Brasil manda brigadistas à Bolívia para evitar mais incêndios no Pantanal

Governo boliviano declara emergência nacional; avanço do fogo ameaça terras de indígenas guatós, comunidades ribeirinhas e a Serra do Amolar

Por #Colabora | ODS 13ODS 15 • Publicada em 9 de setembro de 2024 - 10:39 • Atualizada em 12 de setembro de 2024 - 18:20

Brigadistas combatem incêndio no Pantanal brasileira: missão na Bolívia para evitar que fogo atravesse a fronteira (Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil – 30/06/2024)

Uma missão brasileira composta por brigadistas – 37 agentes militares da Força Nacional de Segurança Pública e 25 bombeiros do Distrito Federal – começa a participar esta semana do combate a incêndios florestais na faixa de fronteira com a Bolívia. De acordo com o governo federal e ambientalistas, os incêndios ao longo da fronteira ameaçam atingir o Pantanal brasileiro. Por isso, a missão tem tanto o objetivo de ajudar a Bolívia a combater o fogo em seu território, como evitar que novos focos atinjam o Brasil.

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No sábado (07/09), a Bolívia declarou emergência nacional por conta dos incêndios florestais que assolam o país. As queimadas estão concentradas no Pantanal boliviano e ameaçam avançar para o território brasileiro. Em pronunciamento, o ministro da Defesa, Edmundo Novillo, informou que a situação é extremamente grave e que o decreto de emergência permitirá a coordenação de ações rápidas e eficazes. “Isso nos permitirá ter um apoio mais ágil e eficaz de países amigos e da cooperação internacional”, afirmou Novillo.

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De acordo com o IHP (Instituto Homem Pantaneiro), a linha de fogo vindo da Bolívia está avançando em direção às terras onde vivem indígenas guatós, comunidades ribeirinhas e onde está a região da Serra do Amolar, uma área protegida, Patrimônio Natural da Humanidade, com cerca de 80 quilômetros de extensão. As três áreas ficam do lado brasileiro da fronteira, em Mato Grosso do Sul, e a Serra do Amolar já foi atingida por incêndios com origem no país vizinho duas vezes, pelo menos, só neste ano.

O IHP alertou, no fim de semana, que, se o fogo cruzar a linha internacional, os estragos podem ser grandes no lado brasileiro. No Parque Nacional San Matías, em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, as chamas ativas já percorreram cerca de 60 quilômetros e consumiram mais de 1 milhão de hectares apenas na última semana, segundo o IHP. “Nós estamos precisando de toda mobilização necessária, ultrapassando, inclusive, interesses transfronteiriços, em função do interesse comum, que é a proteção desse bioma e a proteção da natureza”, apela o presidente do IHP, Ângelo Rabelo.

Este ano, os incêndios na Bolívia alcançaram números alarmantes – o maior número registrado desde 2010 – com cerca de 3 milhões de hectares queimados até o momento, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Equipes de combate aos incêndios estão operando no limite, e comunidades indígenas estão mobilizadas para ajudar no combate ao fogo – o avanço das queimadas, entretanto, já obrigou indígenas a abandonarem suas aldeias.

Parte da missão brasileira começou a atuar na última quinta-feira (5/9), quando um escalão avançado viajou até a Bolívia. Está previsto um comando conjunto baseado na cidade de San Ignacio de Velasco, no departamento de Santa Cruz, a cerca de 315 quilômetros da fronteira com o Brasil. Estão previstos sobrevoos e análises de mapas de satélite para identificar os focos de incêndio ao longo da faixa de fronteira com os Estados de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul.

O grupo irá se somar às forças bolivianas constituindo um comando conjunto baseado na cidade de San Ignacio de Velasco, no Departamento de Santa Cruz. Os militares irão atuar em colaboração Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). do

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, foram registrados 112 incêndios nas últimas semanas na região do Pantanal brasileiro Nesse momento, 18 estão ativos, 23 estão controlados pela força-tarefa liderada pelo Centro de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais – Prevfogo (vinculado ao Ibama/MMA) e 71 já foram extintos.

#Colabora

Texto produzido pelos jornalistas da redação do #Colabora, um portal de notícias independente que aposta numa visão de sustentabilidade muito além do meio ambiente.

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