ODS 1
Imagens e poesia do meu mundo
Nas margens do São Francisco, oficina de fotografia revela visões de jovens sobre o lugar onde vivem
Uma vez por ano, entre agosto e setembro, a rotina de algumas cidades à beira do Rio São Francisco é rompida pela chegada da equipe do Cinema no Rio, que desde 2005 promove sessões gratuitas de cinema nacional ao ar livre para os ribeirinhos. Entre as atrações exibidas no telão inflável, uma das mais celebradas é a projeção de fotos feitas pelos participantes da Oficina Lúdica de Fotografia, promovida pelo projeto com alunos da rede pública local. O objetivo, mais do que passar noções básicas de fotografia, enquadramento e uso da luz natural, é, segundo Inácio Neves, um dos idealizadores, “estimular o olhar dos participantes sobre sua própria cidade, valorizando o ambiente onde vivem”.
[g1_quote author_name=”Karla Nunes” author_description=”Estudante” author_description_format=”%link%” align=”left” size=”s” style=”simple” template=”01″]A oficina foi um excelente aprendizado para mim. São poucas as oportunidades como esta por aqui, além de pouco divulgadas. Foi bom não só para quem participou, mas também para quem viu as fotos que fizemos e pôde ver a cidade bonita em que moramos e que quase sempre não reparamos
[/g1_quote]A estrutura da Oficina é simples. Durante uma hora, os monitores passam as primeiras noções, mostrando fotografias de autores consagrados e discutindo sobre as que mais chamam a atenção da turma. Depois, é hora da prática: em duplas, com câmeras compactas, eles saem pelas ruas registrando o casario antigo, o rio, praças, o cotidiano da cidade – imagens que normalmente passam despercebidas para eles. De volta à sala de aula, os monitores comentam as fotos e ajudam os garotos a escolher três imagens, que mais tarde são exibidas no telão, antes dos filmes. “A oficina é uma oportunidade de interação entre o projeto e a comunidade. A ideia é tentar que eles vejam seu mundo com mais poesia”, diz André Fossati, um dos monitores.
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André Teixeira
Formado em Jornalismo pela UFRJ, começou a carreira como estagiário de O Globo, em 1990. Dois anos depois, passou a trabalhar como free-lancer para empresas como Sebrae, Petrobras, Coca-Cola e Unisys. Em 98, voltou ao Globo, como repórter-fotográfico, e, em 2011, passou a atuar como editor assistente de fotografia. Atualmente escreve e fotografa.