O povo Munduruku iniciou ontem um protesto contra a hidrelétrica de Tapajós. Ao longo das próximas semanas, serão instaladas 50 placas nos limites do território, idênticas às usadas pelo governo na identificação de terras indígenas. As placas serão espalhadas para delimitar a Terra Indígena Sawré Muyby, em Itaituba, no Pará, que foi reconhecida pela Fundação Nacional do Índio (Funai) em 19 de abril deste ano. O protesto contou com o apoio de ativistas do Greenpeace.
Para o Cacique Juarez Saw Munduruku, a luta é importante “‘não só para o nosso povo, mas para todas as pessoas do mundo, porque a construção de hidrelétricas no rio Tapajós pode destruir nosso modo de vida e a Amazônia”.
[g1_quote author_name=”Danicley de Aguiar” author_description=”ativista do Greenpeace” author_description_format=”%link%” align=”left” size=”s” style=”simple” template=”01″]Além de garantir a manutenção do modo de vida do povo Munduruku, a demarcação de Sawré Muybu garante a conservação de 178 mil hectares de Floresta Amazônica
Gostando do conteúdo? Nossas notícias também podem chegar no seu e-mail.
Veja o que já enviamosEstá prevista a construção de pelo menos cinco grandes hidrelétricas no rio Tapajós e em seu afluente, o rio Jamanxim. Entre as usinas planejadas está a de São Luiz do Tapajós, cujo reservatório terá 729 km². Se construído, ele deverá inundar perto de 400 km² de floresta, incluindo parte da Terra Indígena Sawré Muybu. A obra poderá induzir o desmatamento indireto de mais 2.200 km² de floresta em áreas protegidas da região.
“Além de garantir a manutenção do modo de vida do povo Munduruku, a demarcação de Sawré Muybu garante a conservação de 178 mil hectares de Floresta Amazônica, que hoje estão ameaçados pelos planos de construção da hidrelétrica de São Luiz do Tapajós”, argumenta Danicley de Aguiar, ativista do Greenpeace na Campanha da Amazônia.