Empresas lançam programa para preparar pessoas trans para mercado de trabalho

Basf, LinkedIn, Natura e Visa se unem na iniciativa Soma, que terá como foco inicial mulheres trans e travestis do centro de acolhimento Casa Florescer

Por #Colabora | ODS 5ODS 8 • Publicada em 30 de junho de 2021 - 19:53 • Atualizada em 29 de junho de 2022 - 13:56

Identidade visual do programa Soma (Somos mais fortes em conjunto): cores da bandeira trans (Arte: Camila Gondo)

Programa lançado em colaboração pelas empresas Basf, LinkedIn, Natura e Visa pretende promover a inclusão social de pessoas trans e travestis por meio do trabalho, cultura, saúde e bem-estar. A iniciativa, chamada de Somos mais fortes em conjunto (SOMA), terá grade disciplinar com dez semanas de treinamento e desenvolvimento, com conteúdos e dinâmicas, em sua maioria virtuais. Assim, cada uma das participantes pode acessar o conteúdo no horário que lhe for mais conveniente. Inicialmente, será voltado para apoiar inciativas que beneficiarão mulheres trans e travestis que vivem no Centro de Acolhida Especial Casa Florescer, em São Paulo (SP).

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A população trans é o grupo mais afetado pelo preconceito e pela violência relacionadas à identidade de gênero e orientação sexual: a expectativa de vida dessas pessoas é de 35 anos no Brasil, país que mais mata transexuais no mundo há 12 anos consecutivos, segundo o Trans Murder Monitoring. Além disso, 90% dessas mulheres vivem marginalizadas e recorrem ao trabalho informal, incluindo a prostituição, para sobreviver.

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Nota conjunta das empresas afirma que as iniciativas do Soma vão oferecer conteúdos e dinâmicas, compartilhados de forma online para facilitar a transmissão do conhecimento e para respeitar o tempo de aprendizado. As participantes também receberão apoio para a busca de oportunidades no mercado de trabalho, inclusive com mentorias individuais junto aos grupos de afinidades das companhias. O objetivo do Soma é que, ao final do programa, as participantes se sintam preparadas para buscar uma colocação profissional de acordo com as áreas de interesse individuais.

De acordo com as empresas envolvidas, para estruturar essas iniciativas, foram mais de 11 meses de preparação e pesquisa, que incluiu conversas com as moradoras da Casa Florescer, que ajudaram a criar o conteúdo. A Startup Wakanda Educação foi convidada a formatar a pedagogia inclusiva, traduzindo os conteúdos para uma linguagem mais conhecida pelas participantes, como, por exemplo, fazendo uso do dialeto Pajubá, muito usado pela comunidade LGBT+.

A artista gráfica Camila Gondo, ficou responsável pela identidade visual do programa, participando de escutas e trazendo a proposta da transformação da natureza em harmonia com as cores da bandeira trans (azul, branco e rosa).  A iniciativa contribui para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas: (5) Igualdade de gênero, (8) Trabalho decente e crescimento econômico e (10) Redução das desigualdades.

O programa foi lançado no mês do Orgulho LGBT+ para marcar o compromisso das empresas com a diversidade. “Queremos apoiar essas pessoas a se desenvolverem com autoconhecimento, recebendo ferramentas práticas, despertando um senso de autonomia e pertencimento. E ainda há a possibilidade de envolver nosso ecossistema de parceiros, ampliando o potencial do programa”, afirma Carlos Henrique Almeida, coordenador de experiências do Onono (Centro de Experiências Científicas e Digitais da Basf), no comunicado das empresas.

“Este programa nasceu da vontade deste grupo de apoiar mulheres trans e travestis nos desafios do dia a dia. O LinkedIn entra com o pilar de trabalho contribuindo com conteúdo de entendimento do mercado corporativo e empreendedor, preparação para entrevistas e processos seletivos em sua totalidade, linguagem corporal, entre outras coisas para ajudá-las a ingressarem no mercado de trabalho que, infelizmente, ainda não reflete a diversidade que temos hoje”, afirma Gabriel Joseph, líder do comitê de diversidade do LinkedIn.

Para Milena Buosi, gerente de Diversidade e Inclusão da Natura América Latina, o programa Soma – liderado na empresa pelo Natura Cores, grupo que coordena o pilar LGBT+ da Natura – tem potencial para resgatar a cidadania e a autoestima de uma população extremamente marginalizada no Brasil e pode inspirar mais empresas. “A Natura acredita que a beleza está na liberdade de ser e de amar de cada pessoa. Essa crença está expressa na nossa Política de Valorização da Diversidade, que estabelece ações de sensibilização e de educação para engajar os colaboradores a viver uma cultura de inclusão no dia a dia. São os espaços de diálogo com colaboradoras trans que orientam o desenho dessas jornadas”, aponta Milena.

“Aceitação universal para todos, em todos os lugares não é apenas nossa promessa de marca, mas a base da cultura da Visa. Temos muito orgulho de ter colaborado para construir essas iniciativas do zero  e estamos ansiosos com as transformações que podemos promover na vida dessas mulheres. Queremos que elas entendam a importância da educação e do planejamento financeiro”, conta Gustavo Turquia, diretor da Visa do Brasil e um dos líderes do Comitê de Inclusão e Diversidade da empresa.

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Texto produzido pelos jornalistas da redação do #Colabora, um portal de notícias independente que aposta numa visão de sustentabilidade muito além do meio ambiente.

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