Discutir uma forma diferente de se pensar o processo empreendedor é o objetivo central do “Effectuation in Rio”, evento, que vai contar com a presença da professora indiana Saras Sarasvathy, uma das principais estudiosas no campo do empreendedorismo. Durante o evento, de 5 a 8 de dezembro, a pesquisadora vai encontrar empreendedores brasileiros de diferentes setores e origens, participar de debates e visitar espaços de empreendedorismo social. A conferência é presencial, com tradução simultânea. As inscrições devem ser feitas por este link – também pode ser vista o programa completo do evento.
Serão mostrados e discutidos com a professora indiana iniciativas como a Escola de Possibilidades Sonoras (RJ), que promove educação musical e confecção de instrumentos musicais a partir de resíduos; De Lá (MG), empório de produtos de pequenos produtores rurais de várias regiões do Brasil; Fala Roça (RJ), jornal comunitário da Rocinha; Flori Tech (RJ), máquina de coleta de resíduos gamificada; Óleo no Ponto (RJ), empreendimento de reciclagem e beneficiamento de óleo de cozinha; Vida Controle Biológico (SP), de soluções no controle macrobiológico de pragas agrícolas; Amazônia SmartFood (AM), produtor de alimentos sustentáveis com base em insumos amazônicos; e a Saboaria Rondônia (RO), primeira indústria de cosméticos de Rondônia, região amazônica, idealizada e gerida por mulheres do campo, entre outros empreendimentos.
Saras Sarasvathy é a criadora do método Effectuation – baseado em pesquisa sobre a lógica da tomada de decisão praticada por super empreendedores, que lhe rendeu o Global Award for Entrepreneurship Research deste ano, um dos mais importantes prêmios internacionais deste segmento. O evento no Rio – organizado pelo Laboratório Tecnologias, Diálogos e Sítios (LTDS) da COPPE/UFRJ, em parceria com FAPERJ – terá a participação ainda de profissionais de inovação da academia, da indústria, do setor público, pesquisadores e consultores.
O “Effectuation in Rio” será realizado em pontos diferentes da cidade. Nesta segunda-feira, 5/12, a abertura será na Incubadora de Empresas da COPPE no campus da UFRJ, na Ilha do Fundão, que será palco de painel e debates com empreendedores de cultura e territórios. No dia seguinte (terça, 6/12), o “Effectuation in Rio” terá como palco o galpão da Ação da Cidadania, na Zona Portuária, que receberá painéis sobre empreendedorismo de inclusão social. No dia 7, o evento vai até o Centro da Cidadania Rinaldo de Lamare, em frente à Favela da Rocinha, em São Conrado, onde serão realizados três painéis com empreendedores da comunidade e a Faperj vai apresentar seu projeto Favela Inteligente. A professora Saras Sarasvathy também visitará a Torre Verde da Rocinha, projeto de economia circular e inovação tecnológica na favela.
O encerramento do “Effectuation in Rio” – no dia 8 de dezembro – será na sede da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), empresa pública ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, na Praia do Flamengo, onde serão apresentadas iniciativas de todo o Brasil nos painéis Trajetórias das Mulheres Inovadoras (com representantes de São Paulo e Rio Grande do Sul), Trajetórias empreeendedoras de sucesso (com iniciativas de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul) e Empreendedorismo de inovação socioambiental (com representantes do Amazonas, Rondônia e Goiás). Em todos os painéis, a professora indiana vai conversar e debater com os empreendedores brasileiros.
Formada em Estatística pela Universidade de Mumbai, na Índia e especializada em empreendedorismo sob a supervisão do Premio Nobel em Economia Herbet Simon, na Carnegie Mellon University, em Pittsburgh, onde concluiu o doutorado, Saras Sarasvathy, atualmente, é professora na Darden School of Business da Universidade da Virginia, nos Estados Unidos e no Indian Institute of Management Bangalore, na Índia. Em essência, ‘pensar diferente’ é o que vem sendo proposto há mais de duas décadas sob o nome Effectuation. O método – aplicado a todo tipo de empreendedorismo, seja ele social, ambiental ou tecnológico – promove uma abordagem que descreve o comportamento de empreendedores orientados à ação, e que, mesmo sem terem um plano de negócio estruturado, uma grande ideia ou um objetivo pré-definido, obtêm sucesso ao mobilizar os recursos à mão.
