Novas sexualidades e identidades de gênero estão ganhando voz na sociedade, mas nem todas se reconhecem na sigla LGBT, termo oficial para designar diversidade sexual no Brasil há 10 anos, após ser aprovado na 1ª Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais, em 2008. Ariel, estudante de Geografia aos 20 anos, é uma das pessoas que não estão representadas nessas quatro letras por se identificar como agênero e assexual. “Existe uma necessidade de ampliar a sigla. As coisas só existem oficialmente se têm um nome. Portanto, dar um nome é primeiramente um ato político”, afirma Ariel, que prefere não ser chamado pelo nome com o qual foi registrado, mas por seu nome social, que ainda não está em seus documentos.
[g1_quote author_name=”Ariel” author_description=”Estudante, agênero e assexual” author_description_format=”%link%” align=”left” size=”s” style=”simple” template=”01″]Uma vez me mandaram procurar tratamento psiquiátrico por ser assexual, porque ainda há a ideia de que pessoas não-binárias sofrem de problemas psicológicos
[/g1_quote]A percepção da necessidade de reconhecer mais orientações sexuais e identidades de gênero é presente para a maioria dos militantes da comunidade LGBT+. Por isso, a sigla já teve outras letras adicionadas ao longo dos últimos anos. LGBTI, LGBTQ, LGBTTTIQ são alguns exemplos que englobam mais minorias. As mudanças são tantas que é difícil para a própria militância acompanhar a nomenclatura. Mais ainda para o restante da população.
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Veja o que já enviamosEsse descompasso é perceptível, por exemplo, para o estudante de pedagogia Anderson Alves, integrante do Coletivo Colorir, da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense da Uerj: “A tendência é que os sujeitos que compõem este grupo não fiquem presos e preocupados com esses rótulos que definem sobre nossos corpos porque são discussões que se dão, sobretudo, no interior dos coletivos e movimentos. Mas, sim, a reafirmação da sigla é política”.
As novas siglas chegam com a intenção de incluir mais pessoas. Nesse contexto, o “+” vem para sinalizar que existem outras minorias. “É uma forma de acolher a todos”, explica o estudante de Pedagogia Francisco Ronaldo, membro do coletivo Madame Satã da PUC-Rio.
“Se é uma minoria excluída por razão de sexualidade ou identidade deve estar protegida dentro do nosso movimento. Por isso o LGBT+. Além disso, ter muitas siglas se torna enfadonho e pouco efetivo. O ‘+’ chega para abarcar as outras identidades”, afirma a advogada Maria Eduarda Aguiar, que luta por políticas públicas que gerem representatividade nacional à população trans. Ela foi a primeira advogada do Rio de Janeiro a conseguir uma carteira profissional com nome social e é fundadora da Rede Nacional de Mulheres Travestis e Transexuais e Homens Trans Vivendo e Convivendo com HIV/ Aids (RNTTHP).
Ariel se inclui neste “+” e sonha com o dia que a língua portuguesa tenha pronomes sem gêneros, assim como defende que sigla não é mero detalhe: “Eu costumo me chatear ao ver pessoas usando apenas LGBT, mas sempre tento explicar o motivo de se usar a sigla mais completa, porque muitas vezes a pessoa não faz por querer, mas, sim, por desconhecimento. Um ‘A’ na sigla ou o símbolo ‘+’ já me satisfaz”. Mesmo assim, Ariel afirma sofrer preconceito dentro da própria comunidade: “Uma vez me mandaram procurar tratamento psiquiátrico por ser assexual, porque ainda há a ideia de que pessoas não-binárias sofrem de problemas psicológicos, e que assexuados são mal-amados ou traumatizados. Eu espero que um dia realmente consigamos chegar ao ponto que discutir gênero não seja mais relevante”.
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Para Anderson, essa necessidade de se classificar passa por uma autoafirmação política e ideológica: “Nessa fase de uma vida contemporânea em que o sujeito é reduzido a uma imagem da publicidade, da política, se faz ainda necessária essa reafirmação. Acredito em um futuro no qual não tenhamos a necessidade de discutir siglas de diferentes comunidades, mas, por enquanto, isso vai percorrer os próximos capítulos de cenário político assustador, com o governo Jair Bolsonaro”.
[g1_quote author_name=”Maria Eduarda Aguiar” author_description=”Advogada” author_description_format=”%link%” align=”left” size=”s” style=”simple” template=”01″]Não se pode comparar a especificidade de uma pessoa trans com, por exemplo, de um homem gay, porque são políticas públicas diferentes. Então, há necessidade de se lutar e buscar políticas públicas específicas para cada público
[/g1_quote]Independentemente de qual sigla seja usada e de qual minoria é representada, é a luta por direitos que une esses grupos, especialmente em um momento de avanço conservador na política, fenômeno que ganhou força em 2018, com a eleição à Presidência de Jair Bolsonaro, representante da extrema-direita e temido por movimentos LGBT+, e de um Congresso mais conservador.
Uma esperança dentro das instituições do Estado é a postura do Supremo Tribunal Federal, especialmente depois que o ministro Luís Roberto Barroso afirmou que na Corte sempre houve consenso “em favor das mulheres, dos negros, dos gays, das populações indígenas, de transgêneros, da liberdade de expressão”. Seguindo esse pensamento, no início de junho, o STF aprovou a criminalização da LGBTfobia por 8 votos a 3. Agora, homofobia e transfobia serão equiparadas ao crime de racismo.
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Apesar do avanço, o contexto político que elegeu Bolsonaro levou a um consenso de que o momento atual pede união da comunidade LGBT+, independentemente das diferenças de posicionamento e das especificidades de cada minoria, para impedir retrocessos. “Não se pode comparar a especificidade de uma pessoa trans com, por exemplo, de um homem gay, porque são políticas públicas diferentes. Então, há necessidade de se lutar e buscar políticas públicas específicas para cada público”, afirma a advogada Maria Eduarda.
Com isso, os movimentos sociais e coletivos estudantis ganham força, acredita Francisco: “Enquanto existir o preconceito, haverá a necessidade de que coletivos e grupos se unam e defendam a causa LGBT”.
Eu diria que não seria assim tão simplista! A gente no conviver ou na situação, vai percebendo o delinear da atração! Num carnaval, desfile de rua, eu e um colega de trabalho, assistiamos e, acabei me posicionando na frente dele! Ficamos enamorados! Até que disse, no meu ouvido, que clima, curioso em me conhecer desnudo! Sugeri uma entrada de mãos dadas, discreta, num pequeno hotel proximo. O recepcionista deu a mim a camisinha e, disse acertei, respondi que sim! Quando chegou perto, no quarto, com penis ereto a mim, comecei o sexo oral que se tornou 69! Depois que pediu para me penetrar! Situações assim, flui, sem poder antecipar como será o “desenrolar” na cama! Até conversamos depois do sexo oral, do porteiro já como sugeri dele me penetrar, mas ao haver oral nele ele quis 69! E ali estavamos nos esquentando, para ele me penetrar, “finalmente”!