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O sucesso dos testes em laboratório é o primeiro passo para a transforamçaõ em um produto para o combate efetivo às larvas. “Nosso objetivo foi buscar um produto que é um resíduo de um produto brasileiro, produzido em alta escala, e transformá-lo num composto para o combate ao mosquito”, explicou Hélina dos Santos Nascimento, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental (PPGCTA) da UFGD, que vem desenvolvendo novos inseticidas a partir do trabalho inicial, no mestrado, de Márcia Ramos Jorge, no mesmo programa.
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Na UFGD, este trabalho é resultado dos esforços em pesquisa desenvolvidos em três laboratórios da instituição: Laboratório de Ecotoxicologia e Genotoxicidade (LECOGEN/FCBA), liderado pelos professores Alexeia Barufatti e Bruno do Amaral Crispim; Laboratório de Microbiologia Aplicada, liderado pela professora Kelly Mari de Pires Oliveira; e Laboratório de Biomoléculas, Moléculas Ativas e Polímeros (BIOMOL/FACET/FAEN), liderado pelos professores Eduardo José de Arruda e Silvia Maria Martelli.
O primeiro composto à base do líquido da casca da castanha de caju técnico (LCCt) teve bastante sucesso nos testes laboratoriais e, a partir dele, a equipe de pesquisa desenvolveu mais cinco variações com a mesma base sempre buscando melhorar a efetividade como larvicida – que chegou a 100% de morte das larvas do mosquito – mas também reduzir o impacto ambiental e na saúde. “Se a gente tem essa garantia de impacto menor, nós termos, em termos de segurança ambiental e humana, uma boa garantia de esse produto não afetar ou afetar de forma suave o meio ambiente”, afirmou o professor Eduardo José de Arruda em entrevista à TV Morena, de Mato Grosso do Sul.
A pesquisa já rendeu um prêmio internacional. O trabalho “Avaliação da segurança ambiental de um novo produto à base do líquido da casca da castanha de caju técnico (LCCt) para controle de Aedes aegypti”, desenvolvido pelo grupo de pesquisa da Universidade Federal da Grande Dourados foi premiado como o melhor trabalho de investigação científica no XI Congresso Latino Americano de Mutagênese, Carcinogênese e Teratogênese Ambiental (ALAMCTA), realizado em Assunção (Paraguai), em abril.
O objetivo do trabalho premiado foi – além de desenvolver o composto a base de resíduos industriais da casca da castanha de caju modificados, visando o controle populacional de larvas de Aedes aegypti – fazer a análise da seguridade ambiental em espécies que não fossem alvo do larvicida.
De acordo com a professora Alexeia Barufatti, o produto já mostrou sua eficácia em ensaios laboratoriais eliminando as larvas do mosquito, porém, nesta nova etapa da pesquisa, estão sendo desenvolvidas novas formulações visando a potencialização da atividade larvicida. Paralelamente às atividades laboratoriais, estão sendo solicitadas as patentes destas novas formulações que garantirão o efeito desejado do produto no ambiente, mas sem que estes afetem outros organismos.
[g1_quote author_description_format=”%link%” align=”center” size=”s” style=”solid” template=”01″]27/100 A série #100diasdebalbúrdiafederal pretende mostrar, durante esse período, a importância das instituições federais e de sua produção acadêmica para o desenvolvimento do Brasil.
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