ODS 1
Yone: ‘Muita gente volta para o armário por conta da idade; me dói muito’
Aos 62, carioca é mãe, avó e lésbica. Perdeu um filho vítima de homofobia: 'Enquanto houver uma pessoa perseguida, a luta continua'
Aos 62, carioca é mãe, avó e lésbica. Perdeu um filho vítima de homofobia: 'Enquanto houver uma pessoa perseguida, a luta continua'
Esqueça aquela imagem da avó tradicional típica de comerciais de Natal. A quarta entrevistada da série “LGBT+60: corpos que resistem” foge de qualquer estereótipo. Yone Lindgren, 62 anos é lésbica, mas prefere não se rotular. Transpira juventude. As roupas, o jeito de falar e de se gesticular dão a ela uma aparência bem mais nova do que a idade revela.
Ela aguarda a equipe do #Colabora na entrada do prédio onde está morando com a irmã e o cunhado, na Zona Sul do Rio de Janeiro. As tatuagens chamam a atenção: são 40. Uma em especial me deixa curioso. No antebraço, o rosto de uma senhora. “Minha madrinha, Ascendina dos Santos. Foi a única pessoa na família que sempre me apoiou em tudo. Era iluminada”, conta.
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Veja o que já enviamosYone era considerada o bebê Johnson da casa, mas logo foi crescendo, tirando os bordados das calcinhas e trocando de bermuda com o primo. Definia-se como camaleônica, assim como os cantores David Bowie e Boy George. “Mas não dava para permanecer assim vendo tudo acontecer debaixo do meu nariz”, diz.
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A carioca se refere à onda de violência contra LGBTs no mundo. Em 1969, a Rebelião de Stonewall fazia história em resposta à invasão da polícia de Nova York a um bar frequentado pela comunidade. No Brasil, seus amigos homossexuais estavam sumindo durante a ditadura militar. A partir de então, Yone entraria para a militância, de onde nunca sairia.
Em uma das mãos, mostra as iniciais dos nomes de três filhos: Janaína, Rafaela e Galego. Falta um. Yone adotou quatro. Um deles foi assassinado vítima de homofobia pois era bissexual. “Quebraram todos os ossos. A gente não pode manter o caixão aberto”.
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Apesar de tudo, ela é forte. Medo? Não tem. “Se eu não tive medo na época da ditadura, com a Polícia e o Exército na minha cara, não vou ter agora”. Mas o que a deixa triste é saber que a realidade de idosos LGBTs nem sempre é boa. “Eu vejo muita gente que volta para o armário por conta da idade. E isso me dói muito”, lamenta.
Ao final da entrevista, Yone garante que a luta não termina nem mesmo com a morte. “Ainda vou perturbar muito porque eu acredito que espírito existe. Enquanto tiver uma pessoa LGBTTQIA que seja perseguida, que não seja respeitada, a luta continua”.
Yone é uma resistente.
LGBT+60: CORPOS QUE RESISTEM
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Jornalista e roteirista do #Colabora especializado em pautas sobre Diversidade. Autor da série “LGBT+60: Corpos que Resistem”, vencedora do Prêmio Longevidade Bradesco e do Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade LGBT+. Fez parte da equipe ganhadora do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, com a série “Sem direitos: o rosto da exclusão social no Brasil”. É coordenador de jornalismo do Canal Reload e diretor do podcast "DáUmReload", da Amazon Music. Já passou pelas redações do EGO, Bom Dia Brasil e do Fantástico. Por meio da comunicação humanizada, busca ecoar vozes de minorias sociais, sobretudo, da comunidade LGBT+.
Só quero deixar um adendo aqui: ela perdeu um filho por BIFOBIA.
Gente parem de invisibilizar o meu movimento por favor.
Eu diria que são dois detalhes a observar em um relacionamento, que é se relacionar envolver a pessoa inteira, indo além de se completarem na cama, mas “caminharem juntas”! Tem um site que homens de 60/65 anos, especialmente os que foram penetrados por quase toda vida sexual, fazerem-se de vitimas, falarem de doenças decorrentes do envelhecimento ou que os mais jovens os procuram mais por dinheiro! Como se o outro fosse uma “máquina de prazer, com app gratis”! Já paguei motel quando quis variar com meu amigo intimo; já fiz num mês o rancho do mês, para ele, afinal tem manutenção do carro, check-up a realizar, despesas que para um Autônomo, dificil provisionar!