ODS 1
Inteligência artificial, modelos de negócios e dados são destaques do Festival 3i 2024
Com mais de 80 palestrantes, evento no Rio de Janeiro também discutiu assédio judicial aos jornalistas e os desafios do jornalismo na Amazônia
Com ingressos esgotados, o Festival 3i 2024 deu o pontapé em sua quinta edição nacional nesta quinta-feira (13), na Casa Firjan, no Rio de Janeiro (RJ), que também receberão os debates na sexta-feira (14). O último dia do evento, sábado (15), será na Facha (Faculdades Integradas Hélio Alonso). No cardápio, mais de 80 palestrantes convidados, de diversas partes do Brasil e do mundo, para três dias de aprofundamento sobre o jornalismo digital, espalhados em mesas, oficinas, cases e apresentações de dados e tendências.
Leu essa? Festival 3i 2023 debate PL das Fake News e regulação das plataformas
A mesa de abertura trouxe grandes nomes para debater um dos mais sensíveis e importantes temas do mercado: novos caminhos para financiar o jornalismo. Para um olhar plural, os convidados foram Julia Harris, do Daily Maverick (África do Sul), Mauricio Cabrera, criador do Story Baker (México) e Elaine Silva, sócia e diretora da Alma Preta Jornalismo (Brasil). A mediação dessa já clássica e importante mesa do Festival 3i será de Carol Monteiro, presidente do Conselho Deliberativo da Ajor e cofundadora da Marco Zero Conteúdo.
Gostando do conteúdo? Nossas notícias também podem chegar no seu e-mail.
Veja o que já enviamosO Festival traz como novidade o formato Dados e Tendências, em que pesquisadores apresentam resultados de estudos e de artigos sobre o ecossistema. Um dos destaques foi Anya Schiffrin, da Universidade de Columbia, com a apresentação “Como mensurar o impacto do jornalismo de interesse público?”. O resultado da pesquisa gerou uma métrica multifacetada que futuros pesquisadores, jornalistas e agências de notícias poderão usar ao analisar o impacto da mídia.
Clique aqui e siga o canal do Whatsapp do #Colabora
Outro tema central do primeiro dia foi o assédio judicial aos jornalistas com apresentações das advogadas Taís Gasparian e Charlene Nagae, do Instituto Tornavoz, organização criada para garantir uma defesa jurídica especializada aos profissionais e assegurar a liberdade de imprensa, e da também advogada, Letícia Kleim, assessora jurídica da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), que fizeram balanços do uso dos processos judiciais para reprimir o trabalho jornalístico. “Foi muito importante para enfrentar esses ataques a decisão do STF que reconheceu como assédio judicial o ajuizamento de inúmeras ações simultâneas, em locais diferentes, para constranger jornalistas ou veículos”, destacou Taís Gasparian, fundadora da Tornavoz.
A Inteligência Artificial, discutida em todas as redações que se interessam pelo jornalismo inovador, inspirador e independente, também foi discutida no primeiro dia do festival, com uma mesa de debate sobre seus riscos e potencialidades; uma pesquisa inédita da ESPM sobre o uso da ferramenta em redações brasileiras; o case do Núcleo Jornalismo, que criou a primeira política de uso de IA de veículos nacionais; e uma oficina de uso de IA para produção jornalística ministrada por Ana Freitas, da Quid.
Os desafios da cobertura jornalística na Amazônia foi outro destaque no primeiro dia com a mesa “Ambiente informacional na Amazônia”, com a participação dos jornalistas Fabio Pontes, do site O Varadouro, do Acre, Vanessa Vieira, do Correio do Lavrado, de Roraima, e Mayra Wapichana, consultora em Comunicação Indígena. Também foi apresentada a pesquisa Amazônia – Jornalismo em Chamas, realizada em 2023 pela organização Repórteres Sem Fronteira (RSF). “As violações contra jornalistas na Amazônia revelam o vínculo fundamental entre agenda climática e integridade da informação. São muitas as ameaças e dificuldades do trabalho jornalístico na região”, disse o jornalista Artur Romeu, diretor do escritório da RSF para a América Latina.
O Festival 31 também trouxe nomes internacionais com perspectivas variadas sobre o jornalismo global como a americana Anna Brugmann, do Rebuild Local News; o paraguaio Alejandro Vallejo, fundador do El Surti; o colombiano Juan Camilo Maldonado, diretor do Mutante; a peruana Mabel Cáceres, diretora do El Búho; e o canadense Taylor Owen, diretor-fundador do Centro de Mídia, Tecnologia e Democracia da Universidade McGill.
Após três dias de troca e aprendizado entre público e palestrantes, o Festival 3i será encerrado neste sábado (15/06) com uma mesa-festa: “O futuro do jornalismo a partir de imagens e sons”. Nela, a jornalista e pesquisadora Fabiana Moraes media a conversa entre Natalia Viana, diretora-executiva da Agência Pública, a roteirista e jornalista Marina Filgueiras e Pedro Borges, editor-chefe da Alma Preta Jornalismo. Eles farão um convite à reflexão e ao diálogo sobre os novos rumos da comunicação, criando uma atmosfera envolvente que irá inspirar o público a imaginar um futuro onde a informação se torna mais acessível, dinâmica e engajadora.
“O Festival 3i já faz parte do calendário de eventos de jornalismo na América Latina e estamos muito felizes por poder debater o futuro do jornalismo por mais um ano com grandes nomes do campo, que atuam tanto no mercado quanto na área de pesquisa. Esta é a segunda edição nacional organizada presencialmente pela Ajor e há uma grande expectativa de que deste evento saiam ideias e projetos inovadores para o jornalismo brasileiro”, afirma Maia Fortes, diretora-executiva da Ajor.
Todas as mesas do evento, realizadas no Auditório da Casa Firjan e no Auditório da Facha, serão transmitidas em tempo real pelo canal do Youtube do Festival 3i: https://www.youtube.com/Festival3i
Texto produzido pelos jornalistas da redação do #Colabora, um portal de notícias independente que aposta numa visão de sustentabilidade muito além do meio ambiente.