Rios voadores. Povos ameaçados. Árvores exuberantes. A exposição “Amazônia” de Sebastião Salgado é uma extraordinária aula de educação ambiental. Com cerca de 200 fotografias em preto e branco, a maioria ampliada em grandes formatos, a mostra já esteve em Paris, Roma e Londres. Agora pode ser vista no Sesc Pompeia, em São Paulo. No segundo semestre entra em cartaz no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. No Amanhã, a exposição de um dos maiores fotógrafos brasileiros dará continuidade à mostra atual sobre a Amazônia, a “Fruturos: tempos amazônicos”. Regeneração é a palavra-chave das duas exposições.
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Lélia Wanick Salgado, curadora e cenógrafa de “Amazônia”, diz no texto de apresentação da mostra que “quis criar um ambiente em que o visitante se sentisse dentro da floresta, imerso em sua exuberante vegetação e no cotidiano de suas populações locais”. A trilha sonora, assinada pelo músico francês Jean-Michel Jarre, é inspirada nos sons da maior floresta tropical do planeta, como a água correndo, o canto dos pássaros, o vento nas folhas. A exposição apresenta ainda vídeos e mapas que chamam a atenção para a dimensão do mais importante bioma brasileiro, que ocupa quase 50% do território do país. A produção do projeto “Amazônia” durou sete anos e teve o apoio do Instituto Socioambiental (Isa), que colaborou desde a execução dos mapas até o contato com líderes indígenas e as expedições.
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Veja o que já enviamosSão muitas as paisagens admiráveis, com destaque para os rios aéreos, ou “rios voadores”, formados quando o vapor d’água flutua por cima da floresta. Esses “rios” são fundamentais para o bioma amazônico e podem carregar mais água do que os “terrestres”. Os “voadores” influenciam o clima em todo o mundo, e, claro, são suscetíveis à devastação da floresta e à crise climática. Além de panoramas impressionantes de rios, montanhas, chuvas torrenciais, a mostra chama a atenção para 12 comunidades indígenas isoladas, como a Zo’é, que vive no Pará, na margem norte do Rio Amazonas, em uma área de floresta mais preservada do que a margem sul. Outro povo retratado é o Awá-Guajá, que migrou do Pará para o Maranhão e hoje habita um território cada vez menor por conta da exploração das jazidas de minério de ferro e da ação de madeireiros. A organização não-governamental (ONG) Survival International considera os Awá-Guajá como a “tribo mais ameaçada da Terra”. “Amazônia”, a exposição, ressalta a potência da vida e o poder da regeneração sobre a destruição.
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Serviço
Sesc Pompeia, São Paulo. “Amazônia” pode ser vista até julho de 2022, de terça-feira a sábado, das 10h30m às 21h (entrada até as 19h30m), e aos domingos, das 10h30 às 18h (entrada até as 16h30m). O acesso é gratuito, com apresentação do certificado de vacinação.
Museu do Amanhã, Rio de Janeiro. “Amazônia” entra em cartaz no segundo semestre. Enquanto isso, “Fruturos: tempos amazônicos” pode ser vista até 12 de junho, de terça-feira a domingo, das 10h às 17h. Os ingressos (R$ 30, inteira, e R$ 15) são vendidos online. Às terças a entrada é gratuita, mas os tíquetes com dia e hora marcados também precisam ser reservados online. É obrigatória a apresentação do certificado de vacinação.