De acordo com a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, as novas leis do governo Biden que regem o setor de refrigeração eliminariam 47.7 bilhões de toneladas métricas de CO2 até 2050. Isso equivale a mais ou menos três anos de emissão das usinas de energia do país. As novas regras impõem a redução no uso de hidrofluorcarbonos (HFCs), que movimentam as máquinas de refrigeração, em 85% até 2030.
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Financeiramente, a redução dos HFCs estaria diretamente relacionados a US$ 283 milhões de dólares em benefícios para a saúde e o ambiente por conta dos desastres do clima. O significado econômico é notável, mas difícil de avaliar. Em um mundo cada vez mais quente, o valor do mercado de refrigeração deverá subir do US$ 135 milhões de dólares de hoje para US$ 170 bilhões em 2030, globalmente. Cerca de 15 milhões de empregados trabalham mundialmente no mercado de refrigeradores.
As pessoas não podem sobreviver, sem uso de refrigerados para garantir a cadeia alimentar. Nos países de renda média ou baixa renda, o desperdício de comida na produção primária, por falta de refrigeração para armazenamento prolongado, é estimado entre 30% e 40%. Há cerca de 1.4 bilhão de geladeiras e freezers no mundo, 1.6 milhões de ar condicionados e incontáveis caminhões, depósitos, containers, transporte de medicamentos que requerem refrigeração.
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Veja o que já enviamosO maior problema dos refrigeradores não é uso de energia, embora isso também conte. O grande problema da refrigeração são os produtos refrigerantes que usam.
Os HFCs não fazem mal à camada de ozônio. Na verdade, prejudicam o ambiente. E muito. Como um gás de efeito estufa, são 1000 a 9000 vezes mais poderosos que os CO2. Um pequeno vazamento de HFC tem grande consequência, e as substâncias de resfriamento podem escapar, e escapam. Vazam na atmosfera durante a produção e o funcionamento. E, mais importante, quando são jogados fora durante sua vida útil.
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Toda refrigeração trabalha mais ou menos nos mesmos princípios. Um líquido refrigerante é bombeado através de um sistema de resistência que recolhe calor dentro da geladeira e o move para fora, alternando entre estados gasosos e líquidos.
Antecessores dos HFCs nas geladeiras e aparelhos de ar-condicionados, os CFCs (clorofluorcarbonos) pareciam a solução natural. Não reagem com os tubos e compressores para corroer os equipamentos e não eram tóxicos ou inflamáveis. Quando cientistas descobriram que os CFCs estavam destruindo a camada de ozônio, seu uso foi proibido, com êxito, pelo Protocolo de Montreal (1987) – nos encontros seguintes para atualização do protocolo, também foram estabelecidas metas de redução dos HFCs.
Ainda há mais a levar em consideração, no processo de redução dos HFCs, que implicará na substituição dos eletrodomésticos. Uma geladeira tem de ser jogada fora com cuidado. Tem de ser desmantelada e o fluído capturado e guardado. Mas há também processos de HFC que o torna benigno, o que é obviamente melhor. Mas não são técnicas baratas. É muito mais fácil deixar a geladeira na calçada, onde pode levar meses até que seja recolhida pelos responsáveis.
Diferentemente do CO2, os HFCs reativos são consumidos pela química no ar, e assim somente aquecem o clima por uma década ou duas. Mas um pouco pode ser muito quando cada molécula de HFC absorve milhares de vezes mais que uma década de carbono, tornando-as poderosos poluidoras do clima.
Pelas moléculas dos HFCs serem tão poderosas e terem vida curta, parar com a produção e uso deste componente nas geladeiras e outros equipamentos de refrigeração, um longo processo, pode ter um efeito resfriante, conter o que aquecimento global e dar tempo ao mundo para reverter seu consumo de energia a partir de combustíveis fósseis para fontes alternativas.