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Veja o que já enviamosCOP30: Tempo Real
Cerca de 50 mil pessoas tomaram as ruas de Belém na manhã deste sábado (15) durante a Marcha Global pelo Clima, atividade integrada à Cúpula dos Povos, evento paralelo à COP30. O ato reuniu organizações socioambientais, movimentos indígenas, coletivos amazônicos e representantes de diversos setores para cobrar ações urgentes contra a crise climática. A marcha saiu do Mercado São Brás e seguiu até a Aldeia Amazônica.
As ministras Marina Silva (Meio Ambiente) e Sonia Guajajara (Povos Indígenas) participaram do percurso. “O Brasil é o único país que já tem o mapa do caminho para o fim do desmatamento”, afirmou Marina. Já Guajajara classificou o ato como uma “zona azul popular” e destacou que a Amazônia fala “em nome de todos os biomas sob ameaça”.
Entre as principais reivindicações, estiveram a demarcação e proteção de territórios indígenas, quilombolas e tradicionais; o rechaço à Ferrogrão e à privatização de rios amazônicos para hidrovias; e denúncias contra a atuação de mineradoras que contaminam comunidades. Movimentos sindicais também levaram pautas, como o fim da jornada 6x1 e a defesa de responsabilização pelos atos golpistas de 8 de janeiro.
O painel conta com a participação da secretária nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Ana Paula Feminella. Ela comentou sobre o trabalho da secretaria para apoiar as pessoas com deficiência afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul em 2024.
Usuária de cadeira de rodas, Jéssica Ribeiro relata os desafios que pessoas com deficiência encaram no cotidiano.
Inclusive, no acesso ao Parque da Cidade. Na COP da Adaptação, a maioria dos painéis e espaços de discussão possui diferentes deficiências em termos de acessibilidade. Faltam intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais) e piso tátil, por exemplo.
Painel sobre "Emergência Climática e Resgate da Dignidade", no estande de Direitos Humanos da COP30, zona verde
Decisões de capa são documentos políticos, publicados pela presidência das Conferências do Clima ao final do evento, contendo geralmente itens que não foram - parcial ou integralmente - negociados, mas que a presidência julga ser importantes.
A possibilidade de a COP30 ter uma decisão de capa surgiu porque, até este sábado, não há consenso sobre quatro pontos negociais, entre eles a lacuna de metas climáticas (NDCs) e o financiamento proveniente de países ricos a países pobres.
O Mapa do Caminho para a "transição para longe dos combustíveis fósseis” é também cotado para aparecer em uma decisão de capa.
Foto: Rafa Pereira/COP30
"Nós fazemos parte da agricultura familiar e queremos também investimento para que os nossos agricultores possam preservar a floresta e viver, viver na floresta que é importante para o mundo inteiro", afirma.
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Medicilândia, no Pará, ele representa um núcleo de resistência no meio da Transamazônica: o município , é conhecido como a "capital nacional do cacau" e o maior produtor do Brasil, com cerca de 50 mil toneladas de amêndoas por safra, responsável pelo sustento de mais de 90% da população. A produção é majoritariamente sustentável.
Ao longo 30 anos de atuação no movimento, ele afirma nunca ter pensado em desistir: “A luta pelos que defendem o bem, a Amazônia e o direito de viver bem no Brasil é o que nos move”, responde com um sorriso e um abraço já no encerramento da Marcha Global pelo Clima.
"A coleta é permitida por lei, mesmo em terras particulares, mas muitas vezes proprietários rurais proíbem o acesso, ignorando esse direito. A forma como foram assassinadas diz muito sobre a situação vivenciada por aqueles que protegem o a floresta e defendem o clima", afirmou.
Novo Repartimento é conhecido por conflitos agrários e presença intensa do agronegócio e da mineração. "É o cenário de cangaço moderno. Não podemos manter a invisibilidade das trabalhadoras tradicionais, mesmo em espaços que discutem justiça climática e direitos socioambientais".
