Sem o excesso de humanos, a natureza revelou seu esplendor em Veneza durante a quarentena, como relata a fotógrafa brasileira Cris Piloto no texto e nas fotos a seguir. Confira!
“Golfinhos circulando nos canais de Veneza não rolaram – durante o período de quarentena circulou na internet um vídeo antigo em Cagliari, na Sardenha com golfinhos muito perto do porto. A imagem poderia ser em Veneza, mas infelizmente era fake. Os golfinhos até que chegaram muito perto, no mar Adriático, perto da entrada da ilha. Eles foram apenas uma das muitas espécies da fauna local que circularam tranquilamente pelas ruas da charmosa cidade sob a Laguna de Veneza. Teve pata que botou ovo nas cordas da estação de vaporetto, que é o transporte público aquático, balé das medusas gigante, polvo faminto nas proximidades da praça mais frequentada da cidade. Muitos desses flagras foram registrados por pessoas que moram na ilha e compartilharam nas suas redes.
As águas nos canais de Veneza ficaram cristalinas no período de quarentena absoluta. Não por uma limpeza na qualidade das águas, mas sim porque sem o movimento dos barcos, dos navios de cruzeiro e com muito menos pessoas pelas ruas sem turistas, o sedimento das águas dos canais ficou totalmente parado no fundo e, por isso, podemos ver uma Veneza intacta e cenográfica. Mas além das águas o céu também ficou mais limpo. O fluxo aéreo na chegada da delicada cidade que se mantém firme sob as águas diminui reduzindo a dois voos por dia (um de carga e outro de Roma apenas para repatriados). Uma quantidade muito grande de aves – inclusive das raras – circularam livremente pelos céus no norte da Itália.
O que fica de lição pra gente nesse período que a natureza deu um show de vida em todo o planeta? A natureza revela um belo efeito colateral durante a pandemia e nos resta aprender a lição da ecologia de que o planeta se reconstrói, nós humanos que estamos em extinção!”
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