ODS 1
Cidades pouco inteligentes
Pesquisa mostra que capitais brasileiras estão entre as menos sustentáveis do mundo
Ainda não foi desta vez. O sonho de morar numa cidade com bons índices de governança, que investe em mobilidade urbana, valoriza o meio ambiente, tem projeção internacional e capacidade de atrair talentos continua distante de nós. Pelo menos foi essa a conclusão da pesquisa sobre Cidades Inteligentes, organizada pela Universidade de Navarra, na Espanha. Os nove municípios brasileiros analisados ficaram nas últimas posições do ranking que considerou 135 metrópoles.
Destes, seis ficaram entre os dez últimos. Salvador, Porto Alegre, Belo Horizonte, Brasília, Recife e Fortaleza dividiram a lanterna com La Paz, Caracas, Sarajevo e Santo Domingo. A mais bem colocada foi São Paulo, em 94º lugar. Curitiba ficou em 97º e o Rio ocupou uma lamentável 116ª posição. A pesquisa foi feita entre 2011 e 2013 e levou em conta dez critérios: gestão pública, governança, tecnologia, planejamento urbano, meio ambiente, projeção internacional, mobilidade, capital humano, economia e coesão social, que inclui cuidado com idosos, segurança e saúde.
Essa divisão em dez itens, na verdade, pode funcionar como consolo para as cidades brasileiras. Pois, em alguns pontos, não estamos tão mal. Curitiba, por exemplo, ficou em 27º lugar no critério meio ambiente, e em 34º em capital humano. Fortaleza também teve resultados razoáveis em meio ambiente e governança, mas foi muito mal em coesão social e capital humano. De acordo com os pesquisadores de Navarra, as cidades mais inteligentes do mundo são Tóquio, Londres, Berlim e Nova York.
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Veja o que já enviamosO estudo dividiu as 135 cidades em quatro grandes grupos. No primeiro deles estão as “desafiadoras”, aquelas que vêm melhorando rapidamente ao longo do tempo e que já aparecem na zona mediana da lista. Depois estão as “vulneráveis”: crescimento lento e posição média com tendência de baixa. Já as “consolidadas” mantém uma posição média ou alta e crescem lentamente. Por fim surgem as que apresentam um “alto potencial”. Essa é a boa noticia. Rio e São Paulo estão neste grupo e têm tudo para mostrar um resultado melhor nas próximas edições.
*Matéria publicada, originalmente, no jornal O GLOBO, em agosto de 2014
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Formado em Jornalismo pela Escola de Comunicação da UFRJ. Foi repórter de Cidade e de Política, editor, editor-executivo e diretor executivo do jornal O Globo. Também foi diretor do Sistema Globo de Rádio e da Rádio CBN. Ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo, em 1994, e dois prêmios da Society of Newspaper Design, em 1998 e 1999. Tem pós-graduação em Gestão de Negócios pelo Insead (Instituto Europeu de Administração de Negócios) e em Gestão Ambiental pela Coppe/UFRJ. É um dos criadores do Projeto #Colabora.