Rota Verde do Café: Turismo ecológico que viabiliza a revitalização

Rota Verde do Café: Turismo ecológico que viabiliza a revitalização

Pé de café lotado no Sítio Águas Finas: sol, clima ameno e vegetação abundante. Foto Caroline Rocha

Roteiro ecoturístico experimenta sucesso crescente e permite o contínuo investimento na produção sustentável

Por Caroline Rocha | ODS 11ODS 12 • Publicada em 9 de setembro de 2024 - 18:30 • Atualizada em 16 de setembro de 2024 - 09:55

Desde 2013, alguns produtores de café especial de sombra do Maciço de Baturité passaram a abrir suas propriedades para visitantes, que viajam à região para conhecer a Rota Verde do Café. O roteiro de ecoturismo é fruto do trabalho do Sebrae Ceará junto aos cafeicultores, com foco no fomento ao desenvolvimento sustentável.

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A renda obtida é, para muitos produtores, uma forma de seguir investindo no aprimoramento de seus cafés e de manter vivo o trabalho iniciado por seus familiares tantos anos atrás. No caso do Sítio São Roque, é também uma maneira de viabilizar a revitalização dos cafeeiros da região, preservando a variedade do café arábica typica —  apelidado carinhosamente de “typicamente cearense”.

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“Esse café está em extinção porque ele demora mais a produzir e tem menos quantidade, mas é de um sabor inigualável, considerado um dos cafés exóticos. Era o café que papai plantava e o que a gente defende”, ressalta a produtora Mônica Farias, atual presidente da Associação dos Produtores Ecológicos do Maciço de Baturité. A partir do trabalho junto à associação, mudas selecionadas do café typica estão sendo plantadas nas propriedades para substituir os pés mais velhos, já centenários. Só no Sítio São Roque, milhares dessas mudas foram plantadas debaixo da copa das árvores nos últimos anos.

Especial Rota do Café: clique aqui e leia todas as matérias (Arte: Pablo Can)
Especial Rota do Café: clique aqui e leia todas as matérias (Arte: Pablo Can)

Para Seu Uchôa, o turismo é também uma chance de fazer com que mais pessoas valorizem todo o trabalho que existe por trás de uma xícara do café especial do Maciço. “O pessoal vem para cá e se encanta, porque o nosso café é realmente diferente. Eu digo assim: quando você bebe um café ruim, ele desce na boca. Já o café bom sobe. O nosso café, além de subir e ser bom, enche a boca. Esse é a nossa diferença. E depois que você experimenta, é difícil voltar para um café ruim”, defende, orgulhoso.

No que cabe a esta repórter atestar, Seu Uchôa está coberto de razão. Beber o café do Maciço de Baturité é um caminho sem volta.

Caroline Rocha

Jornalista formada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Contribuiu com veículos como Folha de S. Paulo, Jornal O Povo e Rádio Universitária FM 107,9. Defensora da comunicação como ferramenta de transformação social, busca dar sentido ao trabalho diário através de histórias que instiguem, impactem e relembrem por que escolheu viver do reportar.

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