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Festas juninas sustentáveis: cinco ações para arraiás mais ecológicos

Tradicionais festas juninas brasileiras têm adotado ações como coleta de resíduos, reaproveitamento de materiais e incentivo à economia circular

Como promover festas juninas sustentáveis? As celebrações de São João estão entre os festejos mais tradicionais do Brasil. Em alguns locais, as festas juninas reúnem multidões ao longo de todo o mês de junho. Em Caruaru (PE) e Campina Grande (PB), por exemplo, as expectativas são de que o São João atraia mais de 5 milhões de pessoas em 2025, movimentando milhões na economia regional. E assim como acontece no Carnaval e em outros grandes eventos, a ecologia e a sustentabilidade também entram na equação das celebrações juninas.
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Em Aracajú (SE), uma das iniciativas ligadas ao tema adotadas no Arraiá do Povo deste ano é a criação de um espaço exclusivo para catadores de recicláveis e seus filhos. Conforme informações divulgadas pelo governo de Sergipe, o local contará com atividades lúdicas para as crianças e servirá como um ponto de venda de materiais recicláveis.
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Veja o que já enviamosNo São João de Campina Grande 2025 foram recolhidas mais de 70 toneladas de resíduos sólidos e cerca de 20 toneladas de recicláveis apenas nos dez primeiros dias de festa. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente (Sesuma) que afirma contar com 355 profissionais atuando na coleta e limpeza dos espaços.
Para além dos grandes eventos e das ações voltadas para a coleta e reciclagem de resíduos, existem diferentes ações práticas para diminuir o impacto ambiental e fazer festas juninas sustentáveis. Esse movimento envolve desde escolhas para a decoração, por exemplo, com uso de materiais reciclados ou reaproveitados para a confecção das tradicionais bandeirinhas, até a valorização da agricultura familiar e de comidas locais.
A reportagem do #Colabora lista a seguir algumas das principais ações para festas juninas sustentáveis e mais ecológicas:
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1 – Reaproveitar materiais
As orientações incluem utilizar papel reciclado para fazer bandeirinhas, além de aproveitar outros materiais naturais, como palha e bambu. O mesmo vale para os balões de festa junina. Garrafas pet podem ser aproveitadas para a elaboração de uma fogueira cenográfica, o que diminui o uso de combustíveis, como a lenha oriunda de árvores.
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2 – Valorizar comidas locais
Um dos aspectos mais característicos e marcantes das festas juninas são as comidas e bebidas. Quentão, bolo de milho, cuscuz, pipoca, canjica, cocada e diversos outros pratos foram parte da identidade das celebrações de São João. Do ponto de vista ecológico, um dos aspectos para tornar as festas juninas sustentáveis é a utilização de alimentos produzidos localmente, principalmente de agricultores familiares.

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3 – Reduzir e coletar resíduos
Um dos movimentos que começa a crescer nas festas juninas é a coleta seletiva de resíduos descartados pelo público. Outras alternativas semelhantes incluem a redução do uso de plásticos e de papel, como em copos e guardanapos. No caso das brincadeiras e jogos que envolvem água, o ideal é evitar desperdícios. As pescarias, por exemplo, podem ser feitas utilizando areia.
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4 – Evitar fogos de artifício
Apesar de serem tradicionais nas celebrações de São João, os fogos de artifício apresentam perigos de queimaduras e outros acidentes. Animais, crianças, idosos e pessoas com sensibilidade auditiva também são prejudicadas e podem sentir estresse e dor devido ao barulho. Usar fogos sem som também não colabora para festas juninas sustentáveis, por conta do impacto ambiental que estes produtos também causam, além do risco de incêndios.
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5 – Promover a educação ambiental
Festas juninas, sejam com multidões ou quando realizadas em escolas e comunidades, possuem dinâmicas de interação e comunicação particulares. Justamente por se relacionarem com aspectos de identidade cultural, essas celebrações podem incorporar ações de conscientização socioambiental sobre as mudanças climáticas e outros temas relacionados.
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Micael Olegário
Jornalista formado pela Universidade Federal do Pampa (Unipampa). Gaúcho de Caibaté, no interior do Rio Grande do Sul. Mestrando em Comunicação na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Escreve sobre temas ligados a questões socioambientais, educação e acessibilidade.