Bola de ouro em filantropia

Melhor do mundo pela quarta vez, Cristiano Ronaldo é um dos jogadores que mais investem em ajuda humanitária

Por Antonio Carlos Duarte | ODS 1 • Publicada em 11 de janeiro de 2017 - 08:00 • Atualizada em 11 de janeiro de 2017 - 14:51

Dados da organização sem fins lucrativos Do Something.org apontam Cristiano Ronaldo como o primeiro colocado em doações em 2015. Foto de Gerard Julien/AFP
Dados da organização sem fins lucrativos Do Something.org apontam Cristiano Ronaldo como o primeiro colocado em doações em 2015. Foto de Gerard Julien/AFP
Dados da organização sem fins lucrativos Do Something.org apontam Cristiano Ronaldo como o primeiro colocado em doações em 2015. Foto de Gerard Julien/AFP

Vaidoso, egocêntrico, metrossexual. Estes são apenas alguns dos adjetivos que acompanham as análises a respeito do português Cristiano Ronaldo. Feitas, muitas vezes, por pessoas que não conhecem o lado humanitário do ídolo. Uma faceta que já lhe rendeu homenagens tão ou mais importantes do que os quatro títulos de melhor jogador do mundo dados pela FIFA. Um desses prêmios foi o de Personalidade do Ano na Palestina, entregue em outubro do ano passado.

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As crianças são o principal alvo de ajuda do jogador. A Fundação Numen e a Fundação Inocente Inocente, ambas em Madri e que cuidam de crianças, merecem atenção especial do jogador. A primeira é uma escola de educação especial e a segunda cuida de crianças com câncer, doenças raras e incapacidades físicas.

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Este último provocado pela visita que o astro do Real Madrid fez em março de 2016 a uma criança (Ahmed Dawabsheh), fã do clube espanhol, que perdera os pais e o irmão após um ataque terrorista a sua casa, na Palestina. Ahmed ficou com 60% do corpo queimado. Outra ação envolvendo o jogador, também conhecido como CR7, foi o compromisso assumido durante a campanha “Save the Children”, de apoiar o povo sírio que sofre há anos os efeitos de uma guerra.

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Em 2015, ele fez questão de ajudar a família do menino sírio Zied. Eles viraram notícia depois de sofrer hostilidades por parte de uma repórter húngara, que deu um chute no pai de Zied quando este corria no meio de uma multidão de refugiados. Todos os membros da família foram convidados para assistir ao treino do Real Madrid e receberam uma doação dos jogadores do clube espanhol de um milhão de euros. Zied só queria estar ao lado de Cristiano Ronaldo, com quem entrou em campo numa partida do Real Madrid.

A lista de ações meritórias do jogador é quase tão grande quanto a relação dos seus mais de 500 gols como jogador profissional. O atleta fez, por exemplo, um leilão da sua Bota de Ouro, recebida como artilheiro da Europa na temporada de 2011. Conseguiu arrecadar 1,5 milhão de euros que foram doados às crianças palestinas da Faixa de Gaza.

O menino palestino Ahmed Dawabsheh, fã do Real Madrid, perdeu os pais e o irmão após um ataque terrorista. Foto de Nedal Eshtayah / Anadolu Agency

O capitão da seleção portuguesa costuma utilizar as suas páginas nas redes sociais para fazer campanhas publicitárias dos seus patrocinadores, mas também para pedir ajuda às causas que considera importantes. Foi o que aconteceu no último mês de outubro, quando ao lado do filho, incentivou os torcedores a apoiarem o “Outubro Rosa” (pela prevenção do câncer de mama) comprando produtos que seriam revertidos em benefícios para a Breast Cancer Research.

Cristiano Ronaldo já foi considerado várias vezes como o atleta que mais contribui para a caridade. Dados da organização sem fins lucrativos Do Something.org, o apontam como o primeiro colocado em doações no ano de 2015. Uma delas foi no valor de 75 mil euros para um menino de dez anos que precisou de uma cirurgia cerebral. CR7 financiou ainda o centro de câncer, que tratou de sua mãe (Dolores), doando 150 mil euros.

As crianças são o principal alvo de ajuda do jogador. A Fundação Numen e a Fundação Inocente Inocente, ambas em Madri e que cuidam de crianças, merecem atenção especial do jogador. A primeira é uma escola de educação especial e a segunda cuida de crianças com câncer, doenças raras e incapacidades físicas.

É difícil ver hoje em dia um atleta que não tenha uma tatuagem ou um piercing pendurado no corpo. No entanto, ao tirar a camisa para comemorar os seus gols, Cristiano Ronaldo não exibe nenhum desses símbolos. A razão é simples. Ele é doador de sangue (e o faz duas vezes por ano). Caso tivesse alguma tatuagem, teria que ficar pelo menos seis meses sem poder doar. Ronaldo, como é chamado pelos torcedores do Real, também é doador de medula óssea. Ele chegou a fazer uma doação, em 2011, para o filho de um antigo companheiro da seleção portuguesa Carlos Martins, que sofria de leucemia.

É verdade que uma boa parte dos milhões de euros que o jogador recebe por ano são investidos em extravagâncias como ter mais de 10 carros dos mais caros do mundo na garagem, um avião particular, iates e outros bens menos chamativos. Mas é verdade também que ele tem sido uma presença constante nos movimentos de ajuda humanitária. Seria mais uma ação de promocional? Talvez. O fato é que muitas ações sociais promovidas pelo jogador não são divulgadas a pedido dele. Cada um que faça o seu  julgamento. Este é o Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro.

Antonio Carlos Duarte

É jornalista esportivo desde 1987 com passagens por algumas das principais rádios do Rio de Janeiro, como Globo, CBN e Tupi. Teve passagens também pelas rádios Tamoio e Brasil. Em Portugal, trabalhou nas rádios Cidade e Miramar. Atualmente é repórter esportivo da Bradesco Esportes FM e colaborador do jornal Record de Portugal

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