Casa verde: cidade inteligente e popular

O Ceará vai ganhar a primeira smart city do mundo voltada para moradias populares

Por Paula Autran e Reneé Rocha | Vídeo • Publicada em 23 de fevereiro de 2017 - 17:23 • Atualizada em 25 de outubro de 2017 - 13:14

Cinquenta e sete anos após a inauguração de Brasília, cidade planejada que marcou época, o Brasil está prestes a ganhar sua primeira smart city, Laguna, uma cidade não apenas inteligente – como Masdar City, em construção em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, e Dholera, que está sendo erguida na Índia -, mas também pensada para ser sustentável e promover inclusão social. É o que prometem a inglesa Planet, dona do conceito da smart city social, e a SG desenvolvimento – empresa brasileira que está criando a smart city social –  pioneira não só no país, mas no mundo -, em Croatá,  distrito de São Gonçalo do Amarante, a 55km de Fortaleza, no Ceará.

Segundo os idealizadores do projeto, há 30 anos a ideia de uma cidade inteligente teria levado em conta exclusivamente tópicos como planejamento urbanístico, projeto arquitetônico e infraestrutura (água, rede de energia elétrica, gás, telefone e esgoto). Mas, depois da revolução que atingiu particularmente os setores de desenvolvimento de energias responsáveis e de informação e tecnologia de comunicação, as smart cities precisavam evoluir para um viés social, democratizando bem estar e oportunidades.
A Planet busca desenvolver soluções tecnológicas para o crescimento econômico sustentável das cidades inteligentes. Tanto que o complexo está sendo construído dentro dos padrões do programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal, e abrigará 4.500 famílias (cerca de 25 mil habitantes). “Um lote está custando R$ 27.800. As casas custam entre R$ 99 mil e R$ 145 mil”, explica a italiana Suzanna Marchionni, administradora da SG desenvolvimento e sócia da Planet. O projeto não conta com um tostão dos governos Federal e do Ceará, nem da prefeitura local. O investimento, de 50 milhões de dólares, é todo bancado pelos sócios.
 Em 2020, serão 4500 famílias vivendo no local – entre 20 e 25 mil habitantes. São cerca de 6.000 lotes –  4.950 residenciais, 850 comerciais e 230 industriais. São doze tipos de casas, com cinco modelos diferentes de fachada. “O projeto da casa vai grátis para quem compra o lote, que vem com estrutura elétrica e hidráulica. Mas é uma sugestão. O comprador pode escolher mudar. As casas podem ser em estilo tradicional ou moderno, com tamanhos entre 49 metros quadrados (um quarto) a 75 metros quadrados (três quartos)”, diz Suzanna.
Uma das compradoras de um lote em Laguna é Marcia Freitas Almeida, gerente financeira da imobiliária Clóvis Viana, que mora em Fortaleza. “Assim que o empreendimento for lançado, vou me mudar. Comprei um lote residencial e, agora, estou na fila de um comercial, pois vi ali uma oportunidade de montar meu próprio negócio. Tinha um dinheiro guardado, e queria investir numa coisa nova”, diz Marcia, que fez um financiamento em 80 meses, diretamente com a construtura. Quando esteve lá, para conhecer o empreendimento, viu um cineclube e uma biblioteca já funcionando para a comunidade de Croatá.”Ou seja, eles estão voltados para a educação, que é o que muda as coisas. As pessoas aprendem a separar o lixo, a utilizar energias renováveis…”.
O projeto também prevê corredores verdes, para que o meio ambiente seja preservado; ciclovias em toda cidade e área para pedestres. Além disso, à medida em que os lotes forem sendo ocupados, serão adotados sistemas de tratamento de águas residuais, aproveitamento de águas pluviais, serviço de mobilidade, coleta inteligente de resíduos, energia solar, monitoramento da qualidade do ar e da água, infraestrutura digital com Wi-fi grátis nas áreas institucionais da cidade, redes inteligentes de eletricidades e água, câmeras e sensores, totens interativos e iluminação pública inteligente. A cidade também contará com hortas compartilhadas.
Paula Autran e Reneé Rocha

Paula Autran e Reneé Rocha se completam. No trabalho e na vida. Juntos, têm umas quatro décadas de jornalismo. Ela, no texto, trabalhou no Globo por 17 anos, depois de passar por Jornal do Brasil, O Dia e Revista Veja, sempre cobrindo a cidade do Rio. Ele, nas imagens (paradas ou em movimento), há 20 anos bate ponto no Globo. O melhor desta parceria nasceu no mesmo dia que o #Colabora: 3 de novembro de 2015. Chama-se Pedro, e veio fazer par com a irmã, Maria.

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