em ambos os casos, a forma de contestação da realidade coincide em muitos aspectos, pois enquanto os negacionistas da pandemia dizem “não é tão grave”, “é só uma gripezinha”, ou receitam “hidroxicloroquina”, os negacionistas do clima dizem que o aquecimento global é um embuste e que a engenhosidade humana e a tecnologia poderão resolver todos os problemas do mundo, inclusive recriar espécies extintas. Todavia, o sonho de uma modernidade cornucopiana com abundância para todos se esvaiu. Danowski diz: “A consciência de que estamos perdendo o mundo modificou a geopolítica global. Não tem mais mundo para todo mundo, simples assim”.
Percebemos, por conseguinte, que o fato de o mundo atual ser pequeno para muita vida alimenta, por todos os cantos do Planeta, intentos genocidas e ecocidas. Assim, a necropolítica do governo Bolsonaro não é uma coisa isolada, mas faz parte de uma tendência global. Porém, dando crédito ao governo brasileiro, reconhecemos que ele está na vanguarda internacional das ações necróticas mais efetivas de que se tem notícia. O governo Bolsonaro tem deixado Donald Trump para trás e já é pioneiro na instalação do Necroceno nas Américas.
O Brasil passou os EUA em número diário de casos e mortes da covid-19
O Brasil e os EUA são os líderes absolutos e isolados da pandemia global. Mas ao contrário do país norte-americano que já chegou no pico e já começa a descer a curva, o número de casos no Brasil ainda está longe do pico e continua a avançar a ritmo veloz. Na 12ª semana epidemiológica (SE), de 15 a 21 de março, o Brasil somou 144 casos diários em média e os EUA tiveram 3 mil casos. Na 15ª SE os EUA chegaram no pico e atingiram 31,7 mil contra 1,5 mil do Brasil.
O gráfico também mostra que, na 22ª SE (de 24 a 30 de maio), houve empate, e ambos os países tiveram em média cerca de 21,5 mil casos por dia na semana. Mas na 23ª SE (de 31/05 a 06/06) o Brasil teve em média 24,9 mil casos por dia e os EUA tiveram 22,5 mil casos por dia. Portanto, o Brasil segue em segundo lugar em número acumulado (quase 2 milhões de casos nos EUA contra 673 mil casos no Brasil no dia 06 de junho), mas o país sul-americano já passou o país norte-americano na contagem do dia a dia.
Na verdade, é preciso reconhecer que os números oficiais brasileiros são muito subestimados, pois o país realizou apenas 4,7 mil testes por milhão de habitantes, enquanto os EUA realizaram 62,9 mil testes por milhão de habitantes. Além disto, o governo de Bolsonaro tem sido mais eficiente na “maquiagem dos números” do que o governo Trump.
O Brasil também passou os EUA no número diário de mortes na semana passada. Na 13ª semana epidemiológica (SE), de 22 a 28 de março, o Brasil teve 13 mortes diárias em média e os EUA tiveram 1,9 mil mortes. Na 17ª SE os EUA chegaram no pico e atingiram 2,2 mil mortes diárias, quando o Brasil tinha somente 238 mortes diárias, na média da semana. Na 22ª SE houve empate entre os dois países. Mas na 23ª SE o Brasil assumiu a dianteira com 1.014 mortes diárias em média na semana, contra 900 mortes diárias em média na semana dos EUA. Daqui para a frente a liderança brasileira será incontestável.
Todos estes números da pandemia, quanto os números da ecologia, mostram que o Necroceno já é “coisa nossa”. O jornal Folha de São Paulo noticiou ontem, dia 06/06, que um dos principais modelos de projeção utilizados pela Casa Branca para monitorar os números sobre o coronavírus indica que o Brasil terá mais de 165 mil mortes até agosto de 2020, com cerca 5 mil mortes em um único dia no início do mês no qual houve o suicídio de Getúlio Vargas. Pena que o escritor Rubem Fonseca não está mais entre nós para escrever o segundo volume do livro Agosto.
Frase do dia 07 de junho de 2020
“Não tem mais mundo pra todo mundo, simples assim”
Déborah Danowski (Professora de filosofia da PUC-Rio)
Referências:
ALVES, JED. A vida na Terra tem duas ameaças vitais: mudanças climáticas e ecocídio, Ecodebate, 19/06/2019 https://www.ecodebate.com.br/2019/06/19/a-vida-na-terra-tem-duas-ameacas-vitais-mudancas-climaticas-e-ecocidio-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/
ALVES, JED. Diário da Covid-19: Brasil à deriva no mar da pandemia e do meio ambiente, #Colabora, 05/06/2020 https://projetocolabora.com.br/ods3/brasil-a-deriva-no-mar-da-pandemia-e-do-meio-ambiente/
BELTRAME, Alberto. CONASS repudia acusação de manipulação de dados sobre Covid-19, 06/06/2020 http://www.conass.org.br/conass-repudia-acusacao-de-manipulacao-de-dados-sobre-covid-19/
DANOWSKI, Déborah. “Não tem mais mundo pra todo mundo”, Entrevista Pública, 05/06/2020
https://apublica.org/2020/06/nao-tem-mais-mundo-pra-todo-mundo-diz-deborah-danowski/
KOLBERt, Elizabeth. A sexta extinção : uma história não natural, Rio de Janeiro : Intrínseca, 2015.
https://www.intrinseca.com.br/upload/livros/1%C2%BACAP_ASextaExtincao_ISSUU.pdf
MCBRIEN. Justin. This Is Not the Sixth Extinction. It’s the First Extermination Event. Truthout, 14/09/2019
https://truthout.org/articles/this-is-not-the-sixth-extinction-its-the-first-extermination-event/
VIEIRA, Agostinho. Conheça os países que ainda não registraram mortos pelo coronavírus, #Colabora, 14/05/2020 https://projetocolabora.com.br/ods3/os-paises-sem-mortos-pelo-coronavirus/
José, vc está comparando dois países (Brasil e Estados Unidos) em fases epidemiológicas diferentes. Os Estados Unidos já passaram do pico, então os números estão caindo, e o Brasil ainda não chegou ao pico, portanto os números obviamente ainda continuarão crescendo. Mas isso não significa que no pico o Brasil terá o mesmo número de mortos que os Estados Unidos tiveram. Os Estados Unidos e os países europeus atingiram o pico rapidamente, em 30 dias desde que começou a epidemia, levando o sistema de saúde ao colapso. O Brasil depois de mais de 60 dias ainda não chegou ao pico, acho que graças ao isolamento social imposto pelos governadores, e isso é muito bom porque preservou o sistema de saúde e certamente está morrendo menos gente por isso. No pico americano, morreram 7 por milhão de habitantes. O Brasil ainda não chegou a 5 mortos por milhão de habitantes. A França chegou a mais de 17 mortos por milhão de habitantes no seu pico. Ao chegar ao pico, o Brasil pode até passar os Estados Unidos em mortes, mas no momento o Brasil ainda não ultrapassou os Estados Unidos, como você diz, e o seu gráfico acima mostra isso. Na semana 17, os Estados Unidos registravam mais do que o dobro que o Brasil registrou na semana 23. Demorar a chegar ao pico é uma coisa boa, porque permite que os governantes se preparem e consequentemente morre menos gente porque a rede hospitalar tem condição de tratar todos que precisam. Eu já vi projeções de que o Brasil deverá ultrapassar 10 mortos por milhão de habitantes por dia, o que então superaria os Estados Unidos. Esses números foram obtidos no site https://ourworldindata.org/coronavirus no gráfico Daily new confirmed COVID-19 deaths per million people
Mônica, se você comparar pela fase epidemiológica, como você sugere, o Brasil está pior que os Estados Unidos. Veja a excepcional matéria deste mesmo site intitulada “As lições do sucesso da Nova Zelândia” que data de 2 semanas atrás e procure o gráfico “New deaths attributed to Covid-19 in United States, Brazil, Chile and New Zealand”. Ali, eles contam a fase epidemiológica a partir do primeiro dia em que houve 0.1 mortes por milhão de habitantes no mesmo dia, é um método muito preciso de comparação. O gráfico é do dia 24 de Maio, quando o Brasil estava praticamente empatado com os EUA, porém as morte nos EUA só caiu de lá pra cá, mas aqui no Brasil só subiu, obviamente ultrapassamos os EUA.
No mais, veja a Nova Zelândia que no início da fase epidemiológica estava pior que o Brasil e os EUA, mas rapidamente eliminou o coronavírus, justamente porque não minimizou e nem mediu no combate ao coronavírus como o Brasil fez. Por exemplo, a Nova Zelândia testou praticamente 100 vezes mais do que o Brasil proporcionalmente ao número de habitantes.
Cawe, talvez vc esteja confundindo fase epidemiológica com semana epidemiológica. A fase ou etapa diz respeito à evolução da epidemia – início (crescimento exponencial), meio (crescimento constante linear) e fim (desaceleração do crescimento). O Brasil e os EUA estão claramente em etapas diferentes nos gráficos que vc indicou. O Brasil ainda estava no “início”, ou seja, o número de mortes se multiplicava a cada x número de dias e ainda não tinha atingido o pico, como mostra o gráfico com uma curva crescente, por isso os números estavam aumentando. Os EUA já tinham entrado na fase de desaceleração, por isso os números estavam caindo a cada dia. Quando os EUA chegaram ao pico, em apenas 30 dias desde que pela primeira vez registraram 0,1 morte por milhão, eram mais de 6 mortos por milhão por dia. O Brasil no dia 24/5 ainda não tinha 4 mortes por milhão por dia e hoje ainda não chegou a 6 mortes por milhão por dia, ou seja, o Brasil até agora está bem melhor do que os EUA. Pelos números das últimas duas semanas talvez nem chegue a ficar pior do que os EUA com mais de 6 mortos porque parece que, depois de 75 dias, o Brasil atingiu o pico, o que foi excelente para o país. Se o Brasil tivesse chegado ao pico em 30 dias como os EUA, o sistema de saúde teria entrado em colapso e muito mais gente teria morrido. Você não pode comparar os países em um determinado dia se eles estão em etapas diferentes na curva da epidemia. Seria como comparar os sintomas de duas pessoas com gripe quando uma está no segundo dia da gripe e a outra no quarto dia, quando os sintomas já começam a melhorar depois que o pior já passou. Se os EUA ainda tivessem crescendo, como o Brasil, aí você poderia dizer que um passou o outro, ou empatou com o outro. Quanto à Nova Zelândia, sou fã da Jacinda e acho que ela fez um excelente trabalho protegendo seu povo, mas controlar uma pandemia em um país que é praticamente uma ilha, com menos de 5 milhões de habitantes, em que a cidade mais populosa tem 1,5 milhão de habitantes, sem fronteira terrestre é infinitamente mais fácil do que controlar a pandemia no RJ. Controlar uma epidemia exige muito mais do que não minimizar ou mentir, precisa também de muito dinheiro. As condições na NZ eram ideais para impedir que novos focos de contaminação entrassem no país – bastou fechar os portos e aeroportos, que não são muitos – quantas entradas há só no RJ?