Numa das suas últimas vindas ao Brasil, em meados de 2012, durante a Rio+20, Maurice Strong foi simples e direto ao avaliar a história recente da diplomacia ambiental: “Não há muito o que celebrar. Temo que estejamos mais longe do curso de ação hoje do que estávamos 20 anos atrás”. Para ele, a falha na implementação de acordos como transferência de tecnologia e financiamento serviram para aumentar muito a diferença entre nações ricas e pobres.
Strong morreu ontem (sábado), em Ottawa, no Canadá, aos 86 anos, apenas dois dias antes de mais uma Conferência do Clima, a COP21. Ele esteve em todas elas, desde 1995, e muito antes delas também, pois presidiu a Conferência de Estocolmo, em 1972, considerada o primeiro grande evento mundial sobre o tema. O canadense também foi o diretor-geral da Cúpula da Terra, que aconteceu no Rio, em 1992. Maurice Strong também foi um dos criadores do Pnuma, agência da ONU responsável pelo meio ambiente, tendo vivido vários anos no Quênia.
Uma parte curiosa da história desse ambientalista é que durante muitos anos ele atuou como empresário na área de petróleo e recursos minerais. Tendo sido presidente da Petro-Canadá e da Power Corporation of Canada. Ontem, ao saber da morte de Strong, o atual diretor do Pnuma, Achim Steiner, disse que “ele será sempre lembrado por colocar o meio ambiente na agenda internacional”. E concluiu: “o roteiro da sustentabilidade começou em Estocolmo, passou pelo Rio, por Joanesburgo e deve tornar-se realidade em Paris”. Será? Maurice Strong ia gostar de ver isso.
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