Intersexual, assexual, agênero? Como eles estão representados na comunidade LGBT+? Debate surge no momento em que minorias ganham voz em meio ao avanço conservador
Marcha LGBT+ em Cracóvia, na Polônia, celebra a diversidade e a tolerância. Foto de Beata Zawrzel/NurPhoto/18-05-2019
Marcha LGBT+ em Cracóvia, na Polônia, celebra a diversidade e a tolerância. Foto de Beata Zawrzel/NurPhoto/18-05-2019
Intersexual, assexual, agênero? Como eles estão representados na comunidade LGBT+? Debate surge no momento em que minorias ganham voz em meio ao avanço conservador
Novas sexualidades e identidades de gênero estão ganhando voz na sociedade, mas nem todas se reconhecem na sigla LGBT, termo oficial para designar diversidade sexual no Brasil há 10 anos, após ser aprovado na 1ª Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais, em 2008. Ariel, estudante de Geografia aos 20 anos, é uma das pessoas que não estão representadas nessas quatro letras por se identificar como agênero e assexual. “Existe uma necessidade de ampliar a sigla. As coisas só existem oficialmente se têm um nome. Portanto, dar um nome é primeiramente um ato político”, afirma Ariel, que prefere não ser chamado pelo nome com o qual foi registrado, mas por seu nome social, que ainda não está em seus documentos.
Uma vez me mandaram procurar tratamento psiquiátrico por ser assexual, porque ainda há a ideia de que pessoas não-binárias sofrem de problemas psicológicos
[/g1_quote]
Gostando do conteúdo? Nossas notícias também podem chegar no seu e-mail.
A percepção da necessidade de reconhecer mais orientações sexuais e identidades de gênero é presente para a maioria dos militantes da comunidade LGBT+. Por isso, a sigla já teve outras letras adicionadas ao longo dos últimos anos. LGBTI, LGBTQ, LGBTTTIQ são alguns exemplos que englobam mais minorias. As mudanças são tantas que é difícil para a própria militância acompanhar a nomenclatura. Mais ainda para o restante da população.
Esse descompasso é perceptível, por exemplo, para o estudante de pedagogia Anderson Alves, integrante do Coletivo Colorir, da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense da Uerj: “A tendência é que os sujeitos que compõem este grupo não fiquem presos e preocupados com esses rótulos que definem sobre nossos corpos porque são discussões que se dão, sobretudo, no interior dos coletivos e movimentos. Mas, sim, a reafirmação da sigla é política”.
Ariel se identifica como agênero desde criança: “Quando me chamavam de menina, eu batia o pé e dizia que não era menina nem menino” (Foto: Arquivo Pessoal)
As novas siglas chegam com a intenção de incluir mais pessoas. Nesse contexto, o “+” vem para sinalizar que existem outras minorias. “É uma forma de acolher a todos”, explica o estudante de Pedagogia Francisco Ronaldo, membro do coletivo Madame Satã da PUC-Rio.
“Se é uma minoria excluída por razão de sexualidade ou identidade deve estar protegida dentro do nosso movimento. Por isso o LGBT+. Além disso, ter muitas siglas se torna enfadonho e pouco efetivo. O ‘+’ chega para abarcar as outras identidades”, afirma a advogada Maria Eduarda Aguiar, que luta por políticas públicas que gerem representatividade nacional à população trans. Ela foi a primeira advogada do Rio de Janeiro a conseguir uma carteira profissional com nome social e é fundadora da Rede Nacional de Mulheres Travestis e Transexuais e Homens Trans Vivendo e Convivendo com HIV/ Aids (RNTTHP).
Ariel se inclui neste “+” e sonha com o dia que a língua portuguesa tenha pronomes sem gêneros, assim como defende que sigla não é mero detalhe: “Eu costumo me chatear ao ver pessoas usando apenas LGBT, mas sempre tento explicar o motivo de se usar a sigla mais completa, porque muitas vezes a pessoa não faz por querer, mas, sim, por desconhecimento. Um ‘A’ na sigla ou o símbolo ‘+’ já me satisfaz”. Mesmo assim, Ariel afirma sofrer preconceito dentro da própria comunidade: “Uma vez me mandaram procurar tratamento psiquiátrico por ser assexual, porque ainda há a ideia de que pessoas não-binárias sofrem de problemas psicológicos, e que assexuados são mal-amados ou traumatizados. Eu espero que um dia realmente consigamos chegar ao ponto que discutir gênero não seja mais relevante”.
Para Anderson, essa necessidade de se classificar passa por uma autoafirmação política e ideológica: “Nessa fase de uma vida contemporânea em que o sujeito é reduzido a uma imagem da publicidade, da política, se faz ainda necessária essa reafirmação. Acredito em um futuro no qual não tenhamos a necessidade de discutir siglas de diferentes comunidades, mas, por enquanto, isso vai percorrer os próximos capítulos de cenário político assustador, com o governo Jair Bolsonaro”.
Não se pode comparar a especificidade de uma pessoa trans com, por exemplo, de um homem gay, porque são políticas públicas diferentes. Então, há necessidade de se lutar e buscar políticas públicas específicas para cada público
[/g1_quote]
Independentemente de qual sigla seja usada e de qual minoria é representada, é a luta por direitos que une esses grupos, especialmente em um momento de avanço conservador na política, fenômeno que ganhou força em 2018, com a eleição à Presidência de Jair Bolsonaro, representante da extrema-direita e temido por movimentos LGBT+, e de um Congresso mais conservador.
Uma esperança dentro das instituições do Estado é a postura do Supremo Tribunal Federal, especialmente depois que o ministro Luís Roberto Barroso afirmou que na Corte sempre houve consenso “em favor das mulheres, dos negros, dos gays, das populações indígenas, de transgêneros, da liberdade de expressão”. Seguindo esse pensamento, no início de junho, o STF aprovou a criminalização da LGBTfobia por 8 votos a 3. Agora, homofobia e transfobia serão equiparadas ao crime de racismo.
Francisco Ronaldo, do Coletivo Madame Satã, na parada LGBT+ 2018 de Copacabana (Foto Arquivo Pessoal)
Apesar do avanço, o contexto político que elegeu Bolsonaro levou a um consenso de que o momento atual pede união da comunidade LGBT+, independentemente das diferenças de posicionamento e das especificidades de cada minoria, para impedir retrocessos. “Não se pode comparar a especificidade de uma pessoa trans com, por exemplo, de um homem gay, porque são políticas públicas diferentes. Então, há necessidade de se lutar e buscar políticas públicas específicas para cada público”, afirma a advogada Maria Eduarda.
Com isso, os movimentos sociais e coletivos estudantis ganham força, acredita Francisco: “Enquanto existir o preconceito, haverá a necessidade de que coletivos e grupos se unam e defendam a causa LGBT”.
Eduardo Pepe e Daiana Paes se conheceram e firmaram parceria logo no primeiro semestre de faculdade. Desde então, sempre que podem, trabalham juntos. Enquanto ela se desdobra fácil em entrevistas, ele gosta mesmo é de escrever. Juntos, eles se alternam na pesquisa. Ambos são estudantes de Comunicação Social – Jornalismo na PUC-Rio.
Newsletter do #Colabora
A ansiedade climática e a busca por informação te fizeram chegar até aqui? Receba nossa newsletter e siga por dentro de tudo sobre sustentabilidade e direitos humanos. É de graça.
Um comentário em “Por que as siglas LGBT+ importam?”
Observador disse:
Eu diria que não seria assim tão simplista! A gente no conviver ou na situação, vai percebendo o delinear da atração! Num carnaval, desfile de rua, eu e um colega de trabalho, assistiamos e, acabei me posicionando na frente dele! Ficamos enamorados! Até que disse, no meu ouvido, que clima, curioso em me conhecer desnudo! Sugeri uma entrada de mãos dadas, discreta, num pequeno hotel proximo. O recepcionista deu a mim a camisinha e, disse acertei, respondi que sim! Quando chegou perto, no quarto, com penis ereto a mim, comecei o sexo oral que se tornou 69! Depois que pediu para me penetrar! Situações assim, flui, sem poder antecipar como será o “desenrolar” na cama! Até conversamos depois do sexo oral, do porteiro já como sugeri dele me penetrar, mas ao haver oral nele ele quis 69! E ali estavamos nos esquentando, para ele me penetrar, “finalmente”!
Política de cookiesUtilizamos cookies para garantir uma melhor experiência no nosso site e coletamos alguns dados de navegação enquanto você lê nossas páginas. Ao aceitar, você confirma que está ciente. Para saber mais, acesse a nossa Política de Privacidade.
Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência enquanto você navega pelo site. Destes, os cookies categorizados como necessários são armazenados no seu navegador, pois são essenciais para o funcionamento das funcionalidades básicas do site. Também utilizamos cookies de terceiros que nos ajudam a analisar e compreender como você utiliza este site. Estes cookies serão armazenados no seu navegador apenas com o seu consentimento. Você também tem a opção de desativar esses cookies. Mas a desativação de alguns desses cookies pode afetar sua experiência de navegação.
Necessary cookies are absolutely essential for the website to function properly. These cookies ensure basic functionalities and security features of the website, anonymously.
Cookie
Duração
Descrição
cookielawinfo-checkbox-advertisement
1 year
Set by the GDPR Cookie Consent plugin, this cookie records the user consent for the cookies in the "Advertisement" category.
cookielawinfo-checkbox-analytics
11 months
This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics".
cookielawinfo-checkbox-functional
11 months
The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional".
cookielawinfo-checkbox-necessary
11 months
This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary".
cookielawinfo-checkbox-others
11 months
This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other.
cookielawinfo-checkbox-performance
11 months
This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance".
CookieLawInfoConsent
1 year
CookieYes sets this cookie to record the default button state of the corresponding category and the status of CCPA. It works only in coordination with the primary cookie.
viewed_cookie_policy
11 months
The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data.
wpEmojiSettingsSupports
session
WordPress sets this cookie when a user interacts with emojis on a WordPress site. It helps determine if the user's browser can display emojis properly.
__cf_bm
1 hour
This cookie, set by Cloudflare, is used to support Cloudflare Bot Management.
Functional cookies help to perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collect feedbacks, and other third-party features.
Cookie
Duração
Descrição
S
1 hour
Used by Yahoo to provide ads, content or analytics.
Performance cookies are used to understand and analyze the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.
Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.
Cookie
Duração
Descrição
_fbp
3 months
O Facebook define este cookie para exibir anúncios quando estiver no Facebook ou em uma plataforma digital alimentada por publicidade do Facebook após visitar o site.
_ga
1 year 1 month 4 days
O Google Analytics define este cookie para calcular dados de visitantes, sessões e campanhas e rastrear o uso do site para o relatório analítico do site. O cookie armazena informações anonimamente e atribui um número gerado aleatoriamente para reconhecer visitantes únicos.
_ga_*
1 year 1 month 4 days
O Google Analytics define este cookie para armazenar e contar visualizações de páginas.
Advertisement cookies are used to provide visitors with relevant ads and marketing campaigns. These cookies track visitors across websites and collect information to provide customized ads.
Cookie
Duração
Descrição
NID
6 months
Google sets the cookie for advertising purposes; to limit the number of times the user sees an ad, to unwanted mute ads, and to measure the effectiveness of ads.
test_cookie
15 minutes
doubleclick.net sets this cookie to determine if the user's browser supports cookies.
VISITOR_INFO1_LIVE
6 months
YouTube sets this cookie to measure bandwidth, determining whether the user gets the new or old player interface.
VISITOR_PRIVACY_METADATA
6 months
YouTube sets this cookie to store the user's cookie consent state for the current domain.
YSC
session
Youtube sets this cookie to track the views of embedded videos on Youtube pages.
yt-remote-connected-devices
never
YouTube sets this cookie to store the user's video preferences using embedded YouTube videos.
yt-remote-device-id
never
YouTube sets this cookie to store the user's video preferences using embedded YouTube videos.
yt.innertube::nextId
never
YouTube sets this cookie to register a unique ID to store data on what videos from YouTube the user has seen.
yt.innertube::requests
never
YouTube sets this cookie to register a unique ID to store data on what videos from YouTube the user has seen.
Other uncategorized cookies are those that are being analyzed and have not been classified into a category as yet.
Cookie
Duração
Descrição
4836_lv
1 month
Description is currently not available.
4836_s
session
Description is currently not available.
4836_u
6 months
Description is currently not available.
4836_ut
1 month
Description is currently not available.
COMPASS
1 hour
Description is currently not available.
compass_uid
6 months 1 day
Description is currently not available.
___nrbi
6 months 1 day
Description is currently not available.
___nrbic
session
Description is currently not available.
×
Ei, antes de fechar…
Pense na importância de manter-se informado(a). Quer ter acesso, por e-mail, ao resumo das nossas notícias, textos dos colunistas e reportagens especiais? Receba a nossa newsletter. É de graça :)
Eu diria que não seria assim tão simplista! A gente no conviver ou na situação, vai percebendo o delinear da atração! Num carnaval, desfile de rua, eu e um colega de trabalho, assistiamos e, acabei me posicionando na frente dele! Ficamos enamorados! Até que disse, no meu ouvido, que clima, curioso em me conhecer desnudo! Sugeri uma entrada de mãos dadas, discreta, num pequeno hotel proximo. O recepcionista deu a mim a camisinha e, disse acertei, respondi que sim! Quando chegou perto, no quarto, com penis ereto a mim, comecei o sexo oral que se tornou 69! Depois que pediu para me penetrar! Situações assim, flui, sem poder antecipar como será o “desenrolar” na cama! Até conversamos depois do sexo oral, do porteiro já como sugeri dele me penetrar, mas ao haver oral nele ele quis 69! E ali estavamos nos esquentando, para ele me penetrar, “finalmente”!