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COP30: Tempo Real

Steffanie Schmidt
INFORMAÇÃO E CLIMA -"A parte mais perigosa – e de certa forma invisível – da desinformação é a que usa um discurso político estratégico para a construção de sentidos e significados enviesados, o chamado cherry picking”, afirma Letícia Capone, responsável pela direção de pesquisa do Instituto Democracia em Xeque.

Cherry picking é a prática de selecionar apenas as informações que confirmam uma tese, ignorando deliberadamente dados ou evidências contraditórias.

Durante o painel “Enfrentar a desinformação sobre o clima: o papel do jornalismo e sua sustentabilidade”, realizado nesta quinta-feira (13.11) no estande do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal, a importância da integridade da informação para a agenda climática foi destacada como o ponto de 'virada de chave' de todas as edições da COP.

O painel, que teve como moderador Stefano Wrobleski, contou também com a participação do embaixador da França no Brasil, Emmanuel Lenain, e dos debatedores Bia Barbosa, coordenadora de Incidência da Repórteres Sem Fronteiras na América Latina; Samanta do Carmo, da Associação de Jornalismo Digital; Ângela Martins, jornalista da Consonante (Colômbia), Nina Santos (Secom/PR) e Letícia Capone, diretora de Pesquisa do Instituto Democracia em Xeque.

Essa é a primeira vez que o tema da integridade da informação foi incluído na Agenda de Ação da COP.
Jullie Pereira
Equipes de segurança estão mobilizadas na entrada da Zona Azul no final desta tarde, mesmo horário em que manifestantes sem credencial entraram no espaço na terça-feira.

Após essa foto, um dos policiais americanos informou que está proibido fotografar a entrada.
Isabelli Fernandes
Representante do Projeto Ecomulheres, da Alternativa Terra Azul, realizado em parceria com o Ministério das Mulheres, e marisqueiras de Paracuru (CE) abordaram o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), durante a COP30, em Belém no fim da manhã desta quinta-feira (13).

Elas queriam cobrar um posicionamento sobre os impactos da expansão de empreendimentos eólicos e de carcinicultura nos territórios pesqueiros da região. O diálogo, que começou de forma pacífica, rapidamente se transformou em confronto verbal.

A conversa foi encerrada pelo governador quando as lideranças mencionaram a “chuva de veneno” – expressão utilizada para denunciar a liberação de drones para pulverização de agrotóxicos.

O episódio evidencia a crescente tensão entre o governo cearense e movimentos de base que contestam os efeitos socioambientais de projetos com impactos socioambientais implementados com aval do Estado.

*O governador Elmano havia participado de apresentação do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Ceará, em um stand da Zona Verde da COP30.
Marisqueiras e representante do Projeto Ecomulheres abordam o governador do Ceará, Elmano de Freitas, na COP30 para falar sobre impactos da expansão eólica e da carcinicultura no Estado.
Rudja Santos
Foto: Rudja Santos

Na Embaixada dos Povos, durante a COP30, lideranças indígenas destacaram o protagonismo das mulheres e da juventude na defesa da Amazônia. Thais Dessana, do coletivo Miriã Massan (AM), chamou atenção para a falta de escuta às juventudes e pessoas LGBTQIA+ dentro do movimento indígena:

"Até quando vamos seguir cometendo violências e não incluindo a diversidade nas nossas pautas e espaços? A juventude indígena precisa ser ouvida".

Thais explicou que o coletivo atua em Manaus com jovens indígenas do contexto urbano, articulando temas como diversidade, acolhimento e comunicação. “Hoje, a comunicação é um instrumento de resistência. A juventude indígena está ocupando esses espaços e mostrando que também sabe falar, construir e defender seus direitos.”

O painel “Vozes que defendem a floresta: gênero, juventude e resistência indígena na Amazônia” reuniu Thais Dessana, Ana Lívia, Inara Satre-Mawe-Mydiwaru Karajá, Rosimeire Arapaço, Mônica Guajajara e Mabel Apurinã.
Ana Claudia Gioia
Na Agrizone, representante do Instituto Acariquara, localizado em Manaus (AM), apresenta o Guaraná Urupadi, produzido a partir de projeto que envolve mulheres que vivem na região do rio de mesmo nome, no município de Maués.
Liana Melo
Está começando o Tribunal Popular promovido pela Cúpula dos Povos. No banco dos réus, as mineradoras Imerys/Artemyn, Hydro, Vale e Belo Sun serão julgadas pelos graves e sucessivas violações de direitos humanos e ambientais. O julgamento está ocorrendo na Universidade Federal do Pará (UFPA).
Repórter Brasil
Funcionários de uma empresa terceirizada que atuam na limpeza dos pavilhões da COP30 estão fazendo suas refeições sentados no chão, em frente aos banheiros localizados na Blue Zone. “Antes de começar a COP, a gente podia comer na praça de alimentação. Mas, desde que começou o evento, a gente não pode mais sentar lá”, disse uma trabalhadora à repórter Hélen Freitas. “Ficaram de disponibilizar uma tenda pra gente, mas até hoje eles não disponibilizaram”, complementou outro funcionário.
Steffanie Schmidt
NOSSA ARTE É FLORESTA VIVA - "Nossa luta é por inserir nossa arte no mercado da sustentabilidade, um espaço de onde sempre estivemos ausentes e que jamais foi contabilizado no PIB. Fazemos parte de uma economia 100% sustentável e, no entanto, quem está lá dentro são as grandes marcas", afirma Arassari Pataxó, cacique da aldeia Tatuí, Terra Indígena Barra Velha, localizada no sul da Bahia.

No quarto dia da Conferência das Partes, indígenas do povo Pataxó e Wai Wai ocuparam a calçada da rua de acesso em frente ao Hangar, onde acontecem as negociações, na chamada Blue Zone.

O cacique Arassari conta que a arte é fruto das sementes que são cultivadas. Ele contabiliza mais de 50 mil árvores plantadas no território "com as próprias mãos".

"Enquanto muitos querem usar o ouro sangrento no pescoço, nós seguimos reafirmando o valor da arte tradicional, nascida do contexto da floresta", disse.

Vendedores ambulantes de água e até mesmo de marmita de comidas também começam a ocupar o espaço.
Micael Olegário
Defensoras ambientais denunciam degradação dos seus territórios em painel sobre financiamento climático feminista no Círculo dos Povos.

Uma das participantes é Natalia Tello, representante do "Fuera Porta", movimento comunitário que luta contra a contaminação promovida pela empresa de bioetanol Porta Hermanos, em Córdoba, na Argentina. "Entendemos que o problemas não era a fábrica, mas uma política extrativista, baseada em uma lógica de consumo", afirmou Natalia.

Ha 13 anos a empresa se instalou no Bairro San Antonio, no sul de Córdoba. Apesar de se promover como uma solução verde e sustentável, as atividades da empresa geram impactos socioambientais nas famílias do bairro, incluindo abortos espontâneos e contaminação de crianças com substâncias tóxicas.
No Círculo dos Povos, defensoras ambientais de Argentina, Honduras, Paraguai e Peru discutem financiamento climático feminista
Rudja Santos
Painel discute soluções para reduzir impacto ambiental do uso de ar-condicionado

Durante o painel “Cool Solutions to Decarbonize the Demand for AC”, promovido pela Newsweek em parceria com a Daikin na COP30 Brasil Amazônia, especialistas apresentaram estratégias para diminuir as emissões de carbono associadas ao uso de sistemas de refrigeração.

Entre os participantes estavam Isabel Beltrán, diretora de Sustentabilidade da Newsweek; Zoisa North-Bond, executiva-chefe da Octopus Energy Generation; e Bishal Thapa, diretor sênior da organização ICF. Eles destacaram a necessidade de combinar fontes de energia renovável, eficiência tecnológica e novos modelos de produção para atender à crescente demanda por climatização em um mundo em aquecimento.

O debate reforçou que a descarbonização do setor de refrigeração é essencial para a transição energética global, especialmente em regiões de clima quente como a Amazônia.
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Steffanie Schmidt
INFORMAÇÃO E CLIMA -"A parte mais perigosa – e de certa forma invisível – da desinformação é a que usa um discurso político estratégico para a construção de sentidos e significados enviesados, o chamado cherry picking”, afirma Letícia Capone, responsável pela direção de pesquisa do Instituto Democracia em Xeque.

Cherry picking é a prática de selecionar apenas as informações que confirmam uma tese, ignorando deliberadamente dados ou evidências contraditórias.

Durante o painel “Enfrentar a desinformação sobre o clima: o papel do jornalismo e sua sustentabilidade”, realizado nesta quinta-feira (13.11) no estande do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal, a importância da integridade da informação para a agenda climática foi destacada como o ponto de 'virada de chave' de todas as edições da COP.

O painel, que teve como moderador Stefano Wrobleski, contou também com a participação do embaixador da França no Brasil, Emmanuel Lenain, e dos debatedores Bia Barbosa, coordenadora de Incidência da Repórteres Sem Fronteiras na América Latina; Samanta do Carmo, da Associação de Jornalismo Digital; Ângela Martins, jornalista da Consonante (Colômbia), Nina Santos (Secom/PR) e Letícia Capone, diretora de Pesquisa do Instituto Democracia em Xeque.

Essa é a primeira vez que o tema da integridade da informação foi incluído na Agenda de Ação da COP.
Jullie Pereira
Equipes de segurança estão mobilizadas na entrada da Zona Azul no final desta tarde, mesmo horário em que manifestantes sem credencial entraram no espaço na terça-feira.

Após essa foto, um dos policiais americanos informou que está proibido fotografar a entrada.
Isabelli Fernandes
Representante do Projeto Ecomulheres, da Alternativa Terra Azul, realizado em parceria com o Ministério das Mulheres, e marisqueiras de Paracuru (CE) abordaram o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), durante a COP30, em Belém no fim da manhã desta quinta-feira (13).

Elas queriam cobrar um posicionamento sobre os impactos da expansão de empreendimentos eólicos e de carcinicultura nos territórios pesqueiros da região. O diálogo, que começou de forma pacífica, rapidamente se transformou em confronto verbal.

A conversa foi encerrada pelo governador quando as lideranças mencionaram a “chuva de veneno” – expressão utilizada para denunciar a liberação de drones para pulverização de agrotóxicos.

O episódio evidencia a crescente tensão entre o governo cearense e movimentos de base que contestam os efeitos socioambientais de projetos com impactos socioambientais implementados com aval do Estado.

*O governador Elmano havia participado de apresentação do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Ceará, em um stand da Zona Verde da COP30.
Marisqueiras e representante do Projeto Ecomulheres abordam o governador do Ceará, Elmano de Freitas, na COP30 para falar sobre impactos da expansão eólica e da carcinicultura no Estado.
Rudja Santos
Foto: Rudja Santos

Na Embaixada dos Povos, durante a COP30, lideranças indígenas destacaram o protagonismo das mulheres e da juventude na defesa da Amazônia. Thais Dessana, do coletivo Miriã Massan (AM), chamou atenção para a falta de escuta às juventudes e pessoas LGBTQIA+ dentro do movimento indígena:

"Até quando vamos seguir cometendo violências e não incluindo a diversidade nas nossas pautas e espaços? A juventude indígena precisa ser ouvida".

Thais explicou que o coletivo atua em Manaus com jovens indígenas do contexto urbano, articulando temas como diversidade, acolhimento e comunicação. “Hoje, a comunicação é um instrumento de resistência. A juventude indígena está ocupando esses espaços e mostrando que também sabe falar, construir e defender seus direitos.”

O painel “Vozes que defendem a floresta: gênero, juventude e resistência indígena na Amazônia” reuniu Thais Dessana, Ana Lívia, Inara Satre-Mawe-Mydiwaru Karajá, Rosimeire Arapaço, Mônica Guajajara e Mabel Apurinã.
Ana Claudia Gioia
Na Agrizone, representante do Instituto Acariquara, localizado em Manaus (AM), apresenta o Guaraná Urupadi, produzido a partir de projeto que envolve mulheres que vivem na região do rio de mesmo nome, no município de Maués.
Liana Melo
Está começando o Tribunal Popular promovido pela Cúpula dos Povos. No banco dos réus, as mineradoras Imerys/Artemyn, Hydro, Vale e Belo Sun serão julgadas pelos graves e sucessivas violações de direitos humanos e ambientais. O julgamento está ocorrendo na Universidade Federal do Pará (UFPA).
Repórter Brasil
Funcionários de uma empresa terceirizada que atuam na limpeza dos pavilhões da COP30 estão fazendo suas refeições sentados no chão, em frente aos banheiros localizados na Blue Zone. “Antes de começar a COP, a gente podia comer na praça de alimentação. Mas, desde que começou o evento, a gente não pode mais sentar lá”, disse uma trabalhadora à repórter Hélen Freitas. “Ficaram de disponibilizar uma tenda pra gente, mas até hoje eles não disponibilizaram”, complementou outro funcionário.
Steffanie Schmidt
NOSSA ARTE É FLORESTA VIVA - "Nossa luta é por inserir nossa arte no mercado da sustentabilidade, um espaço de onde sempre estivemos ausentes e que jamais foi contabilizado no PIB. Fazemos parte de uma economia 100% sustentável e, no entanto, quem está lá dentro são as grandes marcas", afirma Arassari Pataxó, cacique da aldeia Tatuí, Terra Indígena Barra Velha, localizada no sul da Bahia.

No quarto dia da Conferência das Partes, indígenas do povo Pataxó e Wai Wai ocuparam a calçada da rua de acesso em frente ao Hangar, onde acontecem as negociações, na chamada Blue Zone.

O cacique Arassari conta que a arte é fruto das sementes que são cultivadas. Ele contabiliza mais de 50 mil árvores plantadas no território "com as próprias mãos".

"Enquanto muitos querem usar o ouro sangrento no pescoço, nós seguimos reafirmando o valor da arte tradicional, nascida do contexto da floresta", disse.

Vendedores ambulantes de água e até mesmo de marmita de comidas também começam a ocupar o espaço.
Micael Olegário
Defensoras ambientais denunciam degradação dos seus territórios em painel sobre financiamento climático feminista no Círculo dos Povos.

Uma das participantes é Natalia Tello, representante do "Fuera Porta", movimento comunitário que luta contra a contaminação promovida pela empresa de bioetanol Porta Hermanos, em Córdoba, na Argentina. "Entendemos que o problemas não era a fábrica, mas uma política extrativista, baseada em uma lógica de consumo", afirmou Natalia.

Ha 13 anos a empresa se instalou no Bairro San Antonio, no sul de Córdoba. Apesar de se promover como uma solução verde e sustentável, as atividades da empresa geram impactos socioambientais nas famílias do bairro, incluindo abortos espontâneos e contaminação de crianças com substâncias tóxicas.
No Círculo dos Povos, defensoras ambientais de Argentina, Honduras, Paraguai e Peru discutem financiamento climático feminista
Rudja Santos
Painel discute soluções para reduzir impacto ambiental do uso de ar-condicionado

Durante o painel “Cool Solutions to Decarbonize the Demand for AC”, promovido pela Newsweek em parceria com a Daikin na COP30 Brasil Amazônia, especialistas apresentaram estratégias para diminuir as emissões de carbono associadas ao uso de sistemas de refrigeração.

Entre os participantes estavam Isabel Beltrán, diretora de Sustentabilidade da Newsweek; Zoisa North-Bond, executiva-chefe da Octopus Energy Generation; e Bishal Thapa, diretor sênior da organização ICF. Eles destacaram a necessidade de combinar fontes de energia renovável, eficiência tecnológica e novos modelos de produção para atender à crescente demanda por climatização em um mundo em aquecimento.

O debate reforçou que a descarbonização do setor de refrigeração é essencial para a transição energética global, especialmente em regiões de clima quente como a Amazônia.