Em outubro, #VotePelaAgua

Campanha pede que prefeitos e vereadores assumam suas responsabilidades

Por Agostinho Vieira | ODS 6 • Publicada em 21 de setembro de 2016 - 08:03 • Atualizada em 21 de setembro de 2016 - 12:18

Lixo acumulado no rio Meriti, em Duque de Caxias, na entrada da Baía de Guanabara. Foto de Yasuyoshi Chiba/AFP
Lixo acumulado no rio Meriti, em Duque de Caxias, na entrada da Baía de Guanabara. Foto de Yasuyoshi Chiba/AFP
Lixo acumulado no rio Meriti, em Duque de Caxias, na entrada da Baía de Guanabara. Foto de Yasuyoshi Chiba/AFP

A quem cabe garantir que a água chegue na torneira da sua casa? Se a pergunta for feita para cariocas e paulistas, é bastante provável que a maioria responda Cedae ou Sabesp. Há anos, as duas empresas prestam esse serviço e viraram sinônimo de abastecimento.  Poucos sabem, no entanto, que essa responsabilidade é dos prefeitos.  Eles é que deveriam zelar para que a água tivesse qualidade, viesse em quantidade suficiente e, principalmente, que não faltasse.  O problema é que muitos deles preferem tirar o corpo fora, fingir que não é com eles e fazer cara de paisagem.

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Hoje, 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável e mais de 100 milhões não têm acesso à coleta de esgotos. Em 2015, um em cada três municípios decretou estado de emergência por causa de estiagem, a maior parte na região Nordeste do país.

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Para evitar que isso continue acontecendo, a “Aliança pela Água”, movimento que reúne dezenas de entidades, como o Instituto Socioambiental (ISA), o Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC), o Trata Brasil, o CENPEC, o WWF, e várias outras, está lançando a campanha #VotePelaAgua. O objetivo é chamar a atenção para o desafio hídrico do país e fazer com que os candidatos a prefeito e a vereador se comprometam com a criação de uma “Política Muncipal de Segurança Hídrica”.

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Parece óbvio, mas não é. Um trabalho feito pela professora Estela Neves, do Instituto de Economia da UFRJ, mostrou que a legislação brasileira em torno do tema ainda é muito confusa e não deixa claro quais são os direitos e deveres dos diversos atores envolvidos. Falta informação e transparência. Uma política de segurança hídrica seria fundamental, por exemplo, para que cada cidade fizesse um diagnóstico da sua real situação.

Respondendo a perguntas simples como o tamanho da população abastecida, os riscos de desabastecimento, volume de desperdício, qualidade dos rios e mananciais e a existência ou não de planos de contingência. A proposta da “Aliança pela Água” prevê, entre outras coisas, a universalização dos serviços de saneamento, o combate à proliferação de doenças de veiculação hídrica, a proteção das nascentes e a criação de um programa de uso das águas pluviais. Ambicioso? Talvez.

A questão é que, hoje, 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável e mais de 100 milhões não têm acesso à coleta de esgotos. Em 2015, um em cada três municípios decretou estado de emergência por causa de estiagem, a maior parte na região Nordeste do país. No mesmo período, mais de 1,6 milhão de casos de dengue foram registrados, sendo 60% deles na região Sudeste. Há muito o que ser feito e não há mais tempo a perder. Portanto, #VotePelaAgua.

Agostinho Vieira

Formado em Jornalismo pela Escola de Comunicação da UFRJ. Foi repórter de Cidade e de Política, editor, editor-executivo e diretor executivo do jornal O Globo. Também foi diretor do Sistema Globo de Rádio e da Rádio CBN. Ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo, em 1994, e dois prêmios da Society of Newspaper Design, em 1998 e 1999. Tem pós-graduação em Gestão de Negócios pelo Insead (Instituto Europeu de Administração de Negócios) e em Gestão Ambiental pela Coppe/UFRJ. É um dos criadores do Projeto #Colabora.

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