Adeus, economia linear. Bem-vinda, economia circular

Parceria entre a Coca-Cola Brasil e a Femsa, maior fabricante da companhia no país, Sustentapet é uma central de coleta de PET usado. Iniciativa colabora para que o fluxo da economia circular aconteça (Foto: Rodrigo Peixoto)

Iniciativa entre Coca-Cola Brasil e Femsa colabora para maior fluxo de economia circular

Por Marina Cohen | Conteúdo de marcaODS 12 • Publicada em 1 de setembro de 2021 - 10:30 • Atualizada em 9 de setembro de 2021 - 16:05

Parceria entre a Coca-Cola Brasil e a Femsa, maior fabricante da companhia no país, Sustentapet é uma central de coleta de PET usado. Iniciativa colabora para que o fluxo da economia circular aconteça (Foto: Rodrigo Peixoto)

Em 2050, espera-se que o mundo gere 3,40 bilhões de toneladas de resíduos, de acordo com dados do Banco Mundial — o que representa um aumento de 70% na comparação com 2016. Está evidente que um dos maiores desafios desta geração é a redução e a gestão correta dos resíduos para que seja possível alcançar um desenvolvimento econômico sustentável e com uma menor extração de recursos da natureza. Há uma ferramenta essencial para essa mudança de chave: a economia circular. Segundo o pensamento circular, tudo, quando chega ao fim, deve voltar ao começo. É importante já iniciar o processo sabendo o que será feito desse bem quando sua vida acabar.

O conceito é baseado na extensão de vida útil dos bens (produtos), intensificando o seu uso e incluindo sua reutilização. Sua função pode ou não ser alterada pós-uso — o que pode envolver sua ressignificação. Dessa forma, a produção a partir de “materiais virgens” seria reduzida. E o que isso representa? Diluir a chamada “pegada ambiental”, minimizando o uso de energia e reduzindo também as emissões dos gases do efeito estufa.

Diferentemente da economia linear tradicional, a economia circular extrai o valor máximo de cada material e produto enquanto puderem ser utilizados, posteriormente, eles são recuperados e regenerados.

Para isso, é preciso uma mudança completa de mindset: repensar os sistemas, redesenhar e reavaliar a produção e reconsiderar a vida útil. Tudo isso significa investimento em inovação e bom gerenciamento de recursos.

Alavancar a economia circular é um dos passos rumo a um compromisso assumido pela Coca-Cola Company, globalmente, em 2018, batizado Mundo Sem Resíduos. Isto é: dar o destino correto (coletar, reaproveitar ou reciclar) para o equivalente a 100% das embalagens que coloca no mercado, até 2030.

Outras metas são: tornar recicláveis 100% das embalagens utilizadas pela Coca-Cola Company em todo o mundo, até 2025, e incorporar pelo menos 50% de material reciclado nas embalagens PET da companhia.

Sem desperdícios

Para que a economia circular funcione, não basta promover a gestão de resíduos. São necessárias ações em três frentes: design, coleta e parcerias. Manter os recursos em uso pelo maior tempo possível é um dos objetivos principais do novo conceito, assim como redesenhar a produção para minimizar sua disposição, usá-los da maneira mais eficiente possível e regenerar os materiais em todo o seu ciclo de vida útil. Trata-se de um modelo que não exige apenas mudanças técnicas, mas requer alterações profundas em nosso comportamento.

Garrafas retornáveis são opção inteligente para o planeta e o bolso

Indo ao encontro dessa tendência, em 2020, as embalagens retornáveis representaram 27% das vendas da Coca-Cola América Latina, onde o crescimento do formato foi acelerado em 2018 e 2019. Esse é justamente o chamado que a companhia tem feito, com a intenção de incentivar as pessoas a incorporarem a compra de embalagens retornáveis em suas rotinas como um hábito sustentável. É uma opção inteligente tanto para o planeta como para o bolso.

O incentivo ao uso desse tipo de recipiente é um dos compromissos assumidos para que as embalagens não acabem no lugar errado. Em 2020, o uso de embalagens retornáveis da Coca-Cola Company cresceu 9,9%, em comparação com o ano anterior.

Um caso de sucesso

Em 2018, a Coca-Cola Brasil investiu US$ 25 milhões para projetar e criar uma garrafa retornável com design universal que pudesse ser utilizada em várias marcas diferentes de bebidas. Aplicou outros US$ 400 milhões em instalações de limpeza e recarga que permitem que as garrafas sejam devolvidas, limpas e recarregadas. O ciclo de vida de uma garrafa retornável é de até 25 idas e vindas; ao final da vida útil, ela é encaminhada para a reciclagem. Como resultado do empenho, no Brasil, todas as embalagens de 2 litros das marcas Coca-Cola, Fanta e Sprite são garrafas da mesma cor, formato e tamanho, o que aumenta a eficiência de coleta, limpeza e envase. Há também garrafas da marca de sucos Del Valle nesse modelo. A inovação agora está disponível em oito países: Argentina, Brasil, Colômbia, Equador, Chile, México, Guatemala e Panamá.

O modelo de garrafa retornável é uma parte importante da estratégia em muitos outros mercados. Em mais de 20 mercados, as retornáveis representam metade ou mais das vendas, e em mais de 40 países, elas representam 25% ou mais das transações. No Chile, por exemplo, foi firmada uma parceria com a Petrobras para lançar um projeto-piloto de venda de garrafas retornáveis em lojas de conveniência.

Design de embalagens

Atualmente, mais de 90% das embalagens da Coca-Cola Company são recicláveis, em comparação com 85% em 2017, e esse percentual está crescendo globalmente. A companhia está repensando radicalmente como produz, recicla e reutiliza as embalagens — e até mesmo como fornece os produtos aos consumidores.

Numa média global, ao final de 2020, eram utilizados mais de 21% de plástico PET reciclado nas garrafas fabricadas na América Latina, com maior conteúdo reciclado em regiões com uma infraestrutura de coleta e reciclagem bem estabelecida e com políticas que permitem o uso de materiais reciclados em embalagens. Ter 50% de materiais reciclados nas garrafas levará tempo e exigirá mudanças nas políticas locais e de tecnologia, e um trabalho árduo está sendo feito para ajudar a realizar essas mudanças.

Como resultado dos esforços constantes, o relatório de 2020 da companhia apresentou um novo objetivo: reduzir o uso de plástico virgem derivado de fontes não renováveis em 3 milhões de toneladas métricas acumuladas nos próximos cinco anos. Atualmente, há 22% de material reciclado nas embalagens da companhia, considerando a média global no ano de 2020. Também já são oferecidas garrafas feitas de PET 100% reciclado em cerca de 30 mercados em todo o mundo, incluindo seis na América Latina.

O trabalho pela redução da utilização de plástico virgem se dá por diversos métodos: aumentar o uso de materiais renováveis e reciclados; usar menos material por cada embalagem; e oferecer mais opções de recipientes retornáveis e soluções do tipo “traga sua própria embalagem”.

Objetivos também para América Latina

Em 2030, a companhia deseja que cinco em cada dez garrafas suas vendidas na América Latina sejam retornáveis. Hoje, essa proporção é de três em cada dez. Em mais de cinco países da região, as garrafas de água vendidas são 100% feitas com material reciclado. Além disso, cerca de 50% das embalagens colocadas no mercado pela companhia na América Latina são encaminhadas para a reciclagem. A meta é chegar em 100% até 2030.

O avanço dos esforços de coleta numa perspectiva global

Em 2020, o equivalente a 60% de todas as embalagens que a Coca-Cola Company colocou no mercado mundial foram coletadas e recicladas. Ainda assim, há mais trabalho a fazer. Contribuir para fechar essa lacuna de 40% na coleta de embalagens é desafiador. Embora seja uma empresa global, a operação é feita em nível local — e é assim que está sendo encarado o desafio de aumentar as taxas de reciclagem em todo o mundo.
A companhia está envolvida em operações locais de coleta em mais de 35 mercados pelo mundo, e tem mais de 40 anos de experiência nesses sistemas. Por exemplo, no Brasil, atualmente, são apoiadas 221 cooperativas de reciclagem em 132 cidades de 23 estados. Em 2020, cerca de R$ 5 milhões foram investidos em um auxílio emergencial para catadores. Desde 2017, o programa Reciclar pelo Brasil já processou 330 mil toneladas de resíduos, e as cooperativas faturaram R$ 167 milhões.

Parceiros nos ajudam a crescer

Essa é uma caminhada que não pode ser feita de maneira solitária. A jornada é trilhada em parceria com engarrafadores, organizações não governamentais, colegas da indústria, governos, varejistas e outras partes interessadas, para reduzir drasticamente o impacto dos resíduos de embalagens no meio ambiente. Simplesmente não há tempo a perder.

No intuito de agir urgentemente para acelerar a transição para uma economia circular de plástico, a Coca-Cola Company juntou-se a iniciativas de economia circular lideradas por organizações como WWF, Ellen MacArthur Foundation e agências das Nações Unidas.

O desafio de reduzir drasticamente o desperdício de embalagens, embora seja um objetivo global, deve ser enfrentado localmente, trabalhando em conjunto com as comunidades, o que torna necessário verificar o avanço dos números e reajustar continuamente a abordagem.

Apesar dos grandes desafios, como a pandemia de covid-19, o objetivo de longo prazo continua. O que conecta a Coca-Cola Company às pessoas em todo o mundo é o desejo de incentivar uma economia circular, preservar os recursos naturais e ajudar a construir um futuro sustentável.

Conteúdo publicado originalmente no site da Coca-Cola Brasil. 

Marina Cohen

Jornalista formada pela PUC-Rio. Trabalhou no jornal O Globo, no Jornal do Brasil, no site I Hate Flash e na revista Vizoo. Hoje, escreve para o Projeto#Colabora. É uma carioca louca pelo universo jovem, por observar as tendências da web, e por histórias contadas e protagonizadas por mulheres.

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