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Veja o que já enviamosO estudo demonstra que o ácido fólico pode ser interessante para combater a perda de olfato, mas, por enquanto, não descarta que a cobalamina tenha características semelhantes. “Uma hipótese é que a dosagem de vitamina B12 tenha sido insuficiente, pois os dados da literatura sobre a dose necessária eram escassos e diferentes entre si. Esse problema não ocorreu com a vitamina B9, cujas doses de suplementação eram mais bem descritas pela literatura”, conta o autor do trabalho, o estudante de Medicina Daniel Araujo Macedo, de 22 anos.
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[g1_quote author_name=”Marcelo de Meira Santos Lima” author_description=”Professor do Programa de Pós-Graduação em Fisiologia” author_description_format=”%link%” align=”left” size=”s” style=”simple” template=”01″]Os distúrbios não motores do Parkinson são interessantes porque acontecem de maneira mais antecipada em relação aos motores. É comum pacientes relatarem que, anos antes de receberem o diagnóstico, começaram a deixar a queimar a comida, por exemplo, porque não sentiam mais os cheiros
[/g1_quote]Apresentada no 12º Evento de Iniciação Tecnológica e Inovação (Einti), um dos encontros da Semana Integrada de Ensino, Pesquisa e Extensão (Siepe) 2019 da UFPR, a pesquisa – com base na avaliação do comportamento das cobaias, – terá uma segunda fase, em que será realizada análise molecular para o mapeamento de como o ácido fólico interfere no bulbo olfatório. A pesquisa faz parte do trabalho de conclusão de curso de Daniel, que deve defender o trabalho em banca em junho de 2020.
Orientador do estudo, o professor Marcelo de Meira Santos Lima, do PPGFisio, conta que as pesquisas que relacionam o uso de vitaminas ao combate da redução de olfato pelo Parkinson são recentes e ainda escassas. As publicações começaram há cerca de cinco anos, e relatam estudos realizados em indivíduos saudáveis. Já o estudo apresentado na Siepe 2019 foi um dos primeiros no mundo a verificar a influência das vitaminas em organismos que já desenvolveram a doença de Parkinson.
Lima explica que a diminuição do olfato (hiposmia) pelo Parkinson foi registrada nos anos 80, quando foi criada a escala de identificação de odores da Universidade da Pensilvânia (EUA). Na esteira das pesquisas sobre os sintomas não motores do Parkinson, nos últimos 15 anos foram publicados vários artigos que buscam identificar formas de usar esse sintoma preventivamente.
“Os distúrbios não motores do Parkinson são interessantes porque acontecem de maneira mais antecipada em relação aos motores. É comum pacientes relatarem que, anos antes de receberem o diagnóstico, começaram a deixar a queimar a comida, por exemplo, porque não sentiam mais os cheiros. Ou seja, são sintomas que têm um valor diagnóstico importante”, afirma Lima.
O pesquisador ressalta que compreender a forma como ocorre à perda de olfato no Parkinson também tem impacto para o entendimento da doença como um todo. Isso porque a doença é complexa: enquanto os distúrbios motores surgem da degeneração (perda de neurônios) da substância negra do cérebro, que é responsável pela produção do neurotransmissor dopamina, sabe-se que a perda de olfato decorre de neurogênese (formação excessiva de novos neurônios) no bulbo olfatório.
“Neste caso, ocorre um bloqueio da transmissão da informação olfatória gerado pelo excesso de dopamina que, no bulbo olfatório, tem função inibitória, mas a causa disso ainda está sendo investigada”, diz Lima.
O trabalho de iniciação científica foi embasado em outros estudos desenvolvidos no programa, que concentra um núcleo de pesquisadores que investigam o Parkinson, que possuem estudos de repercussão nos últimos anos, especialmente na investigação de biomarcadores precoces na doença, por exemplo. Pela ligação com a pesquisa de pós-doutorado de Lais Soares Rodrigues no programa, por exemplo, o trabalho com vitaminas e olfato foi co-orientado por ela, em um exemplo de cooperação entre estudantes de graduação e pesquisadores.
Ambas as investigações tratam de distúrbios olfativos ligados à doença de Parkinson em modelo animal — como são chamados os testes com cobaias. “Buscamos substâncias que possam atenuar esses distúrbios neste modelo, investigar os mecanismos envolvidos e se futuramente poderiam ser aplicadas na clínica. Eu investiguei os efeitos da administração da cafeína e da nicotina nos animais, e o Daniel veio avaliar o efeito das vitaminas no mesmo contexto”, conta a pesquisadora.
Lais lembra que, durante a co-orientação, auxiliou Daniel a procurar informações na literatura científica, além de participar dos experimentos. “Quando ele demonstrou interesse em fazer um trabalho de conclusão do curso nessa área, propusemos esse projeto e ele se interessou. Orientá-lo sempre foi muito tranquilo, fizemos o projeto acontecer em conjunto”, diz. A experiência serviu para despertar no estudante o desejo de permanecer na pesquisa — ele afirma que, depois de se formar, pretende continuar a formação na área.
[g1_quote author_description_format=”%link%” align=”none” size=”s” style=”solid” template=”01″]A série #100diasdebalbúrdiafederal terminou, mas o #Colabora vai continuar publicando reportagens para deixar sempre bem claro que pesquisa não é balbúrdia.
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