“No dia 30 de outubro, os brasileiros vão às urnas para eleger seu próximo presidente. Mas o que está em jogo é algo muito mais importante do que apenas a liderança de uma das maiores economias do mundo. Quem vencer herdará o controle de mais da metade da Floresta Amazônica e, por extensão, determinará as condições para a vida futura na Terra”. Este é argumento básico do vídeo de Opinião publicado nesta quinta-feira, dia 27 de outubro, pelo The New York Times.
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O editorial do jornal americano faz críticas severas ao presidente Jair Bolsonaro, mostra diversas imagens das queimadas e dos desmatamentos na Amazônia e os discursos de Bolsonaro com críticas ao trabalho do Ibama e do ICMBio. Já o ex-presidente Lula é apresentado como o responsável por promover a maior redução no desmatamento da Amazônia em toda a história do país. A ativista climática e líder indígena Txai Suruí é entrevistada no vídeo e argumenta que esta eleição é a última chance de salvar a Amazônia: “Um candidato quer salvar a Amazônia e o outro quer queimar a Amazônia. A maior floresta tropical do mundo é a minha casa. Mas o resultado das eleições não ameaça apenas a floresta, ameaça todo o planeta”, explica.
For many Brazilians, this has been a painful election, bitterly fought between two flawed candidates. But for the future of human life on this planet, there is only one right choice, say @AgnesBridge and Alessandra Orofino. pic.twitter.com/WFMKc029KT
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Veja o que já enviamos— New York Times Opinion (@nytopinion) October 27, 2022
O vídeo do New York Times segue mostrando que a perda de milhões de árvores já causou diminuição das chuvas. As áreas ainda não transformadas em fazendas devem mudar de floresta densa para savana seca à medida que a Amazônia atinge o chamado ponto de inflexão, uma degradação em espiral da qual não há retorno. O colapso não prejudicaria, inclusive, áreas agrícolas da Califórnia.
Esta semana, a Nature, uma das revistas científicas mais prestigiadas do mundo, também fez um editorial sobre as eleições brasileiras. Com o título “There’s only one choice in Brazil’s election — for the country and the world“, a revista lembra que, após a eleição de Bolsonaro há quatro anos, ela já sinalizara que a vitória do ex-capitão seria ruim para a ciência e para o meio ambiente.
De acordo com a Nature, “o histórico de Bolsonaro é de arregalar os olhos”. Ela registra que o desmatamento quase dobrou desde 2018 e que os direitos indígenas seguem sendo desrespeitados. A revista lembra ainda que Bolsonaro seguiu os passos de Donald Trump ao ignorar os alertas da ciência sobre a covid-19. Atuou contra a vacinação, pondo em dúvida a segurança e a eficácia das doses. O texto termina afirmando que os brasileiros têm uma oportunidade valiosa para começar a reconstruir o que Bolsonaro derrubou. “Se Bolsonaro conseguir mais quatro anos, o dano pode ser irreparável”, finaliza o editorial.