LEIA MAIS reportagens da série Balbúrdia Federal
LEIA MAIS: #Colabora lança bolsa de reportagem
Gostando do conteúdo? Nossas notícias também podem chegar no seu e-mail.
Veja o que já enviamosOs universitários desenvolveram o conceito de um sistema de monitoramento que permite a identificação do passageiro por biometria, reconhecimento do código facial ou código de reserva através de totens que seriam instalados nos aeroportos. O embarque seria possível sem a apresentação de nenhum documento de identificação ou bilhete de viagem.
[g1_quote author_name=”Volney de Brito Tôrres” author_description=”Aluno de engenharia mecânica” author_description_format=”%link%” align=”left” size=”s” style=”simple” template=”01″]Durante o projeto percebemos que a ideia era muito boa, e que com o desenvolvimento certo daria para competir com as principais universidades do mundo e as universidades especializadas em aviação. Mesmo não chegando até a final ficamos com a sensação de missão cumprida
[/g1_quote]Uma das peças principais do sistema, desenvolvido apenas na fase conceitual não chegando até o protótipo, são pulseiras de identificação que teriam de ser usadas pelos passageiros depois do check-in. Elas emitem um sinal de radiofrequência chamado RFID (a sigla vem do inglês Radio Frequency Identification) que, por sua vez, recebe o sinal de uma antena, a ser instalada no saguão do aeroporto, “alimentando” a pulseira que devolveria as informações sobre os passageiros via computador.
Dessa forma, seria possível rastrear qualquer pessoa que estivesse com a pulseira por todo o aeroporto, algo que hoje só é possível via câmeras de monitoramento.
Garantia de segurança
David Emerson da Silva Oliveira, de 25 anos, líder da equipe e aluno de engenharia mecânica da Ufersa, lembra que hoje um passageiro que vai pegar um voo precisa apresentar os documentos no mínimo quatro vezes antes de embarque. O sistema, segundo ele, além de agilizar o procedimento o tornaria muito mais seguro.
“Assim que recebesse a pulseira, o passageiro teria o tempo máximo de cinco minutos para colocá-la. Caso contrário, poderia ser interrogado. As companhias aéreas teriam de fornecer essas pulseiras e o passageiro não poderia tirá-la até chegar no destino final, sem danificá-la ou molhá-la”, explica Oliveira.
Uma das críticas ao projeto dos estudantes potiguares é de que o sistema violaria a privacidade das pessoas. Oliveira, no entanto, reforça que hoje todos os passageiros já são monitorados por câmeras de segurança nos aeroportos. Por este sistema, entretanto, haveria a possibilidade de acompanhar aqueles que oferecem algum risco ou suspeita.
Embora a equipe da Ufersa não tenha avançado na competição – só seis chegaram à etapa final – de acordo com Oliveira, a Airbus ainda dará um feedback à equipe sobre os pontos do projeto que podem ser melhorados. Inclusive, ainda há a possibilidade, segundo ele, de a empresa patrocinar a fase dois do projeto: o desenvolvimento de um primeiro protótipo.
Mesmo não estando entre os finalistas, chegar à semifinal de uma competição internacional tão importante no ramo da aviação, na visão de Oliveira, serviu para provar a qualidade do que é produzido nas instituições federais de ensino superior. “É a partir dessas pesquisas que poderemos dar um salto tecnológico do Brasil. O mundo tem uma visão de um Brasil sem tecnologia e em competições como esta provamos a importância das unidades do Nordeste. Uma universidade do interior do Nordeste chegou até a final desbancando outras instituições de renome.”
Volney de Brito Tôrres, de 24 anos, aluno de engenharia mecânica que fez parte da equipe, também aprovou a experiência. “Durante o projeto percebemos que a ideia era muito boa, e que com o desenvolvimento certo daria para competir com as principais universidades do mundo e as universidades especializadas em aviação. Mesmo não chegando até a final ficamos com a sensação de missão cumprida.”
Sobre a universidade e os cortes
A Ufersa possui 11.400 alunos matriculados em 42 cursos de graduação nos campi de Mossoró, Angicos, Caraúbas e Pau dos Ferros, no interior do Rio Grande do Norte. Segundo a instituição, 51% dos alunos vêm de famílias cuja renda não atinge dois salários mínimos. O quadro de servidores é formado por 1.258 pessoas, sendo 702 professores (184 mestres e 489 doutores) e 556 técnicos.
De acordo com instituição, para este ano havia um orçamento aprovado de R$ 290 milhões. Desse montante, quase 240 milhões é destinado à folha de pagamento. Para o custeio da universidade estavam previstos R$ 43 milhões em material de consumo, terceirizados e serviços; outros R$ 8 milhões eram destinados a obras e equipamentos. Segundo a Ufersa, se os valores bloqueados não forem revertidos, serão cortados da universidade mais de R$ 12 milhões do custeio, o equivalente a 30% do orçado, e R$ 3,6 milhões de capital, ou seja, 45% do planejado.
Sendo assim, a universidade teria de empenhar um recurso superior a 21 milhões de reais, mas só tem disponível R$ 12 milhões. A estimativa é que se efetivado o bloqueio, considerando os gastos essenciais para o funcionamento acadêmico e administrativo, os recursos da universidade são suficientes para manter as despesas somente até o mês de agosto.
[g1_quote author_description_format=”%link%” align=”none” size=”s” style=”solid” template=”01″]34/100 A série #100diasdebalbúrdiafederal pretende mostrar, durante esse período, a importância das instituições federais e de sua produção acadêmica para o desenvolvimento do Brasil
[/g1_quote]