Nos últimos dias, a Organização Meteorológica Mundial soou um novo alarme: as concentrações de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera voltaram a subir e agora alcançam níveis sem precedentes nos últimos 3,5 milhões de anos. Isto, diz a entidade, poderá levar a severos danos ecológicos e econômicos. Da última vez em que isto aconteceu, lembra o relatório, as temperaturas na Terra eram de 2ºC a 3ºC mais quentes, e o mar de 10 a 20 metros mais alto.
[g1_quote author_name=”Christine Lagarde” author_description=”Presidente do FMI” author_description_format=”%link%” align=”left” size=”s” style=”simple” template=”01″]Se não fizermos nada, em 50 anos estaremos tostados e assados. Precisamos de decisões neste momento, e isso provavelmente vai significar que em 50 anos o petróleo vai se tornar uma commodity secundária
[/g1_quote]As consequências serão mesmo muito sérias se a humanidade não tomar medidas drásticas de corte das emissões de gases de efeito estufa, ecoou Christine Lagarde, presidente do Fundo Monetário Internacional.
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Veja o que já enviamos“Se não fizermos nada, em 50 anos estaremos tostados e assados”, disse ela em um painel em Ryadh. “Precisamos de decisões neste momento, e isso provavelmente vai significar que em 50 anos o petróleo vai se tornar uma commodity secundária”, acrescentou.
Segundo Lagarde, temos apenas duas opções para um futuro próximo: utopia ou distopia.
Do outro lado desse nosso maltratado planeta, um relatório do governo americano apresentava mais dados sombrios sobre a questão climática – no mesmo país onde o patético Donald Trump corta verbas para estudos e ações relacionadas ao clima. De 2030 a 2059, diz o documento, os custos para o setor de saúde chegariam a US$ 161 bilhões por ano. Entre 2080 e 2099, alcançariam US$ 506 bilhões.
Em uma escala mais ampla, ainda segundo o relatório, os custos da mudança do clima para a saúde, a agricultura e outros setores podem perfazer de 0,7% a 2,4% do PIB.
Eis que, de olho na sensibilidade popular, e na bilheteria, Holywood decide entrar em cena. Começou de fato quando a mudança do clima ainda se chamava aquecimento global, em 2004, pelas mãos do diretor alemão Roland Emmerich, um craque do cinema desastre. No inverossímil “O Dia Depois de Amanhã”, uma enchente monumental dá ensejo a uma nova idade do gelo, instaurada em dias.
O público, mais de olho no entretenimento, engoliu a ficção e o filme foi um grande sucesso de bilheteria. E foram necessários 13 anos para que o ator e podutor escocês Gerard Butler surgisse com “Tempestade: Planeta em Fúria”, em um cinema perto de você.
No filme, ele vive um cientista espacial cuja tarefa é salvar o mundo, depois que satélites de controle do clima destinados a evitar desastres naturais são sequestrados e começam a fazer exatamente o oposto.
Não são trabalhos isolados. Formam, na verdade, uma onda irreprimível. Tempestades assombrosas e tsunamis, afinal, hoje, fazem parte do cotidiano, eventos que frequentam o noticiário como se fossem o novo normal.
https://www.youtube.com/watch?v=dv9M1IXfcI0
Tanto é assim que documentários também chegam às telas com mensagens apocalípticas. “Uma Sequência Inconveniente”, deste ano, mostra mais uma vez o ex-vice presidente americano Al Gore como roteirista de imagens do horror – depois de “Uma Verdade Inconveniente”, de 2006, ter dado o alerta.
“Interstelar” fez um retrato plausível dos Estados Unidos como terra arrasada, onde o calor impedia qualquer espécie de plantação e o medo da fome imperava. “Mad Max: Estrada da Fúria”, mostra os raios de sol bloqueados por tempesteades de poeira eletrificada. “Mãe!” permite todo tipo de interpretação ambiental, onde Jennifer Lawrence é a mãe que tem seu lar paradisíaco invadido por criaturas vorazes.
Pesquisas mostram a maioria das pessoas no mundo acredita na mudança do clima. No entanto, também a maioria acredita que isso acontece apenas com os outros, que nunca afetará suas vidas diretamente. Assim, o cinema, ou qualquer outra fonte de informação real ou imaginária sobre o tema, precisa exibir alguma credibilidade.