Novas armas na luta contra o cigarro

Aliança de Controle do Tabagismo (ACT)

Por Michele Miranda | Mapa das ONGsODS 10 • Publicada em 26 de junho de 2017 - 09:30 • Atualizada em 3 de setembro de 2017 - 01:17

Sinal de proibido de cigarro. Foto de Helmut Fohringer/ AFP
Sinal de proibido de cigarro. Foto de Helmut Fohringer/ AFP
Proibido fumar:  restrições ao cigarro em locais públicos contribuiu para redução do número de fumantes. (Foto de Helmut Fohringer/ AFP)

Diante daquilo que considerou como a epidemia do tabagismo, no início do século 21, a Organização Mundial da Saúde (OMS) propôs o primeiro tratado internacional de saúde, adotado em 2003, conhecido como a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco. Um grupo de brasileiros contribuiu fortemente para que esse tratado fosse ratificado no país. E, com a missão de monitorar a implementação e cumprimento das medidas estabelecidas, formou, há dez anos, a Aliança de Controle do Tabagismo (ACT).

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Em 1990, cerca de 30% dos brasileiros com mais de 15 anos fumavam. Hoje, são pouco mais de 10%

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“O consumo de tabaco chegou a um ponto em que precisava ser revertido, sendo impossível negar os prejuízos causados não só à saúde, mas à economia, ao meio ambiente e às sociedades como um todo”, explica Anna Monteiro, diretora de Comunicação da ACT. “Recentemente, a The Lancet (uma das revistas científicas mais respeitadas do mundo) publicou uma pesquisa sobre a questão do tabagismo em diversos países – o Brasil é um dos destaques, como história de sucesso. Entre 1990 a 2015, o país apresentou a terceira maior queda mundial na prevalência de fumantes, em ambos os sexos: 55%. Em 1990, cerca de 30% dos brasileiros com mais de 15 anos fumavam. Hoje, são pouco mais de 10%”.

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Estar entre os campeões em queda do número de fumantes é resultado de um esforço conjunto. “A diminuição foi alcançada graças a um conjunto de políticas públicas: aumento de impostos, restrições à publicidade e ao fumo em lugares públicos, imagens expostas nos maços de cigarro e divulgação dos malefícios pelos meios de comunicação de massa”, comenta Anna. “A adoção das medidas trouxe mudanças de paradigmas, como a redução da aceitação social do tabagismo e a desnormalização do uso do cigarro. A ACT participou ativamente, então encaramos esse sucesso como parte do nosso trabalho“.

Áreas de fumantes em Sidney. Foto de Saeed Kahn/ AFP
A cidade de Sydney, na Austrália, criou áreas específicas para fumantes mesmo em lugares públicos. (Foto de Saeed Kahn/ AFP)

Apesar disso, ainda de acordo com a pesquisa da Lancet, o Brasil ocupa o oitavo lugar no ranking de fumantes, em números absolutos (7,1 milhões de mulheres e 11,1 milhões de homens).

A luta continua. Depois de estar à frente de campanhas como a Lei Antifumo, que entrou em vigor em 2014, proibindo fumódromos em ambientes fechados, a principal batalha atualmente da ACT contra o tabagismo é para a adoção de embalagens padronizadas: “O design dos maços de cigarro é uma estratégia de marketing da indústria do tabaco para atrair novos consumidores. Vários países, como a Austrália, Irlanda e Nova Zelândia já adotaram a padronização das embalagens como medida para evitar a atratividade do produto. O Brasil vem discutindo o tema através de dois projetos de lei, que tiveram sua criação estimulada pela ACT, e que tramitam no Congresso Nacional”, diz Anna.

Com esses resultados positivos para comemorar, recentemente a ACT decidiu participar de novas batalhas: pelo controle do consumo de álcool e a disseminação da importância de uma alimentação saudável e de praticar atividades físicas, sob o slogan “Ambientes saudáveis promovem escolhas saudáveis”.

A aliança, que engloba 140 organizações espalhadas pelo país, conta com mais de mil membros e com a ajuda de  profissionais das mais diversas áreas: sociologia, psicologia, comunicação, direito, engenharia, gerenciamento de projetos, relações internacionais, design e pedagogia.

A ACT aceita doações financeiras, tanto de pessoas físicas quanto jurídicas, além de voluntários, desde que estejam alinhados à política da instituição e que não haja conflito de interesses. 

 

Michele Miranda

É jornalista formada pela PUC-Rio. Há três anos se divide entre Rio de Janeiro e São Paulo, dependendo de onde esteja a notícia. Já trabalhou em "O Globo", no "G1", na TV Globo. Buscando entender as transformações pelas quais a mídia está passando, trabalhou na Artplan como coordenadora de conteúdo, aliando jornalismo à publicidade.

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2 comentários “Novas armas na luta contra o cigarro

  1. Luiz Carlos Pauli disse:

    esses dados do cigarro, são fraudes monstruosas. Para começo de convesa, olhem na autópsia como fica o pulmão de NÂO FUMANTES no Brasil, totalmente preto e podre; são milhares de brasileiros morrendo todo ano pela fumaça do diesel, inclusive crianças, Ohem na autópsia, e vejam com que tipo de gente estamos lidando. Mentirosos. http://g1.globo.com/globo-news/cidades-e-solucoes/videos/t/cidades-e-solucoes/v/cidades-e-solucoes-os-beneficios-do-uso-de-biodiesel-para-a-saude-e-as-contas-publicas/4467698/

  2. Claudio DÀmato disse:

    Eu não acredito que o fumo seja tão nocivo como dizem. Mas me irrita ver que existam pessoas que mesmo tendo adquirido seus espaços livres e fumo, ainda inventam de querer inventar maços padronizados e retirar os aditivos dos cigarros. Primeiro que a fumaça dos cigarros não vai aumentar e nem diminuir e depois que o que ela esperam ganhar com isso?E depois que os não fumantes já ganharam seus preciosos espaços livres de fumo, pois não é permitido fumar em nenhum bar ou restaurante fechado fica a impressão que é puramente para atazanar a vida dos fumantes. Não me venham com essa história que é para inibir o acesso de jovens aos cigarros, porque elas são bombardeadas com as campanhas que cigarro faz mal, além de verem aquelas figuras estampadas nos maços dos malefícios deles. E mais, a venda de cigarros Ë PROIBIDA a menores de 18 anos.Portanto só me resta a explicação que esses antitabagistas estão agindo de má fé. Os fumantes, que sabem perfeitamente o que estão fazendo, não podem ser responsabilizados pelas supostas doenças que outros contraíram. Os políticos que aprovarem estas leis estarão cometendo forte ultraje aos fumantes. Não se esqueçam que fumantes também são eleitores.

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