ODS 1
Amazônia tem a terceira menor taxa de desmatamento da história


Taxa oficial, do Inpe, mostra queda de 11%, com 5.796 km2; número só é maior que os de 2012 e 2014; Cerrado também cai 11%


O desmatamento na Amazônia caiu 11% em 2025, segundo dados do sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). As derrubadas no bioma somaram 5.796 km², a menor extensão em 11 anos e a terceira menor da série histórica. No Cerrado, o monitoramento por satélite também indicou uma queda de cerca de 11% no período. O conjunto de novas áreas abertas, de acordo com o levantamento, somou 7.235 km².
Os dados foram apresentados nesta quinta-feira (30) pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). A redução do desmatamento na Amazônia, pelo terceiro ano consecutivo nesta gestão, e no Cerrado, pelo segundo ciclo seguido, é a confirmação de que a agenda ambiental é prioritária e transversal no governo do presidente Lula. Isso é fundamental para que o País contribua ao enfrentamento à mudança do clima”, afirmou ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.
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A onze dias da abertura oficial da COP30 em Belém, a ministra avaliou que os resultados reconduzem o Brasil à posição de “liderar pelo exemplo” em relação à agenda do combate ao desmatamento. Em 2021, sob a gestão de Jair Bolsonaro, a área derrubada na Amazônia alcançou 13.038,00 km², área superior à soma dos resultados de 2024 e 2025. No ano seguinte, foram desmatados 11.594,00 km². “Nosso objetivo é liderar pelo exemplo. Então a resposta é diminuir o desmatamento. Nem nos meus melhores planos imaginaria que chegaríamos nesse momento com uma redução de 50% no caso da Amazônia, em relação a 2022”, acrescentou Marina.
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Veja o que já enviamosDe acordo com o Inpe, a maior parte do desmatamento identificado neste ano foi contabilizado na categoria chamada de degradação progressiva (por meio de corte seletivo e queimadas, por exemplo). Já o corte raso, em que há a retirada total da cobertura do solo, somou 2.203 km².
André Lima, secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do MMA, disse que os números deste ano foram prejudicados pela ocorrência de incêndios florestais “fora da curva”, sobretudo por questões climáticas. “Não fossem os incêndios do ano passado, estaríamos numa trajetória muito forte de queda, superior a 30%”, afirmou. Mais de 80% dos registros de desmatamento ocorreram no Pará (36%), Mato Grosso (27%) e Amazonas (17,5%).
Segundo o Prodes, Programa do Sistema de Monitoramento dos Biomas Brasileiros (BiomasBR), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Entre os nove estados da Amazônia Legal, oito apresentaram queda no desmatamento, com destaque para Tocantins (- 62,5%), Amapá (- 48,15%) e Roraima (- 37,39%). Apenas em Mato Grosso aumentou (+ 25,06%).
No mesmo intervalo avaliado pelo Prodes, foi registrada uma queda de 65,5% no desmatamento nos municípios que fazem parte do programa União com Municípios (UcM), considerados prioritários pelo MMA para as ações de controle do desmatamento e incêndios florestais. Entre os estados da Amazônia Legal que concentram as maiores taxas de redução, Tocantins apresentou diminuição de 62,5%; Amapá, de 48,15%; Acre, de 27,62%; Maranhão ,de 26,06%; Amazonas, de 16,93%; Pará, de 12,4%; Rondônia, de 33,61%; e Roraima, de 37,39%. Foi identificado aumento de 25,06% em Mato Grosso.
O desempenho obtido pelos municípios integrantes do programa UcM, segundo o secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do MMA, André Lima, evidencia a importância da atuação integrada com os entes da federação. “A queda na taxa de desmatamento nos municípios prioritários é 31% maior do que o índice registrado em toda a Amazônia. Isso considerando que são os municípios que mais desmataram, esse é um impacto muito forte”, declarou.
Cerrado: queda e concentração no Matopiba
Depois de um preocupante pico de 11.011 km² em 2023, o desmatamento no Cerrado confirmou neste ano a tendência de queda apenas sinalizada em 2024: as áreas suprimidas do bioma caíram 11,5%, de 8.174,17 km² para 7.235,27 km². De acordo com o Inpe, a maior parte deste cenário está concentrada no chamado Matopiba (que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), que concentrou mais de 70% dos registros contidos nos últimos três anos Prodes. O ranking da região é liderado pelo Maranhão (28%) e Tocantins (21%). A maior tendência de aumento em relação ao ano anterior, no entanto, foi verificada no Piauí (33%).
O bioma consolida uma tendência de desaceleração do desmatamento, após anos de crescimento, e reversão, iniciada em 2024. “Estes resultados não são obra do acaso. Fazemos política pública com base em evidências sólidas; e ciência e meio ambiente andam de mão dadas. A excelência do Inpe e o monitoramento de precisão que realizamos são o alicerce que nos permite enxergar a realidade do nosso território e, a partir daí, fornecer subsídios às ações do MMA, nessa parceria que tem sido tão frutífera”, ressaltou a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, durante a apresentação dos dados.
Em nota, o Observatório do Clima qualificou os resultados como uma “conquista da sociedade brasileira” a ser comemorada principalmente por demonstrar que a meta do desmatamento zero é factível. “O desmatamento zero está ao alcance e só depende de o governo e a sociedade quererem chegar lá. A atual administração assumiu com uma alta de 50% nos alertas de desmatamento no último semestre de 2022, após quatro anos de descontrole deliberado, e devolveu a devastação aos mesmos patamares da redução do período 2011-2014, mesmo após o recorde de queimadas de 2024. De quebra, reverteu a alta no Cerrado, que registrou seu segundo ano consecutivo de redução de taxas”.
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								Oscar Valporto
								
						Oscar Valporto é carioca e jornalista – carioca de mar e bar, de samba e futebol; jornalista, desde 1981, no Jornal do Brasil, O Globo, O Dia, no Governo do Rio, no Viva Rio, no Comitê Olímpico Brasileiro. Voltou ao Rio, em 2016, após oito anos no Correio* (Salvador, Bahia), onde foi editor executivo e editor-chefe. Contribui com o #Colabora desde sua fundação e, desde 2019, é um dos editores do site onde também pública as crônicas #RioéRua, sobre suas andanças pela cidade











































