Da fuga à vitória: meu nome é Marta, Marta Kalunga

Abusada na infância, quilombola toca hostel, produz filmes e criou Casa Memória com projetos para mulheres da comunidade

Por Inglid Martins | ODS 5 • Publicada em 9 de janeiro de 2024 - 09:17 • Atualizada em 18 de janeiro de 2024 - 09:46

Marta Kalunga e os prêmios conquistados com filmes: abusada na infância, quilombola administra seu hostel, produz filmes e criou Casa Memória com projetos para mulheres da comunidade (Foto: Inglid Martins)

Marta Kalunga e os prêmios conquistados com filmes: abusada na infância, quilombola administra seu hostel, produz filmes e criou Casa Memória com projetos para mulheres da comunidade (Foto: Inglid Martins)

Abusada na infância, quilombola toca hostel, produz filmes e criou Casa Memória com projetos para mulheres da comunidade

Por Inglid Martins | ODS 5 • Publicada em 9 de janeiro de 2024 - 09:17 • Atualizada em 18 de janeiro de 2024 - 09:46

(Cavalcante/GO*) – Da fuga desesperada aos 14 anos, escapando dos horrores dos abusos para virar exemplo de coragem e resiliência da mulher quilombola. Marta Faria da Silva – Marta Kalunga, como é conhecida – é uma mulher preta, quilombola da comunidade de Vão de Almas, que vive hoje, aos 49 anos, na sede do município de Cavalcante. De voz grave e sorriso acolhedor, ela se move elegantemente pelo seu hostel, mostrando as minhas acomodações. O quarto, preparado com todo cuidado, exala um perfume acolhedor, tem um ambiente amplo, arejado e com banheiro privativo. Ela entrega a chave e me convida a conhecer o restante do local. O Hostel Kalunga fica logo na entrada da cidade, de fácil acesso, próximo a restaurantes, bares, estabelecimentos comerciais e ao CAT(Centro de Apoio ao Turista).

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Durante o seu trabalho no tear, enquanto ela ajeitava delicadamente os fios de algodão no orifício do liço, pude conhecer melhor a trajetória que moldou Marta Kalunga. Ela conta desde o seu nascimento pelas mãos de sua tia-avó, dona Iló, que aparou seu parto natural em casa em Vão de Almas, dentro do Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Quilombola Kalunga em Goiás. “Minha mãe teve onze filhos, seis mulheres e cinco homens. Teve um filho a cada dois anos”, lembra.

Marta cresceu acostumada com a lida na roça, no cultivo do alimento de sua família, abrindo a terra desde a semente até o momento da colheita. Marta conta com saudade de parte de sua infância até o momento quando, aos 11 anos, foi doada pelo pai, para que outro casal, também família Kalunga, criasse; situação muito comum nas comunidades pobres: entregar seus filhos para a possibilidade de uma vida melhor.

As mãos de Marta Kalunga no trabalho no tear: valorização da ancestralidade e das lições transmitidas pelas mulheres quilombolas de geração para geração (Foto: Inglid Martins)
As mãos de Marta Kalunga no trabalho no tear: valorização da ancestralidade e das lições transmitidas pelas mulheres quilombolas de geração para geração (Foto: Inglid Martins)

Na nova família, os abusos eram constantes: não chegou ao fato consumado, mas ela sentia que em cada toque diferente o perigo estava mais próximo: “A maioria das pessoas se calam, não aceitam que crianças digam qualquer coisa em desfavor de pessoas que parecem tão corretas. Eu achava aquilo muito errado e não encontrava apoio em ninguém, as pessoas viam e fingiam que não viam”, conta Marta, que, por diversas vezes, durante três anos, pediu ajuda. Até que se cansou e, aos 14 anos, fugiu de casa.

As cobranças e os julgamentos machistas, impostos às mulheres quilombolas, não são diferentes do que enfrentam às mulheres do mundo todo. Mas podem se tornar mais dolorosos pelo tamanho da comunidade e a quantidade de pessoas: e ali somos todos parentes

Marta Kalunga
Empresária e cineasta

A oportunidade para escapar veio em 1988, com uma oferta de trabalho em Brasília, onde poderia trabalhar como babá e empregada doméstica e concluir os estudos. Marta acreditou que seria tão fácil quanto a explicação que lhe deram os tios de família quilombola (mas não Kalunga): escaparia dos abusos e ainda teria a oportunidade de um futuro melhor. Mas, na capital, conheceu uma realidade diferente: não sabia como usar os eletrodomésticos, tão comuns em casas com energia elétrica, e trabalhava muito; com a quantidade de cômodos para limpar, não sobrava tempo ou disposição para continuar os estudos.

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Ela só tinha estudado até a quarta série do ensino fundamental ainda em sua comunidade quilombola. “A gente sofria muito para estudar; saía bem cedo para chegar na escola às nove horas”, conta Marta Kalunga contando que levava três horas no trajeto, uma longa caminhada, atravessando rios, de Vão das Almas até a comunidade Engenho II. O professor era seu padrinho, um homem bastante austero que cobrava muito das crianças, mas garantia o aprendizado: a escola a ajudou não apenas a saber ler e escrever, mas também a ter pensamento crítico; entender e interpretar textos.

Casa Memória da Mulher Quilombola: iniciativa de Marta Kalunga a partir das próprias vivências (Foto: Inglid Martins)

Traições, filhos e desafios 

Os sonhos adolescentes de se casar, ter uma casa e formar uma família viraram realidade aos 21 anos, nos braços de seu primeiro amor, um quilombola Kalunga, que também vivia na capital do país. Com o passar dos meses, o sonho se transformou em pesadelos, com as traições constantes do companheiro, de quem se separou sem saber que estava grávida. Fragilizada e com um bebê a caminho, teve que enfrentar sozinha os desafios da maternidade e o abandono do pai de sua filha, Vitória (hoje com 27 anos). “As cobranças e os julgamentos machistas, impostos às mulheres quilombolas, não são diferentes do que enfrentam às mulheres do mundo todo. Mas podem se tornar mais dolorosos pelo tamanho da comunidade e a quantidade de pessoas: e ali somos todos parentes”. Foi por isso que não voltou para o quilombo, para não ser apontada na sua comunidade como alguém que não merecia respeito.

Em Brasília, Marta seguiu trabalhando e só conseguiu voltar a estudar 2003, ano em que conheceu Scott, norte-americano, nascido no estado da Flórida, professor na Escola Americana na capital, que viria a ser o pai do seu segundo filho (Pedro Hilário, hoje com 21 anos). No ano seguinte, Scott comprou uma pousada para o casal em Cavalcante e Marta assumiu a administração do lugar. O futuro da família seria os Estados Unidos, se não fosse a negativa do pai de Vitória de autorizar a viagem da menina com a mãe para morar em outro país. “Quando estava tudo pronto para viagem em 2007, o pai da minha filha não permitiu, negou a autorização – tive que ficar com as duas crianças. Scott voltou para os EUA”.

O relacionamento com o americano não durou muito tempo. Marta descobriu outra traição: todos os bens constituídos ao lado do companheiro estavam no nome de outra pessoa – exceto uma casa de esquina; mesmo assim, ela teve que entrar na Justiça para garantir seus direitos. Assim que tomou posse dessa propriedade, Marta montou um restaurante e um bar na casa, onde também morava. À noite, abria espaço também para produções culturais e eventos, atrativos a mais para os turistas.

Aprendi que ninguém melhor do que nós para contarmos as nossas histórias

Marta Kalunga
Empresária e cineasta

Uma noite no restaurante, ao atender uma das mesas, Marta Kalunga escutou uma frase que mudaria de vez a sua história. Um homem disse que ouvira em Goiânia que poderia escolher a quilombola que quisesse em viagem pela cidade; ela teria sido sua escolhida. Ela conta que, naquele instante, reviveu todas as dores da sua vida; vista ali como um corpo negro para o turismo sexual, expulsou o homem de seu bar.

Versões da história se espalharam – foi chamada de louca por ter expulsado o cliente. “No dia seguinte, chego no supermercado para comprar pão para os meus filhos, e o turista estava lá, cobrei a conta que ele saiu sem pagar, falei: pode passar lá e pagar o que você deixou para trás. Não fui protegida. Pensei na minha família, naquela situação de alguém vir e achar que pode marginalizar corpos negros. Eu tenho uma filha, tenho sobrinhas, afilhadas. Ele voltou ao restaurante, pagou e foi embora”.

Em 2008, o estabelecimento de Marta faliu. Frustrada, não entendia como não conseguia dar seguimento aos seus projetos: “Eu pensava: ‘puxa vida, porque para os outros eu consigo e quando é para mim dá tudo errado?’”. A quilombola voltou para Brasília e faz um curso de cuidadora de idosos, “Neste meio tempo, minha mãe sofreu um AVC e, como eu tinha um irmão que teve sequelas da meningite aos 8 meses de nascido, vinha todo fim de semana cuidar dele. E, durante a semana, eu cuidava do senhor Milton na capital. Nessa rotina na estrada (são quase 400 quilômetros), eu fui assaltada, colocaram a arma na minha cabeça. Pedi demissão e voltei para minha casa em Cavalcante”, conta.

Marta em seu tear no Hostel Kalunga: lugar bem conceituado nos principais sites de hospedagem e base para os projetos de Marta (Foto: Inglid Martins)

Hostel, filme e uma referência para mulheres dos quilombos

No mesmo endereço, Marta abriu o Hostel Kalunga, hoje um estabelecimento charmoso, muito conceituado com comentários positivos de clientes, nos principais sites de hospedagem no Brasil. “No meio da pandemia, chega a Lucinete Morais que é cineasta: ‘vamos fazer um filme?’ Eu disse: ‘Filme? Eu não dou conta desse trem não”, relembra a quilombola, acrescentando que Lucinete, também antropóloga, insistiu ‘você dá conta de tanta coisa’.

Marta Kalunga topou. “Mas com uma condição: quero uma cena no bar dos homens. Porque, nesses ambientes, não entram mulheres; eles proíbem, mas eu entro onde eu quiser. Convidei um amigo francês para fazer a cena. O filme ficou pronto. A partir daí, portas começaram a abrir”.

Só entrego o dinheiro dos produtos para as mulheres, porque os maridos queriam receber por elas. Eu cresci vendo isso; isso me revolta demais. Homem não entra aqui para receber o dinheiro das mulheres

Marta Kalunga
Empresária e cineasta

O filme “Marta Kalunga” – lançado em 2022, protagonizado pela própria quilombola, que dividiu a direção com Lucinete e Thaynara Rezende – alcançou visibilidade e reconhecimento: prêmio de melhor documentário, melhor direção, melhor atriz e melhor som no Festival Internacional de Cinema Ambiental 2023; prêmio de Melhor Média-Metragem na V Mostra de Cinema Negro Adélia Sampaio; melhor filme pelo júri popular e melhor fotografia na Mostra Clandestina 2022; e menção honrosa na 7ª CINEBARU – Mostra Sagarana de Cinema.

Marta produziu mais outros dois filmes em 2023. O longa “Mátria Amada Kalunga”, no qual também foi protagonista e produtora, conta a história pós-calamidade pública causada pela enchente do Rio Paranã em 2022: 27 mulheres quilombolas Kalunga compartilharam suas origens e o cotidiano depois da enchente. E o curta “Meada Cor Kalunga” – com roteiro e direção de Marta – que fala sobre a preparação das meadas de lã para o processo de tingimento na comunidade quilombola de Vão de Almas. “Aprendi que ninguém melhor do que nós para contarmos as nossas histórias”, afirma Marta, destacando que ela e sua comadre Dirani Kalunga participam do documentário.

Para a quilombola, veio da tia-avó a inspiração para transformar as suas dores em ponte para ajudar outras mulheres. Dona Lió foi uma mulher muito influente no território quilombola e deixou como legado um acervo riquíssimo, com documentos, textos e imagens que mostram seu protagonismo, como mostrado no documentário “Kalunga”, realizado pelos diretores Luiz Elias, Sylvestre Campe e Pedro Nabuco. Mãe Preta, como era carinhosamente chamada na comunidade, participou e foi capa do DVD. Mulher preta, quilombola Kalunga de Vão de Almas, parteira, consciente, corajosa e engajada nas causas raciais e sociais, Dona Iló teve papel importante em conquistas para o território e morreu acreditando que veria a titulação definitiva do SHPCQK.

A indígena Analu, de etnia Pataxó na Casa Memória: audiovisual sobre saberes quilombolas, selecionado pela Fundação Palmares (Foto: Alciléia Torres)

Casa Memória para valorizar mulheres quilombolas

Por esse motivo e tantos outros aspectos afetivos, Marta decidiu homenagear a tia-avó com a criação do projeto Casa Memória da Mulher Kalunga, que promove cursos profissionalizantes, como o de tingimento de fios de algodão produzidos dentro das comunidades através de tintura natural extraídos de frutas e legumes e o de tear. Um dos xales feitos ali foi entregue de presente à ministra Carmen Lúcia, do Superior Tribunal Federal, que visitou a região em agosto. Em breve, Marta pretende oferecer curso de corte e costura com as máquinas que recebeu de doação.

As mulheres da Casa Memória também produzem produtos orgânicos que são vendidos no local e também online. O valor arrecadado é passado direto a quem plantou e colheu os insumos para fabricar os doces de cajuzinho do Cerrado com rapadura, licor de Mutamba, Gersal (que é gergelim moído com sal), temperos, farinhas de mandioca, arroz Kalunga, óleos, baunilhas, sabão de tingui, cachaças artesanais, cúrcuma, sementes e castanhas. “Mas só entrego o dinheiro dos produtos para as mulheres, porque os maridos queriam receber por elas. Eu cresci vendo isso; isso me revolta demais. Homem não entra aqui para receber o dinheiro das mulheres”, conta Marta – atualmente, 32 mulheres participam do projeto.

Viviam impondo padrão de beleza. Eu ficava triste, não me achava bonita; hoje estou feliz comigo, com minha aparência, com o meu casamento e minha vida

Vera Kalunga
Técnica de Enfermagem

Com uma energia singular, o lugar abriga as raízes ancestrais dos quilombolas e a tradição religiosa com a devoção de Marta à Nossa Senhora do Livramento; isto torna o hostel – restaurante, bar, Casa de Memória – ainda mais visitado e procurado por centenas de pessoas que se hospedam lá ou passam para conhecer a proprietária e seus projetos, além de virar ponto de intercâmbio de culturas e etnias nacional e internacional. Quando estive lá, em setembro, pude presenciar a visita de um grupo, que incluía líder multiartista Gaama Glória Simms, conhecida como MaMa G’, líder espiritual da etnia Maroon, indígena e quilombola da Jamaica, o coreógrafo e gestor cultural Mário Lopes – paulista que mora na Europa onde trabalha em produções artísticas de inspiração africana – e o artista visual Dalton Paula, com obras marcadas pela história e cultura afro-brasileiras, que foram especialmente para conhecer Marta e seu hostel.

No Casa Memória, a indígena da etnia Pataxó Ana Luíza Reis de Sá, formada em cinema pelo Instituto Federal de Goiás, trabalha na área de audiovisual com objetivo de resgatar sua herança ancestral. Recém-separada do marido, Analu encontrou apoio e acolhimento em Marta Kalunga. Atualmente, a cineasta está dirigindo um curta selecionado em edital da Fundação Cultural Palmares: “Saberes e Sabores Quilombola”.

Vera Kalunga no hostel da prima Marta: exemplo de trajetória de lutas das mulheres quilombolas (Foto: Inglid Martins)

Do curta, participa Vera Francisco da Conceição Rosa, Vera Kalunga, prima de Marta, com formação nas áreas de Agroecologia da Juventude e técnica de Enfermagem, que conta histórias e lendas da região. Enquanto organizava a cozinha após a filmagem do preparo de um prato típico Kalunga, Vera me relatou a dificuldade de ter sido mãe solo e os obstáculos enfrentados até assumir sua beleza natural: ela sofria com o padrão de aparência imposto pela sociedade e do julgamento das pessoas sobre o corpo feminino da mulher preta. Encontrou apoio no marido, professor de Matemática aposentado, não Kalunga, que cuida e ama os filhos sem fazer distinção da paternidade genética do mais velho. “Viviam impondo padrão de beleza. Eu ficava triste, não me achava bonita; hoje estou feliz comigo, com minha aparência, com o meu casamento e minha vida”, afirma.

Casos como o de sua prima Vera Kalunga e de Analu, além da sua própria trajetória, fez com que Marta buscasse querer modificar, na vida das mulheres Kalunga, essa mentalidade machista do direito do homem ao corpo feminino. Feminista, engajada nas lutas das mulheres por mais espaço e liberdade, ela tem procurado trazer mais quilombolas ao convívio da Casa Memória da Mulher Kalunga, mas encontra resistência tanto dos homens quanto de muitas mulheres que ainda se recusam a participar dos cursos e oficinas que o lugar oferece.

Marta Kalunga com seu xequerê, instrumento de origem africana: projeto de documentário sobre as mulheres quilombolas parteiras, ofício ameaçado pelas autoridades da região (Foto: Inglid Martins)

Marta Kalunga me fala do próximo projeto da Casa Memória da Mulher Kalunga – um documentário sobre as parteiras quilombolas, em homenagem Dona Lió e outras mulheres que admira dessa profissão praticamente extinta na região. As quilombolas deixaram de exercer o ofício de parteiras depois de ameaças das autoridades locais de saúde. “Minha força vem das mulheres da minha família, elas que cuidaram de mim, todas elas me trazem boas lembranças. Minhas tias Sinezia e Eva: eu quero falar dessas mulheres parteiras, as mais antigas. Da importância do trabalho que elas desempenharam e ainda fazem, porque criança não espera, é tudo muito longe”, conta Marta, depois do ensaio de Maracatu da qual é percussionista de xequerê, instrumento de origem africana, com uma cabaça revestida por uma rede de miçangas.

No meu último dia em Cavalcante, Marta me proporciona um momento maravilhoso, ao cantar uma composição de seu amigo Josué que deu a ela os direitos autorais.

“Sou quilombola,
Sou Kalunga,
Sou brasileira, mas sou da África
Sou brasileira, mas sou da África
A minha pele é negra, mas o meu sangue é vermelho e meu coração também
Sentimento de amor, consciência humana eu tenho igual
Aqui todos têm
Sou quilombola,
Sou Kalunga,
Sou brasileira, mas sou da África
Sou brasileira, mas sou da África
Há muitos anos passados
Chegaram aqui no Brasil sequestrados da África nossos ancestrais
Sendo escravizados, vendidos, maltratados, espancados em serviços como animais”.

Embora as lágrimas de emoção tenham embargado sua voz, Marta mostra sua força e resistência: “Ano passado, estive em Aracaju, olhei para o mar e pensei: foi por aqui que meu povo chegou. Isso dá um aperto. Tráfico de humanos. Tiraram nossas origens, mas estamos aí, firmes e fortes como Aroeira. Ufa!” Impossível não chorar junto.

*Esta reportagem foi realizada com apoio do Programa Acelerando a Transformação Digital, do ICFJ (International Center for Journalism) e da Meta, e mentoria do jornalista Chico Otávio

Inglid Martins

Graduanda em Jornalismo pela Universidade Estácio de Sá em Trindade (GO), é estagiária no Diário da Manhã, de Goiânia e,pesquisadora IC - CNPq/Capes na Unesa. Foi professora de Artes Visuais, Sociologia e Filosofia na rede estadual de ensino de Goiás. Apaixonada por contar histórias, atualmente está descobrindo o Cerrado através do Jornalismo

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