O bom guaraná, que traz um sabor único para a mesa dos brasileiros, requer práticas de excelência no cultivo. Os produtores precisam anotar detalhes sobre a poda, o uso de insumos, e outras tantas informações que possibilitem o rastreio. Muito em breve, uma ação pioneira vai facilitar (e muito!) esse trabalho. A Coca-Cola Brasil e o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) estão implementando o projeto-piloto do aplicativo Demetra, um caderno de campo digital.
O aplicativo foi desenvolvido pela startup gaúcha Elysios, e está sendo introduzido, com o devido treinamento, pela Imaflora. Os 30 produtores que estão participando do ensaio, de 11 municípios do Amazonas, fazem parte do programa Olhos da Floresta, criado pela Coca-Cola Brasil em 2016 para incentivar a cadeia de guaraná no estado. Ao final do processo, serão mais de 300 impactados, que vão poder atuar num novo patamar de gestão, dentro dos rigorosos padrões de fornecimento do Sistema Coca-Cola Brasil.
“Os produtores de guaraná no Amazonas sempre estiveram no padrão Coca-Cola de qualidade. Mas estamos sempre buscando maneiras de evoluir com as boas práticas de agricultura regenerativa”, aponta João Carlos dos Santos Jr., agrônomo e especialista em agricultura para o Amazonas na Coca-Cola Brasil. “O app é como um prontuário do paciente: revela quantas limpezas foram feitas no guaranazal, como foi feita a poda, quais as aplicações de preparados homeopáticos foram usadas, colheita de fruto fresco, etc. Isso mostra evidências de boas práticas e facilita que qualquer intercorrência seja rastreada lote a lote pelas cooperativas e associações onde o produtor tem seu vínculo”.
O aplicativo está adequado à rotina da floresta. Como não há luz ou internet nas áreas de cultivo, os dados podem ser cadastrados no modo offline — e as informações são sincronizadas com a rede no momento exato em que o agricultor entra num ambiente com internet wi-fi. Pelo app, é possível interagir com o restante do grupo e com os técnicos. Tudo isso, claro, conta com a devida assistência técnica. Vale lembrar que utilizar ou não o recurso é uma escolha do produtor.
“Ao optar pelo uso da tecnologia, o agricultor que cultiva o guaraná gera evidências que o ajudam na implementação de um sistema de rastreabilidade e auditoria, como o fair trade e o sistema de cultivo orgânico. No caso das cooperativas, a visão sistematizada proporciona engajamento e acesso a mercados premium”, observa João Carlos.
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Veja o que já enviamosCom a implementação do Demetra, a expectativa é que os jovens estejam engajados nas atividades do guaraná. Mais familiares com a tecnologia, eles estão tomando a iniciativa de manusear o app.
“Em Iranduba, por exemplo, uma jovem da família está ajudando o produtor a utilizar a tecnologia. Em Presidente Figueiredo, a filha de outro agricultor se encarregou do aplicativo. Essa também é uma forma de trazer os jovens para mais perto do campo”, salienta o especialista.
Esse também é o exemplo na casa da agricultora Eliana Medeiro do Carmo, que cultiva o guaraná no município de Manacapuru. Ela e o filho Eduardo têm encontrado facilidade para utilizar a ferramenta, que, segundo eles, está facilitando o dia a dia no campo. “É um recurso que nos dá, na palma da mão, todo o planejamento do nosso trabalho”, define Eliana.
Conteúdo publicado originalmente no site da Coca-Cola Brasil.